terça-feira, 25 de junho de 2019


Uma cena que constitui uma parte da cadeia profética que começa com o primeiro versículo do capítulo 12, e, com o qual, termina essa cadeia de acontecimentos, porque nenhuma profecia vai além do estado imortal. E sempre que numa série de profecias somos levados até o fim do mundo, sabemos que a série termina exatamente aí. E o que a seguir é apresentado pertence a uma nova série de acontecimentos. O Apocalipse, em particular, é composto destas séries de cadeias proféticas independentes, como já foi apresentado, de cujo fato, antes deste, tivemos já vários exemplos. As mensagens descritas nestes versículos são conhecidas como "as mensagens dos três anjos do Apocalipse 14".

 

Estamos justificados em lhes aplicar os ordinais: primeira, segunda e terceira, pela própria profecia, porque o último é, distintamente, chamado o "terceiro anjo". De onde se conclui que o precedente era o "segundo anjo", e o anterior a este, o "primeiro anjo". Estes anjos são, evidentemente, simbólicos, porque a obra que lhes é atribuída é a de pregar o Evangelho Eterno ao povo, mas, a pregação do Evangelho não foi confiada a anjos literais. Foi confiada a homens que são responsáveis por este sagrado depósito colocado em suas mãos pela misericórdia do Cristo. Cada um destes três anjos simboliza, portanto, um corpo de ensinadores religiosos com a missão de tornar conhecidos aos outros homens as verdades especiais que constituem, respectivamente, a responsabilidade destas mensagens.

 

Mas, além disso, devemos considerar que anjos literalmente estão vivamente interessados na obra de evangelização dos homens; são enviados para ministrar em favor daqueles que hão de herdar a salvação.


E, como há ordem em todos os movimentos e planos de mundo celeste, não é mero produto da fantasia supor que um anjo mesmo tenha o cargo e a supervisão da obra de cada mensagem (basta confrontar este Apocalipse, capítulo 1º, versículo 1; capítulo 22, versículo 16; e São Paulo aos hebreus, capítulo 1º, versículo 14).

 

Um anjo quer dizer um espírito de luz, um daqueles que já se identificaram com o Cristo de Deus, como o próprio Jesus pôde e poderá sempre dizer: "Eu e Deus somos um". Nesses símbolos vemos o flagrante contraste que a Bíblia estabelece entre as coisas celestiais e as coisas terrestres. Sempre que é preciso representar governos terrenos daqui debaixo, da terra, até os melhores dentre eles (notem bem) o símbolo mais apropriado que se pode encontrar é um cruel, um voraz animal selvagem. Vejam bem se não é verdade?

 

Mas quando é necessário apresentar a obra de Deus, um anjo revestido de beleza, cingido de poder, é escolhido para simbolizá-lo. A importância da obra apresentada nos últimos versículos citados será evidente para quantos queiram estudá-los com atenção. Sempre que estas mensagens são devidas e proclamadas devem, pela própria natureza das coisas, constituírem o grande tema de interesse para esta geração.


Não queremos dizer que as grandes massas da humanidade que então vive, lhes preste atenção, porque em cada época do mundo a verdade presente para este tempo tem sido, geralmente, desprezada. Mas constituem o tema a que as pessoas prestarão mais viva atenção se estiverem despertas para o que diz respeito aos seus mais altos e sagrados interesses. Quando Deus manda aos seus ministros que anunciem ao mundo que é vinda a hora do seu julgamento, do seu juízo, que Babilônia caiu, e todo aquele que adorar a besta e a sua imagem terá de beber do vinho que se deitou não misturado no cálice da sua ira (aliás, ameaça mais terrível do que qualquer outra que se possa encontrar nas Escrituras da Verdade), ninguém, a não ser com perigo da sua própria alma, pode considerar estas advertências como não essenciais e, passá-las, assim, por alto, com negligência, sem nenhuma atenção.

 

Daqui a necessidade do mais fervoroso esforço em cada época, e, em particular, na nossa, porque aqui tantas evidências prenunciam a vinda iminente da crise final deste planeta para compreender a Obra de Jesus a fim de não perdermos o benefício desta verdade. Este anjo do Apocalipse (versículo 6 do capítulo 14) é chamado "outro anjo" devido ao fato de São João ter visto, antes, um anjo voar pelo meio do céu (de um modo semelhante, como vem descrito no capítulo 8, versículo 13) proclamando que as últimas três da série de sete trombetas eram trombetas de AIS (isto foi próximo do fim do Século VI). O primeiro ponto a determinar aqui é a cronologia desta mensagem. 


Quando se pode esperar, com fundamento, a proclamação "vinda é a hora do seu julgamento"?

 

A simples possibilidade de que seja em nossos dias nos convida a examinar este assunto com muita atenção. Mas há grande probabilidade (mais ainda), a prova positiva, de que assim é, como se verá no desenvolvimento deste argumento. Devia fazer saltar cada pulso e bater mais alto cada coração com o senso exato da importância vital desta hora. Apenas três posições são possíveis quanto à cronologia desta profecia apocalíptica e, como é de esperar, todas elas são tomadas por diferentes expositores. Estas posições são: 


primeiro - que esta mensagem foi dada no passado; em primeiro lugar, nos dias dos apóstolos, em segundo lugar, nos dias dos reformadores; 


segundo - que há de ser dada num tempo futuro; 


terceiro - que pertence à presente geração.

 

Então vamos raciocinar. Vejamos, em primeiro lugar, a respeito do passado.

 

A própria natureza desta mensagem se opõe à ideia de que se possa ter sido dada nos dias dos apóstolos. Eles não proclamaram que tinha vindo a hora do juízo de Deus, e, se tivessem feito, não teria sido verdade. Sua mensagem teria sido manchada com o estigma da falsidade. Eles tiveram alguma coisa a dizer acerca do juízo, mas indicava seu cumprimento para um futuro indefinido. Os Evangelhos de Jesus segundo São Mateus, capítulo 10, versículo 15; capítulo 11, versículos 21 a 24 (uma citação das próprias palavras do Cristo: o juízo de Sodoma e Gomorra, Tiro, Sidon, Corasin, Cafarnaum, foi localizada indefinidamente no futuro); São Paulo declarou, aos supersticiosos atenienses, que Deus tinha determinado um dia em que havia de julgar o mundo (verificar o livro de São Lucas, Atos dos Apóstolos, capítulo 17, versículo 31). Ele tratou, perante Félix, da justiça divina, da temperança e do julgamento vindouro (Atos dos Apóstolos, capítulo 24, versículo 25). Na Epístola aos Romanos escreveu, dirigindo suas mentes, para o dia em que Deus teria de julgar os segredos dos homens por Cristo Jesus (Epístola aos Romanos, capítulo 2, versículo 16). Chamou a atenção dos Coríntios para um tempo em que todos havemos de comparecer diante do tribunal do Cristo (II Epístola aos Coríntios, capítulo 5, versículo 10).


Por seu turno, São Tiago escreveu aos irmãos dispersos, que haviam de ser julgados num indefinido tempo do futuro, pela lei da liberdade (Tiago, capítulo 2, versículo 12). E tanto São Pedro como São Judas Tadeu falam dos primeiros anjos rebeldes como reservados para o juízo do grande dia, naquela altura, ainda no futuro (basta ver a II Epístola de São Pedro, capítulo 2, versículo 4; São Judas, versículo 6). "Para o qual os ímpios deste mundo estão também reservados" (São Pedro, II Epístola, capítulo 2, versículo 9).

 

Como isto é diferente do que fazer soar sobre o mundo a declaração aterradora de que "vinda é a hora do seu juízo". Som que há de ser ouvido aos que cumprir a solene mensagem que temos agora diante de nós, sem dúvida nenhuma. Desde os dias dos apóstolos nada aconteceu (pelo menos quanto saibamos nós), alguém tenha pretendido constituir o cumprimento da mensagem até que chegamos à Reforma, do Século XVI.


Alguns parecem dispostos a deter-se aqui, pretendendo que Martinho Lutero e seus colaboradores deram a primeira mensagem, e que as duas mensagens seguintes foram apresentadas desde aquele tempo.

 

Esta é uma questão que deve ser decidida, mais por fatos históricos do que por argumentos verbais, por isso vamos ver se os reformadores fizeram semelhante proclamação. O seu ensino foi amplamente registrado, os seus escritos foram todos conservados, estão aí, nas bibliotecas oficiais. 


Quando e onde despertou o mundo com   a proclamação de que tinha vindo a "hora do julgamento de Deus"? Não encontramos registrado tal fosse a preocupação das suas pregações. Pelo contrário, está registrado que Martinho Lutero fixava o "juízo", pelo menos, uns três séculos depois do seu tempo, daí para cima. Estes registros devem ser decisivos no que respeita aos reformadores, bastando  as  considerações  precedentes  para  impedir, por completo, a

 



Nenhum comentário:

Postar um comentário

APOCALIPSE DE JESUS SEGUNDO SÃO JOÃO Em espírito e verdade à luz do Novo Mandamento de Jesus pelo método histórico-profético ALZ...