Mas este fato não trouxe o Cristo à terra, porque a terra não é o Santuário. Sua purificação não implica a destruição do
mundo, porque é realizada com o sangue de uma oferta de sacrifício e não com o
fogo. E, aqui, estava o amargo daquele famoso "livrinho" para a
Igreja de Deus (Apocalipse, capítulo 10, versículo 10). Aqui estava a vinda de
um como o Filho do Homem, não a esta terra, mas ao Ancião de Dias (profeta
Daniel, capítulo 7, versículos 13 e 14). Aqui estava a vinda do esposo para as
bodas, segundo a "parábola das dez virgens" como vemos no Evangelho
de Jesus segundo São Mateus, capítulo 25.
Falamos, então, do
clamor da meia-noite desta parábola no verão de 1844:
"As virgens loucas disseram às
virgens prudentes: Dai-nos do vosso azeite, nossas lâmpadas se apagam. Mas as
virgens prudentes, responderam: Ora, ide e comprai-o para vós. Então, elas indo
comprá-lo, o esposo chegou."
Não se trata, aqui, da vinda do Cristo à
terra porque é uma vinda que precede às bodas, mas as bodas, isto é, a recepção
do reino (pelo capítulo 21) devem preceder a sua vinda à terra para receber,
para si mesmo, o seu POVO que há de ser convidado para a festa nupcial
(Evangelho segundo São Lucas, capítulo 19, versículo 12; e Apocalipse, como
vamos ver no capítulo 19, versículos 7 a 9).
Esta vinda, na
parábola, deve, portanto, ser a mesma que a do "Ancião de Dias" de
que nos fala o profeta Daniel, capítulo 7, versículos 13 e 14. E as que estavam
preparadas foram com Ele para as bodas e a porta se fechou. Depois de o esposo
vir para as bodas há um exame dos convidados para ver quem está em condições de
participar da festa, segundo a parábola de Jesus (Mateus, capítulo 22,
versículos 1 a 3). Como último ato antes das bodas, o Rei vem ver os convidados
para verificar se todos estão convenientemente trajados com as vestes nupciais.
E todo aquele que,
após o devido exame, é achado com as vestes, e aceito pelo Rei, nunca mais perde
suas vestes, porque está certo da imortalidade pela salvação. Mas esta questão
da aptidão para o reino pode apenas ser determinada pelo juízo investigativo do
Santuário.
Vocês estão
preparados? Nós estamos preparados? Estaremos todos com as vestes nupciais em ordem? Eis a grande
pergunta: Se Jesus voltasse agora, vocês poderiam recebê-lo? Poderiam ir ao
encontro de Jesus? Jesus está voltando, estejamos preparados para a sua volta
porque pode ser a qualquer momento.
Estamos exatamente
naquela passagem da parábola das bodas evidentemente, porque agora está
patente a relação dessa parábola com a
mensagem que estamos a examinar. Salienta um período de preparação dos hóspedes
para as bodas do Cordeiro que é a obra do juízo a que a mensagem nos leva, quando diz claramente: "Vinda é a hora do juízo de Deus".
Esta mensagem devia
ser proclamada com grande voz. Saiu com o poder assim indicado entre quatro anos, de
1840 a 1844, mais especialmente no movimento do sétimo mês do último ano, levando-nos ao fim dos dois mil e trezentos dias, quando começou a obra do
juízo ao iniciar, o Cristo, a obra da purificação do Santuário. Como já
demonstramos, isto não traz o fim da
provação, mas, apenas o período do juízo investigativo. Neste juízo estamos nós
agora vivendo, e durante este tempo são proclamadas outras mensagens, como
declara adiante, a profecia.
Vamos, então, à
segunda mensagem. Esta que se segue à primeira, é anunciada (versículo 8) com
estas poucas palavras: "E outro anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela
grande cidade que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua
prostituição". A
cronologia desta mensagem é determinada, em grande parte, pela a da primeira
mensagem. Esta não pode preceder àquela, mas aquela, como vimos, está limitada
nos últimos dias. Esta, todavia, deve ser dada antes do fim, porque nenhum
acontecimento desta espécie é possível depois desse acontecimento. É, portanto, uma
parte daquele movimento religioso que toma lugar nos últimos dias com
referência especial à volta de Jesus. Segue-se, portanto, naturalmente, o
desejo de saber.
Mas, e essa
Babilônia, que é que significa? E por que Babilônia caiu? Qual é, afinal, a sua
queda, e que é que significa? Como se realizou esse acontecimento?
Vamos raciocinar:
Quanto à etimologia da palavra, algumas coisas sabemos pelas lições marginais do
Gênese, capítulo 10, versículo 10, capítulo 11, versículo 9 - "O começo do
reino de Ninrode foi Babel ou Babilônia, o lugar foi chamado assim porque Deus
confundiu, ali, a língua dos
construtores da torre". Na verdade, a palavra significa confusão, porque
até hoje nós dizemos: - Está aí uma Babel que ninguém entende. A palavra é aqui
usada em sentido figurado para designar a grande cidade simbólica do
Apocalipse, com referência especial ao significado do termo e as circunstâncias
de que se originou.
Aplica-se, portanto,
a alguma coisa em que, especificando sua principal característica, se pode
escrever a palavra "confusão". Há apenas três objetos possíveis a que a
palavra pode se aplicar. E são eles, pela ordem: primeiro - o mundo religioso
apóstata em geral; segundo - à igreja papal em particular; terceiro - à cidade
de Roma. Ora, examinando estes pontos mostraremos, primeiro, o que não é
Babilônia. Vamos por exclusão que fica muito mais fácil.
Primeiro - Babilônia
não se limita à igreja de Roma. Não se pode negar que essa igreja é uma parte
constitutiva muito importante da grande Babilônia. As descrições do capítulo 17
aplicam-se, muito particularmente, a essa igreja, mas, o nome que ela traz na
sua testa é: "Mistério".
A grande Babilônia,
mãe das prostituições e abominações da terra, revela outras relações
familiares. Se a igreja é a mãe, quais são ou quem são as filhas? O fato de se
falar destas filhas mostra que, além da igreja, há outros corpos religiosos
incluídos nesta designação em estreita ligação com a igreja de Roma. Além disso
haverá um apelo feito em relação com esta mensagem: "Sai
dela povo meu!"
(como no Apocalipse, capítulo 18, versículos 1 a 4). E, como esta mensagem é
localizada na presente geração, segue-se que Babilônia apenas se refere à
igreja romana que o povo de Deus, como corpo, se encontra na comunhão dessa
igreja e deve ser chamado a sair dela. Mas, pelo menos, nenhum protestante
estará disposto a adotar semelhante conclusão.
Segundo - Babilônia
não é a cidade de Roma. O argumento para mostrar que a cidade de Roma é a
Babilônia do Apocalipse é assim apresentado: O anjo disse a João que a mulher
que ele tinha visto, a grande cidade que reinava sobre os reis da terra, e que
as sete cabeças da besta são sete montes sobre os quais a mulher está sentada.
Então, tomando a cidade e os montes em
sentido literal e encontrando Roma, justamente, edificada sobre sete colinas, é
feita imediatamente a aplicação a Roma literal. O princípio em que se baseia
esta interpretação é a suposição de que a explicação de um símbolo tem de ser,
sempre, literal, mas cai por terra desde o momento em que se mostra que os
símbolos, por vezes, são explicados por outros símbolos, explicando-se, então,
este. Isto pode facilmente acontecer. Por exemplo, no Apocalipse, capítulo 11,
versículo 3, é apresentado o símbolo das "duas testemunhas". O
versículo seguinte, diz: "Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante
do Deus da terra". Neste
caso, o primeiro símbolo é o mesmo que o outro símbolo que, por sua vez, é
claramente explicado algures. O mesmo acontece com o caso que temos aqui,
diante de nós: "As sete cabeças são sete montes, a mulher que viste é a
grande cidade". Não será difícil mostrar que tanto os montes como a cidade são usados
simbolicamente.
Diante de tudo isto
temos de prestar atenção aos pontos seguintes: a) Somos informados, no capítulo
13, que uma das sete cabeças foi ferida de morte. Esta cabeça não pode,
portanto, ser um monte literal, porque
seria estulto dizer que um monte foi ferido de morte; b) Cada uma das sete
cabeças tem, sobre si, uma coroa. Ora, quem viu, jamais, um monte literal
adornado com uma coroa? c) As sete cabeças se sucedem, evidentemente, na ordem de tempo, porque lemos aqui: "cinco
caíram, um existe, o outro ainda não chegou" (ainda não é vindo), (Apocalipse,
capítulo 17, versículo 10)". Mas, as sete colinas, sobre que Roma está
edificada, não são sucessivas, seria absurdo aplicar-lhes semelhante linguagem;
d) Segundo o profeta Daniel, capítulo 7, versículo 6, comparado com o próprio
livro de Daniel no seu capítulo 8, versículos 8 e 22, as "cabeças"
significam governos. E, ainda, segundo Daniel, capítulo 2, versículos 35 a 44,
e o profeta Jeremias, capítulo 51, versículo 25, os montes significam reinos.
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