Então, diz o Apocalipse: “Alegremo-nos porque vindas são as bodas do Cordeiro,
já sua esposa se aprontou." Quem é a esposa, a
mulher do Cordeiro de Deus? E que são as bodas? Temos diante de nós um vasto campo
de meditação, material para uma exposição mais longa do que o permite o
desígnio desta obra.
Evidentemente, a esposa do Cristo é a Nova Jerusalém Celestial.
Isso é mais intensamente focalizado no capítulo 21, que vamos ver mais adiante.
As bodas do Cordeiro são a sua recepção nesta
cidade. Quando Ele recebe esta cidade, recebe-a como a glória e a metrópole do
seu reino. Por isso com ela recebe o seu reino e o trono do pai Davi (claro,
pela genealogia humana; seria absurdo que Jesus tivesse nascido de Davi, mas era para que se cumprisse a Escritura como observou, tantas vezes, São Mateus,
o Evangelista).
Mas, como dizia, isto é um acontecimento designado
pelas bodas do Cordeiro, que a relação matrimonial é muitas vezes tomada para
ilustrar a união entre o Cristo e o seu Povo. É fato já de há muito assentado,
mas as bodas do Cordeiro, de que aqui fala o vidente de Patmos, foi um
acontecimento definido, que tem de acontecer num tempo definido, e a declaração
de que o Cristo é a cabeça da Igreja como o marido é a cabeça da mulher (São
Paulo aos Efésios, capítulo 5, versículo 23). Para que a Igreja é, agora, a esposa do Cordeiro, então as bodas do
Cordeiro já tiveram lugar há muito, mas, isto, evidentemente não pode ser
segundo esta passagem.
Por quê? Por que as localiza no futuro. São
Paulo dizia aos Coríntios que os tinha desposado com um marido, a saber, o
Cristo de Deus. Isto é verdade acerca de todos os crentes em Deus, mas, embora, esta figura tenha sido usada para significar a relação em que passavam a ficar
com o Cristo.
Seria um fato que as bodas do Cordeiro se efetuaram em Corinto no
tempo de São Paulo? E tem continuado durante os passados dezenove séculos? Evidentemente,
não. Então voltaremos a apresentar no capítulo 21 outras observações sobre este
ponto.
Mas, se a cidade é a Nova Jerusalém, como
pode dizer-se que ela se aprontou? Vamos
responder: O que há aqui é uma figura de personificação. É isto mesmo, a
chamada figura de personificação, atribui vida e ação até a objetos inanimados
(basta ver o Salmo 114). A propósito do versículo 8, também perguntarão, ainda: Como é que uma cidade se pode vestir com a justiça dos santos?
Mas se considerarmos que uma cidade, sem
habitantes, não passaria de um lugar triste e sombrio, vemos, imediatamente,
como é isto: faz-se referência ao incontável número dos seus glorificados
habitantes com seus trajes resplandecentes.
Então o vestido lhe foi dado? Que significa lhe ser dado o vestido? Encontramos
a explicação no profeta Isaías, capítulo 54, e, também, na epístola de São
Paulo aos Gálatas, capítulo 4, versículos 21 a 31. "À cidade da nova aliança são concedidos muito
mais filhos do que a antiga aliança, estes são a sua glória e regozijo, o seu
motivo de aleluia". O belo traje desta
cidade, por assim dizer, consiste nas hostes dos remidos, de seres imortais que
andam nas suas ruas de ouro.
Versículos 9 e 10:
”Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são
chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras
palavras de Deus. Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me
disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o
testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da
profecia."
Isto é muito importante! Primeiro a
ceia das bodas do Cordeiro. Muitas são as alusões a esta ceia das bodas
no Novo Testamento. Há mesmo referência a ela na parábola das bodas do filho do
rei (Evangelho segundo São Mateus, capítulo 22, versículos 1 a 14; Evangelho de
Jesus segundo São Lucas, capítulo 14, versículos 16 a 24). E a altura em que
comeremos pão no reino de Deus quando formos recompensados na ressurreição dos
justos (São Lucas 14, versículos 12 a 15), e a altura em que beberemos de novo
do fruto da videira com nosso Redentor no seu reino celeste (Mateus 26-29;
Marcos 14-25; e ainda Lucas 22-18), e a altura em que nos havemos de sentar à
sua mesa no seu reino (Lucas 22-30), e, então, Jesus se cingirá e, chegando-se,
nos servirá (Lucas 12-37), bem-aventurados, realmente, os que têm o privilégio
de participar deste banquete celestial.
Está cima do nosso entendimento.
Finalmente, esta passagem do seu servo: “Olha, não faças tal, sou teu servo e de teus
irmãos que tem o testemunho de Jesus; adora a Deus, porque o testemunho de
Jesus é o espírito de profecia”. Ora, pensem no papa se ele seria capaz de dizer uma coisa
dessas, e qualquer chefe que goste de ser chamado “mestre”. Mestre pra cá, mestre pra lá, mestre acolá.
Graças a Deus, desde os primórdios eu fiz esta proibição: Ninguém me chame
mestre, mestre só é um: Jesus! Pai só há um: é Deus! Ninguém mais é pai coisa
nenhuma.
Uma palavra sobre o versículo 10, a propósito
dos que pensam que encontram aqui um argumento para a inconsciência na morte, está contraditado. Aqui está provado que o espírito é imortal, a morte não
termina coisa alguma, a morte é um boato.
Se Deus nos criasse para nos matar então era
melhor que morrêssemos já, imediatamente. Esperar o que? Mais dois, dez, cinco, vinte, oitenta anos, e
daí? Se tem de morrer um dia, morra já, se temos de morrer um dia, morramos já.
Mas não, aí está o espírito mais vivo do que quando na carne. A pessoa
empregada para dar o Apocalipse a João é chamado de anjo, e os anjos são os
espíritos, aqueles que já se purificaram, já não precisam mais de um envoltório
carnal ou material, e diz que é um conservo de João como tinha sido conservo
dos seus irmãos profetas.
Ora, a palavra conservo significa que todos
eles andaram em comum como servos de Deus, por isso não era objeto para
adoração de João. Adorar a Deus, não a mim. Basta ver, a propósito, capítulo 1,
versículo 1, (“seu anjo"). Isso é muito importante! Prova a humildade desses
espíritos de luz (são os anjos), quer dizer, já foram homens. O anjo não foi fabricado
com asinhas, isso é criação de cada um. Você pode se tornar um diabo ou um anjo: diabo pela
maldade e um anjo pela bondade. Todo bem que você faz vai purificando a sua
alma, o seu espírito. Você um dia será anjo, é a evolução incessante: vem lá do mineral,
passa pelo vegetal, para escala animal, depois para o chamado reino hominal, e
depois para o reino angelical, e não para aí. Vai subindo, subindo sempre até
ser um com Jesus, e, então, um dia poder dizer como Ele pode dizer: “Eu e o Pai somos um.” É muito importante!
"Não faças tal, não te ajoelhes
diante de mim, sou apenas um servo como tu és, e como meus irmãos profetas o
foram." Adora a Deus, meu
amigo. O que é que há? Nada de ajoelhar-se diante de mim, não mereço isto. É
formidável! E tanta gente querendo que a Humanidade se ajoelhe e lhe beije a
mão. Beijar mão de homem, e a gente se ajoelhar diante de homem? É muito
descaramento! Deus que me perdoe! Mas, enfim, falta pouco para acabar essa
palhaçada toda, porque, aqui para nós, a gente aguenta mas com uma vontade
imensa de vomitar. Deus se compadeça de tanta burrice, de tanta santarronice,
de tanta parvoice. Brevemente poderemos dizer: ORA, VEM SENHOR JESUS! ATÉ QUE
ENFIM!
Este é Apocalipse de Jesus segundo São João,
capítulo 19, versículos 11 a 21:
Este é Apocalipse de Jesus segundo São João, capítulo 19, versículos 11 a 21:
"Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro.
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