segunda-feira, 10 de junho de 2019


Por quê? Porque não conseguirão libertar-se das suas terríveis garras. O salário do pecado é a morte, como escreveu São Paulo apóstolo, e aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.

Meu caríssimo irmão, está o seu nome inscrito no Livro da Vida? Pode enfrentar a contabilidade divina no "   deve e haver"? Será que te esforças por evitar, em teu próprio caso, o terrível fim que aguarda os perversos? Ouve o conselho de um irmão mais velho: - Só não descanses até que tenhas motivo para ver que o teu nome está mesmo registrado, com todas as letras, na lista dos que hão de participar, finalmente, das bênçãos, das bem-aventuranças da Vida Eterna.

Este é o Apocalipse de Jesus segundo São João no capítulo 21, exatamente o penúltimo do livro das profecias finais. O assunto deste capítulo, desde o versículo 2, é a Nova Jerusalém, mas antes de ser apresentado, São João nos diz o que há de acontecer aos atuais céu, terra e mar, com as seguintes palavras, capítulo 21, versículo 1: 

“E vi um novo céu e uma nova terra, porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram e o mar já não é."

Novo céu e nova terra - Primeiro céu e primeira terra. São João quer, sem dúvida, se referir ao céu e a terra atuais. Os céus e a terra que agora existem (como diz São Pedro na sua II Epístola, capítulo 3, versículo 7). Alguns têm suposto que quando a Bíblia fala no terceiro céu em que estão o paraíso e a árvore da vida (São Paulo, II aos Coríntios, capítulo 12, versículo 2; neste mesmo Apocalipse, capítulo 2, versículo 7) se refere ao céu que ainda é futuro, e não prova que haja, atualmente, um paraíso e uma árvore da vida com existência concreta no céu.

Baseiam sua opinião no fato de que São Pedro fala de três céus e terras. Primeiro, os anteriores ao dilúvio, segundo, os que existem agora, terceiro, os que hão de vir. Mas essa teoria é completamente rebatida pelo primeiro versículo deste capítulo 21 do Apocalipse, porque São João menciona aqui apenas dois céus e duas terras. Aos que agora existem, chama primeiro, de sorte que os futuros novos céus segundo esta numeração seriam os segundos e não os terceiros. Por isso é certo que São Pedro não pretende estabelecer uma ordem numérica segundo a qual teríamos de falar em primeiro, segundo e terceiro céu. O objetivo de suas palavras era apenas mostrar como um céu e terra literais sucederam à destruição da terra pelo dilúvio, assim, um céu e terra literais teriam de resultar da renovação do presente sistema pelo fogo. Não se prova, portanto, que a Bíblia quando fala do terceiro céu se refira simplesmente ao terceiro estado dos atuais céus e terra, porque, então, todos os escritores Bíblicos, uniformemente, os teriam contado dessa forma.

E assim caem por terra os argumentos dos que tentam desaprovar a ideia de uma existência literal do paraíso e da árvore da vida em nossos dias. Certamente que a Bíblia reconhece três céus na presente constituição das coisas. O primeiro, o céu atmosférico habitado pelas aves do céu. O segundo, o céu planetário, que é a região do sol, da lua e das estrelas. O terceiro, acima dos outros, onde se encontram, segundo a Bíblia Sagrada, o paraíso e a árvore da vida (Apocalipse, capítulo 2, versículo 7): “Onde Deus tem a sua residência e o seu trono” (Apocalipse, capítulo 22, versículos 1 e 2 como ainda veremos); ao qual São Paulo foi arrebatado em visão celeste, como ele mesmo conta na II aos Coríntios,  capítulo 12; onde Jesus subiu quando deixou este mundo (Apocalipse, capítulo 12, versículo 5); onde agora, como Rei Sacerdote, está sentado no trono com seu Pai (profeta Zacarias, capítulo 6, versículo 13, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada), e onde se encontra a gloriosa cidade aguardando que os santos entrem na vida eterna (Apocalipse, capítulo 21, versículo 2).

Bendito seja Deus para sempre, por ter deixado chegar o conhecimento daquele brilhante país a este pobre mundo que habitamos. Graças sejam dadas ao Seu Santo Nome por nos ter sido aberto um caminho que, dos obscuros lugares da terra, conduz àquelas ditosas moradas como direta e brilhante estrada de luz. Como dizia o mestre: “Há muitas moradas na casa de meu Pai”. 

Pelo fato de João dizer: “E o mar já não existe”, às vezes se pergunta: Acaso não haverá mar na nova Terra? Esta passagem não diz isso, porque João fala somente do céu, da Terra e do mar atuais. Poderia traduzir-se assim: Porque o primeiro céu e a primeira Terra desapareceram, e o mar (ouk estin eti, não existe já) também desapareceu, quer dizer, já não se via o velho mar, como tampouco se viam os velhos céus e a velha Terra. No entanto, pode haver um novo mar como há uma nova Terra. Adam Clarke disse acerca desta passagem: “O mar já não aparecia, como não apareciam os primeiros céus e a Terra. Tudo foi feito novo; e provavelmente o novo mar ocupou uma situação diferente, e ficou distribuído de modo diferente do assumido pelo velho mar.” (Adam Clarke, Commentary on the New Testament, vol. 2, p. 1.058).

O rio da vida, cuja descrição lemos no capitulo seguinte, procede do trono de Deus e flui pela rua ampla da cidade, deve encontrar algum lugar onde desembocar suas águas, e qual poderia ser senão o mar da nova Terra. Que haverá um mar ou mares na nova pode deduzir-se da profecia que fala o seguinte do futuro reino de Cristo: “o seu domínio se estenderá de mar a mar e desde o Eufrates até às extremidades da terra” (Zacarias 9-10). Mas é difícil crer que três quartas partes do globo serão sacrificadas como agora as águas.

O novo mundo, onde hão de morar os fiéis filhos de Deus terão tudo o que seja necessário para dar-lhe proporção, utilidade e beleza.

Passemos agora aos versículos 2, 3 e 4, do capítulo 21:

"E eu João vi  a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram."

É uma beleza! Vale a pena sofrer um pouco mais para um dia contemplar esta maravilha divina:  “E DEUS LIMPARÁ DOS SEUS OLHOS TODA LÁGRIMA; E NÃO HAVERÁ MAIS MORTE, NEM PRANTO, NEM DOR; É A CASA DO PAI."

Relacionada com a visão que São João teve da Santa Cidade, que de Deus descia do céu, ouve-se uma voz, dizendo: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, porque com eles habitará”.

Segue-se, naturalmente, a conclusão de que o tabernáculo aqui mencionado é a Cidade. Essa mesma Cidade é chamada no Evangelho segundo São João, capítulo 14, a "Casa do Pai" em que há muitas moradas. Se levantasse em algum espírito a objeção de que se trata de um lugar permanente demais, para poder chamar-se tabernáculo, poderíamos responder que a palavra tabernáculo, por vezes, tem o significado de um lugar de habitação permanente. O grande Deus estabelece sua morada nesta terra, mas não podemos supor que Deus se limite a este ou a qualquer dos mundos da Sua criação. Ele tem aqui um trono, e a terra goza tanto da sua presença que se pode dizer que Ele habita entre os seus filhos homens.

E por que havia de ser estranho este pensamento? O unigênito Filho de Deus está aqui como o governador de seu reino especial, e a Santa Cidade que é chamada a Casa do Pai. É natural supor que seja o mais belo e glorioso objeto do Universo, também, estará aqui, e as hostes celestiais tomam por este mundo um interesse, provavelmente, superior ao que consagram a qualquer outro mundo. Sim, raciocinando segundo uma das parábolas do redentor: "Haverá mais alegria no céu por um mundo remido, por um mundo que se salva, do que por noventa e nove que não precisam mais de salvação."

"E Deus limpará de seus olhos toda lágrima."

Não limpa literalmente as lágrimas do seu povo, porque naquele reino não há lágrimas que precisem ser limpadas, mas  Ele limpa as lágrimas removendo todas as causas das lágrimas. Cessando a causa, cessa o efeito.



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