sábado, 29 de junho de 2019


Esta é a imagem do velho autor de "O Novo Mundo Comparado com o Velho Mundo".

Um escritor na Nation, de Dublin, pelo ano de 1850, falou dos Estados Unidos como de um maravilhoso império que estava emergindo no meio do silêncio da terra, diariamente aumentando o seu orgulho e o seu poder. Outro grande nome, Martyn, na  história da grande reforma Luterana, no seu volume IV, página 238, precisamente deixa um trecho do discurso proferido por Everett sobre os exilados ingleses que fundaram os Estados Unidos, e diz: "Procuravam eles um local retirado, inofensivo pela sua obscuridade, seguro no seu afastamento dos antros dos déspotas, onde a pequena igreja de Leyden pudesse gozar liberdade de consciência, eis as poderosas regiões sobre as quais, em conquista pacífica, vemos hastearem-se os estandartes da cruz."

Vamos agora cotejar estas expressões: "Subir da terra", e "emergindo no meio do silêncio da terra", "como silenciosa semente crescemos e nos convertemos em império", e "poderosas regiões ocupadas por conquista pacífica".

Evidentemente, a primeira é do profeta afirmando que aconteceria quando o "animal de duas pontas" se levantasse, as outras são de escritores políticos dizendo o que aconteceu na história dos Estados Unidos da América do Norte. Pode alguém deixar de ver que as últimas três são perfeitamente sinônimas da primeira, e registra um cumprimento completo da predição?

Outra pergunta se segue, naturalmente: Subiram os Estados Unidos de modo a cumprir os pormenores da profecia?

Vamos ver: Pouco antes da grande reforma no tempo de Martinho Lutero, foi descoberto o Continente ou Hemisfério Ocidental. A Reforma Protestante (esta é a verdade) despertou as nações agrilhoadas sob pesadas cadeias da superstição para o fato de que todo homem tem o divino direito de adorar a Deus, conforme os ditames da sua própria consciência. Daí o livre exame que caracteriza a grande religião protestante, mas os donos do mundo são contrários a perder a sua força, então a intolerância religiosa ainda oprimia  o povo. Sob estas circunstâncias, um corpo de heróis religiosos determinou, por fim, procurar nas selvas norte-americanas aquela medida de liberdade civil e religiosa que tanto almejavam. No seu nobre intento, cem (uma centena) desses exilados voluntários desembarcaram no Mayflower nas costas de Nova Inglaterra, em 21 de dezembro de 1620.

E aqui diz, Martyn: "Nasceu a Nova Inglaterra, e este foi o seu primeiro balbuciar de criança, uma oração, uma ação de Graças a Deus".

Outra colônia inglesa permanente foi estabelecida em Jamestown (1607), e, com o andar dos tempos, outras bases se estabeleceram, organizando-se em colônias, todas sujeitas à coroa inglesa, claro, que até a Declaração da Independência, em 4 de julho de 1776.

Segundo o United States Magazine, de agosto de 1855, "a população das colônias inglesas elevava-se, em 1701, a 262.000 habitantes; em 1749, a 1.046.000; em 1775, a 2.803.000; então começou a luta das colônias americanas em prol da independência. Finalmente, em 1776, declararam-se uma nação livre e independente. Já em 1777, delegados dos treze Estados originais: New Hampshire, Massachusetts, Rhoden Island, Connecticut, New York, New Jersey, Pennsylvania, Newark, Mariland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia, reunidos em Congresso, adotaram os artigos da Confederação. Em 1783, a guerra da revolução terminou por um tratado de paz com a Grã-Bretanha, pela qual era reconhecida a independência dos Estados Unidos e cedido o território na extensão de 815.615 milhas quadradas. No ano de 1787 foi redigida a Constituição ratificada pelos referidos treze Estados e, a 1º de março de 1789, imediatamente entrou em vigor, então, o barco do Estado norte-americano, foi lançado às águas com menos de um milhão de milhas quadradas de território e cerca de três milhões de almas".

Continua o escritor: 

"Assim, somos levados ao ano de 1798 em que os Estados Unidos, realmente, já era uma nação que se destacava no concerto das nações." E é, exatamente aqui, saibam eles ou não saibam, é aqui exatamente, em 1798 que os Estados Unidos são introduzidos neste Apocalipse. E, agora, passando por alto, um pouco mais de cem anos, no começo do Século XX, o território dos Estados Unidos se expandiu para 3.678.392 milhas quadradas, e a sua população acima de cem milhões. Seu progresso em todos os empreendimentos industriais, produções agrícolas, cultura de gado, jornais, escolas, produção de metais preciosos, riquezas de todas as espécies, já no princípio do século mostravam a pujança do governo dos Estados Unidos da América do Norte.

E o caráter do governo simbolizado pela "besta de duas pontas"?

Debaixo desta divisão do assunto, encontramos ainda maior evidência de que o símbolo representa os Estados Unidos. Descrevendo este poder, São João diz que ele tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro. As pontas de um cordeiro indicam: 

primeiro: juventude; 

em segundo lugar: amabilidade, certa inocência. 

Como nação recentemente criada, os Estados Unidos correspondem, admiravelmente, ao símbolo no que respeita a idade, porque nenhuma outra nação (como já ficou provado) se encontra nessas mesmas condições. Nosso Brasil, cujo papel vem lá adiante, não estaria, por exemplo, nestas condições de profecia, basta ver que a sua independência veio muito mais tarde (em 1822).

Consideradas como índice de poder e caráter, é fácil descobrir o que constitui as "duas pontas" do governo norte-americano se conseguirmos certificar-nos do segredo da sua força e do seu poder. 

Do que revela o seu caráter aparente ou constitui a sua profissão? Vejamos, por exemplo, o depoimento de Bingham. Ele nos dá a chave de todo o assunto quando afirma que: "o objetivo de todos aqueles que primeiro demandaram às plagas norte-americanas, era encontrar o que o  mundo não tinha visto durante séculos, a saber:   uma  igreja  sem papa e um Estado sem rei. Porque a igreja protestante não tem papa e os Estados Unidos são uma república."

Expresso noutros termos: este seria o governo em que o poder eclesiástico devia estar separado do poder civil e em que devia reinar soberanamente a liberdade civil e religiosa. Não é preciso nenhum argumento para mostrar, e a própria afirmação é desnecessária que esta é, precisamente, a profissão do governo norte-americano.

Vejamos o artigo 4º da Constituição dos Estados Unidos:  "Os Estados Unidos garantirão a cada Estado desta União uma forma republicana de governo". O artigo 6º: "Nenhuma prova religiosa será jamais requerida como qualificação para qualquer ofício ou cargo público dos Estados Unidos da América do Norte". A primeira Emenda da Constituição, artigo 1º, começa assim: "O Congresso não fará nenhuma lei acerca do estabelecimento de religião ou proibindo o livre exercício dela".

Ora, esses artigos professam a mais ampla garantia de liberdade civil e religiosa e, também, a completa e perpétua separação do Estado e da religião. Lá, realmente, há separação, no Brasil, não! A igreja manda no governo, o governo só vive quando a igreja diz: "pode viver". Que melhores símbolos disso podiam ser dados do que "dois chifres semelhantes aos de um cordeiro"? Em que outro país se pode encontrar uma condição de coisas que corresponda, tão completamente, a este aspecto do símbolo?

Outro ponto: um governo republicano.

O "animal de duas pontas" simboliza uma nação com uma forma republicana de governo: mostra-se isto pela ausência de coroas, tanto na cabeça como nas pontas. Uma coroa é um símbolo apropriado de uma forma de governo régio ou monárquico, e a ausência de coroas, como neste caso, sugere um governo em que o poder não reside em qualquer membro governador, mas reside, por consequência, nas mãos do povo. É democracia, mas esta não é a prova mais concludente de que a nação aqui simbolizada é republicana, é democrática em sua forma de governo. Pelo versículo 14 sabemos que é feito um apelo ao povo quando se realiza qualquer ação nacional. Vejam o que está no Apocalipse: "dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta, etc."  Se o governo norte-americano fosse uma monarquia as questões nacionais dificilmente seriam submetidas nesta inqualificável maneira ao povo. E o fato de o apelo ser aqui feito ao povo, mostra que a forma de governo é tal que o poder reside em suas mãos. Este é, enfaticamente, o caso do governo dos Estados Unidos da América do Norte mas não de qualquer outro governo, se é que alguém pense, razoavelmente, aplicar este símbolo a outro governo. É outro forte elo na cadeia de evidências de que este símbolo do Apocalipse deve aplicar-se aos Estados Unidos da América do Norte.

Mais um ponto (e é o oitavo): trata-se de uma nação protestante.

O "animal de duas pontas" também simboliza um governo que é protestante em religião, isto é, um poder não católico.



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