Esta é a imagem do velho autor de "O Novo Mundo Comparado com
o Velho Mundo".
Um escritor na Nation, de Dublin, pelo
ano de 1850, falou dos Estados Unidos como de um maravilhoso império que estava
emergindo no meio do silêncio da terra, diariamente aumentando o seu orgulho e
o seu poder. Outro grande nome, Martyn, na
história da grande reforma Luterana, no seu volume IV, página 238,
precisamente deixa um trecho do discurso proferido por Everett sobre os
exilados ingleses que fundaram os Estados Unidos, e diz: "Procuravam eles um local
retirado, inofensivo pela sua obscuridade, seguro no seu afastamento dos antros
dos déspotas, onde a pequena igreja de Leyden pudesse gozar liberdade de
consciência, eis as poderosas regiões sobre as quais, em conquista pacífica,
vemos hastearem-se os estandartes da cruz."
Vamos agora cotejar estas expressões: "Subir da terra", e
"emergindo no meio do silêncio da terra", "como silenciosa
semente crescemos e nos convertemos em império", e "poderosas regiões
ocupadas por conquista pacífica".
Evidentemente, a primeira é do profeta
afirmando que aconteceria quando o "animal de duas pontas" se levantasse, as outras são de
escritores políticos dizendo o que aconteceu na história dos Estados Unidos da
América do Norte. Pode alguém deixar de ver que as últimas três são
perfeitamente sinônimas da primeira, e registra um cumprimento completo da
predição?
Outra pergunta se segue, naturalmente:
Subiram os Estados Unidos de modo a cumprir os pormenores da profecia?
Vamos ver: Pouco antes da grande
reforma no tempo de Martinho Lutero, foi descoberto o Continente ou Hemisfério
Ocidental. A Reforma Protestante (esta é a verdade) despertou as nações
agrilhoadas sob pesadas cadeias da superstição para o fato de que todo homem
tem o divino direito de adorar a Deus, conforme os ditames da sua própria
consciência. Daí o livre exame que caracteriza a grande religião protestante,
mas os donos do mundo são contrários a perder a sua força, então a intolerância
religiosa ainda oprimia o povo. Sob
estas circunstâncias, um corpo de heróis religiosos determinou, por fim,
procurar nas selvas norte-americanas aquela medida de liberdade civil e
religiosa que tanto almejavam. No seu nobre intento, cem (uma centena) desses
exilados voluntários desembarcaram no Mayflower nas costas de Nova Inglaterra,
em 21 de dezembro de 1620.
E aqui diz, Martyn: "Nasceu a
Nova Inglaterra, e este foi o seu primeiro balbuciar de criança, uma oração,
uma ação de Graças a Deus".
Outra colônia inglesa permanente foi
estabelecida em Jamestown (1607), e, com o andar dos tempos, outras bases se
estabeleceram, organizando-se em colônias, todas sujeitas à coroa inglesa,
claro, que até a Declaração da Independência, em 4 de julho de 1776.
Segundo o United States Magazine, de
agosto de 1855, "a
população das colônias inglesas elevava-se, em 1701, a 262.000 habitantes; em
1749, a 1.046.000; em 1775, a 2.803.000; então começou a luta das colônias
americanas em prol da independência. Finalmente, em 1776, declararam-se uma
nação livre e independente. Já em 1777, delegados dos treze Estados originais: New
Hampshire, Massachusetts, Rhoden Island, Connecticut, New York, New Jersey, Pennsylvania,
Newark, Mariland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia,
reunidos em Congresso, adotaram os artigos da Confederação. Em 1783, a guerra
da revolução terminou por um tratado de paz com a Grã-Bretanha, pela qual era
reconhecida a independência dos Estados Unidos e cedido o território na
extensão de 815.615 milhas quadradas. No ano de 1787 foi redigida a
Constituição ratificada pelos referidos treze Estados e, a 1º de março de 1789,
imediatamente entrou em vigor, então, o barco do Estado norte-americano, foi
lançado às águas com menos de um milhão de milhas quadradas de território e
cerca de três milhões de almas".
Continua o escritor:
"Assim, somos levados ao ano
de 1798 em que os Estados Unidos, realmente, já era uma nação que se destacava
no concerto das nações."
E é, exatamente aqui, saibam eles ou não saibam, é aqui exatamente, em 1798 que
os Estados Unidos são introduzidos neste Apocalipse. E, agora, passando por alto, um pouco mais de cem anos, no começo do Século XX, o território dos Estados
Unidos se expandiu para 3.678.392 milhas quadradas, e a sua população acima de
cem milhões. Seu progresso em todos os empreendimentos industriais, produções
agrícolas, cultura de gado, jornais, escolas, produção de metais preciosos,
riquezas de todas as espécies, já no princípio do século mostravam a pujança do
governo dos Estados Unidos da América do Norte.
E o caráter do governo simbolizado
pela "besta
de duas pontas"?
Debaixo desta divisão do assunto,
encontramos ainda maior evidência de que o símbolo representa os Estados Unidos.
Descrevendo este poder, São João diz que ele tinha dois chifres semelhantes aos de um
cordeiro.
As pontas de um cordeiro indicam:
primeiro: juventude;
em segundo lugar:
amabilidade, certa inocência.
Como nação recentemente criada, os Estados Unidos
correspondem, admiravelmente, ao símbolo no que respeita a idade, porque
nenhuma outra nação (como já ficou provado) se encontra nessas mesmas
condições. Nosso Brasil, cujo papel vem lá adiante, não estaria, por exemplo,
nestas condições de profecia, basta ver que a sua independência veio muito mais
tarde (em 1822).
Consideradas como índice de poder e
caráter, é fácil descobrir o que constitui as "duas pontas" do governo
norte-americano se conseguirmos certificar-nos do segredo da sua força e do seu
poder.
Do que revela o seu caráter aparente ou constitui a sua profissão? Vejamos,
por exemplo, o depoimento de Bingham. Ele nos dá a chave de todo o assunto quando
afirma que: "o
objetivo de todos aqueles que primeiro demandaram às plagas norte-americanas,
era encontrar o que o mundo não tinha
visto durante séculos, a saber: uma igreja sem
papa e um Estado sem rei. Porque a igreja protestante não tem papa e os Estados
Unidos são uma república."
Expresso noutros termos: este seria o
governo em que o poder eclesiástico devia estar separado do poder civil e em
que devia reinar soberanamente a liberdade civil e religiosa. Não é preciso
nenhum argumento para mostrar, e a própria afirmação é desnecessária que esta
é, precisamente, a profissão do governo norte-americano.
Vejamos o artigo 4º da Constituição
dos Estados Unidos: "Os Estados Unidos garantirão
a cada Estado desta União uma forma republicana de governo". O artigo 6º: "Nenhuma prova religiosa
será jamais requerida como qualificação para qualquer ofício ou cargo público
dos Estados Unidos da América do Norte". A primeira Emenda da Constituição, artigo 1º, começa
assim: "O
Congresso não fará nenhuma lei acerca do estabelecimento de religião ou
proibindo o livre exercício dela".
Ora, esses artigos professam a mais
ampla garantia de liberdade civil e religiosa e, também, a completa e perpétua
separação do Estado e da religião. Lá, realmente, há separação, no Brasil, não!
A igreja manda no governo, o governo só vive quando a igreja diz: "pode
viver". Que melhores símbolos disso podiam ser dados do que "dois
chifres semelhantes aos de um cordeiro"? Em que outro país se pode encontrar
uma condição de coisas que corresponda, tão completamente, a este aspecto do
símbolo?
Outro ponto: um governo republicano.
O "animal de duas pontas" simboliza uma nação com uma forma
republicana de governo: mostra-se isto pela ausência de coroas, tanto na cabeça
como nas pontas. Uma coroa é um símbolo apropriado de uma forma de governo
régio ou monárquico, e a ausência de coroas, como neste caso, sugere um governo
em que o poder não reside em qualquer membro governador, mas reside, por
consequência, nas mãos do povo. É democracia, mas esta não é a prova mais
concludente de que a nação aqui simbolizada é republicana, é democrática em
sua forma de governo. Pelo versículo 14 sabemos que é feito um apelo ao povo
quando se realiza qualquer ação nacional. Vejam o que está no Apocalipse:
"dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta,
etc." Se o governo norte-americano
fosse uma monarquia as questões nacionais dificilmente seriam submetidas nesta
inqualificável maneira ao povo. E o fato de o apelo ser aqui feito ao povo,
mostra que a forma de governo é tal que o poder reside em suas mãos. Este é,
enfaticamente, o caso do governo dos Estados Unidos da América do Norte mas não
de qualquer outro governo, se é que alguém pense, razoavelmente, aplicar este
símbolo a outro governo. É outro forte elo na cadeia de evidências de que este
símbolo do Apocalipse deve aplicar-se aos Estados Unidos da América do Norte.
Mais um ponto (e é o oitavo): trata-se
de uma nação protestante.
O "animal de duas pontas" também simboliza um governo que é
protestante em religião, isto é, um poder não católico.
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