terça-feira, 25 de junho de 2019


aplicação da mensagem ao passado.

 

Vamos ver a opinião que a localiza numa época futura. Por época futura entende-se um período a seguir ao segundo advento de Nosso Senhor e Mestre Jesus. E o motivo apresentado para localizar a mensagem nesta altura, é o fato de que São João viu um anjo voar pelo meio do céu logo depois de ter visto o Cordeiro de Deus no Monte Sião com aqueles 144.000, e este é, evidentemente, um acontecimento futuro. Se o livro do Apocalipse fosse uma profecia, digamos, consecutiva, haveria razão de ser neste raciocínio, mas, como consta de uma série de cadeias independentes de profecias, bem como já mostramos, uma dessas cadeias termina com o versículo 5 deste capítulo, e uma nova começa com o versículo 6, portanto, essa opinião já não pode mais ser defendida. Basta compreendermos que a mensagem não pode ter o seu cumprimento numa época futura e, para tanto, basta observar o seguinte:

 

primeiro - a missão apostólica estendia-se, apenas, até a ceifa, que é o "fim do mundo". Portanto se este anjo, com o Evangelho Eterno vem depois deste acontecimento, prega outro Evangelho.  Então sujeita-se ao anátema do Apóstolo Paulo aos Gálatas, capítulo 1º, versículo 8;

 

segundo - a segunda mensagem não pode, evidentemente, ser dada antes da primeira. Mas, a segunda mensagem anuncia "a queda de Babilônia", e, depois disso se ouve uma voz do céu dizendo "Sai dela povo meu!".

 

É absurdo localizar isto depois do segundo advento de Jesus, vendo que todo   o  POVO DE DEUS,  tanto  vivos  quanto  mortos,  é,  nesse  tempo, arrebatado e encontrar o Senhor nos ares para estar sempre com Ele, e depois disto não podem ser chamados a saírem de Babilônia. O Cristo não os leva para Babilônia, mas para a casa do Pai, onde há muitas moradas (Evangelho segundo São João, capítulo 14, versículo 2, e dai por diante).

 

terceiro ponto - um relance para a mensagem do terceiro anjo que se deve localizar numa época futura no caso de a primeira também o ser, mostra, ainda mais, claramente, o absurdo desta opinião. Esta mensagem adverte contra a adoração da besta e se refere, sem dúvida, ao papado. Mas, a besta papal é destruída e é entregue às chamas devoradoras quando o Cristo vem (livro do profeta Daniel, capítulo 7, versículo 11; II Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses, capítulo 2, versículo 8). Vai para o lago de fogo para não mais perturbar os santos do Altíssimo (deste mesmo Apocalipse, capítulo 19, versículo 20). Para que defender o absurdo de localizar uma mensagem contra a adoração da  besta num tempo em que a besta cessou de existir e o seu culto é, portanto, impossível? Meus amigos, meus irmãos, já tivemos matéria de muita profundidade espiritual; meditem, peçam a Deus aquela intuição que descobre todos estes segredos, porque isto é dado àqueles que, realmente, amam  o seu Senhor.

 

"Só verá a Deus quem for santo e sábio". Deus não gosta de santo burro: o santo deve ser inteligente, culto, integrado na Sua própria sabedoria.

 

No versículo 13, do capítulo 14, deste Apocalipse, é pronunciada uma bênção para os "mortos que desde agora morrem no Senhor", isto é,  desde o tempo em que a "terceira mensagem" começa a ser dada. Isto constitui uma demonstração cabal do fato de que a mensagem tem de ser dada antes da primeira ressurreição, porque depois desse acontecimento todos os que têm uma parte ali (e abrange a todos, tantos vivos quantos mortos, que não estão condenados à segunda morte) tornam-se como anjos de Deus e não podem voltar a morrer. Pomos, portanto, de lado esta opinião acerca da época futura, como absurda e impossível: não é bíblica.

 

Estamos preparados, agora, para examinar a terceira opinião que a mensagem pertence à geração presente, a esta geração, a esta gente que está aí, hoje. O argumento sobre os dois pontos precedentes, como já vimos, ajuda a estabelecer a presente proposição,  porque  se a mensagem não foi dada no passado e não pode ser dada no futuro, depois da volta do Cristo de Deus. Onde poderia localizar-se senão nesta geração se estamos nos últimos dias? Eu teria muito a dizer, abrindo aqui um parênteses, porque antes da volta visível do Chefe Planetário haverá várias voltas invisíveis do mesmo Chefe Planetário (só será possível aos que têm vidência, clarividência, clariaudiência, e outros dons imprescindíveis para esse contato direto com Aquele que é, realmente, o caminho, a verdade e a vida). Mas não posso dizer mais do que isto. Para todos os efeitos, só quando chegar a hora daquela ordem: - Diga tudo! Diga tudo! E eu direi tudo como simples mero instrumento, e muito enferrujado, nas mãos divinas Daquele que criou o planeta pela vontade de Deus: "No princípio era o Verbo, o Verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. O mundo foi feito por ele, todas as coisas foram feitas por ele, nada do que se fez foi feito sem ele, Cristo Jesus". É onde se dá a revelação do Novo Mandamento provando que todos somos cristãos com  nomes diferentes, com apelidos: cristãos católicos, cristãos espíritas, cristãos protestantes, cristãos judeus, xintoístas, hinduístas, budistas, que importa? Que importa o rótulo? Que importa o nome? Somos todos do Cristo, somos todos de Deus, somos todos do Espírito Santo, a grande Família do Amor Universal.

 

Mas vamos continuar. Realmente, a própria natureza da mensagem a limita à última geração da Humanidade (veja quem tem olhos de ver).  Proclama a hora da vinda do juízo, do julgamento de Deus, mas o juízo pertence à conclusão da obra de salvação em favor do mundo. E a proclamação que anuncia a sua proximidade, só pode, portanto, fazer-se quando nos aproximamos do fim. Demonstra-se, ainda, que a mensagem pertence ao tempo presente ao provar-se que este anjo é idêntico ao anjo do Apocalipse 10 que proclama a sua mensagem nesta geração, nesta! Os tempos são realmente chegados, veja quem tem olhos de ver, ouça quem tem ouvidos de ouvir!


Sobre a identidade do primeiro anjo do Apocalipse 14 e do anjo do Apocalipse 10 basta o argumento do último capítulo, mas, o argumento mais forte, mais conclusivo de que a mensagem pertence ao tempo presente, consiste em encontrar algum movimento nesta geração, por meio do qual o seu cumprimento se tem realizado ou se está  realizando.


E, aqui, nos referimos a um movimento cuja existência será, hoje, difícil de encontrar alguém que ignore, gente que estuda as Escrituras, principalmente o Apocalipse: É O MOVIMENTO ADVENTISTA DO ÚLTIMO SÉCULO.

 

Em 1831, Guilherme Miller, de Low Hampton, N.Y, por um fervoroso e sólido estudo das profecias, foi levado a conclusão de que a dispensação cristã estava perto do seu fim. Colocou o termo que pensava ocorrer no fim dos períodos proféticos, aí por volta do ano de 1843, e esta data foi depois estendida até o outono de 1844. Chamamos as suas investigações "um sólido estudo das profecias", porque adotou a regra de interpretação que se encontra na base de toda a reforma religiosa e de todo o movimento de avanço, ou conhecimento profético, a saber: "Tomar toda a linguagem das Escrituras, exatamente como faríamos com a de qualquer outro livro em sentido literal, a não ser que o contexto ou as leis da linguagem requeiram que se interprete em sentido figurado, e deixar que uma passagem da Escritura interprete outra passagem."

 

É certo que, sob um ponto de vista vital, ele cometeu um erro, como vamos explicar. Mas, em princípio e em grande número de pormenores, ele foi correto. Apenas ficou no "ipsis verbis virgulisque" (ao pé da letra). E. como já dizia São Paulo Apóstolo: "A letra mata, o espírito sim, vivifica".


Estava num reto caminho, fez um avanço imenso sobre todo o sistema teológico do seu tempo. Quando começou a propagar os seus pontos de vista, eles encontraram um fervor geral, e foram seguidos por grandes despertamentos religiosos em diferentes partes do país.

 

Em breve uma multidão de colaboradores se reuniu em volta dele e, entre os quais, se podem citar homens como F. G. Browm, C. Fitch, Josias Litch, J. V. Himes e outros, que eram, então, eminentes pelos seus conhecimentos e pela sua piedade no mundo religioso.

 

O período marcado pelos anos 1840 a 1844 foi de intensa atividade e grande processo nesta campanha. Foi proclamada ao mundo uma mensagem com todas as  características de um cumprimento da proclamação do Apocalipse 14, versículos 6 e 7.

 

A proclamação era enfática, visava, evidentemente, ao chamado Evangelho Eterno. Pertencia ao fim desta época e à entrada da época eterna do Cristo, o Rei da Justiça. Esse Evangelho do reino é o que Jesus declarava devia ser pregado em todo mundo em testemunho a todas as nações e, só então, viria o fim. Basta recordar o Evangelho segundo São Mateus, capítulo 24, versículo 14.

 



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