b - Esse pecado é levado pela ministração do
sacerdote e o sangue do sacrifício para o santuário.
c - No décimo dia do sétimo mês, o sacerdote
com o sangue da expiação pelo pecado do povo, tirado todos os seus pecados do
santuário e lançado sobre a cabeça do bode emissário.
d - O bode é levado para o deserto (basta
verificar no Pentateuco de Moisés na parte do Levítico, capítulo 1º, versículos
1 a 4; capítulo 4, versículos 3 a 6; capítulo 16, versículos 5 a 10, 15, 16 e
20 a 22).
Ora, correspondendo a estes acontecimentos no
tipo, temos agora o antítipo:
a - A grande oferta pelo mundo feita no
calvário, o sangue derramado por Jesus pela salvação do homem decaído.
b - Os pecados de todos os que se apropriam
dos méritos do derramado sangue do Cristo pela fé Nele, levados pela
ministração do próprio Cristo ao apresentar o seu sangue para o santuário da
nova aliança.
c - Depois de o Cristo, o Ministro do
verdadeiro Tabernáculo de Deus (como diz São Paulo aos Hebreus, capítulo 8,
versículo 2) ter acabado sua ministração, removerá do Santuário os pecados do
seu povo, e os colocará sobre a cabeça de seu autor o antitípico bode emissário,
que é Satanás.
Eis, finalmente, Satanás será enviado como
eles para terra desabitada. Tudo isto é o próprio acontecimento descrito nos
versículos que estamos estudando. O serviço do Santuário, no tempo aqui
determinado, está concluído, o Cristo põe sobre a cabeça de Satanás os pecados
que tem sido transferidos para o Santuário e não são mais imputados aos
santos. Finalmente, Satanás é enviado, não pela mão do Sumo Sacerdote, mas pela
mão de outra pessoa, segundo o tipo, para um lugar aqui chamado o abismo. E tudo
isto prova que este anjo não é Jesus. Claro, que estamos diante de um cipoal de
símbolos, toda esta passagem é enigmática e vamos ter que explicá-las aos
poucos, isto é muito profundo, é o que há de mais profundo na face da terra!
Vamos, agora, à "chave e a corrente" (ou cadeia).
Ninguém pode aceitar que a chave e a cadeia sejam literais, são antes
usados como símbolos do poder, da autoridade com que este anjo é revestido por
Deus nesta oportunidade.
Agora o "Abismo". O uso desta
palavra no original, porque o Apocalipse foi escrito em grego, supõe um lugar
da treva, desolação e morte. Assim no Apocalipse 9, versículos 1 e 2, é
aplicado às áridas planícies do deserto da Arábia. Em São Paulo Apóstolo, aos
Romanos, capítulo 10, versículo 7, é aplicado à sepultura. Mas a passagem que,
especialmente, derrama luz sobre o significado da palavra aqui, é Gênesis de
Moisés capítulo 1, versículo 2: lemos aí, que havia trevas sobre a face do
abismo. Todos nós sabemos o que se pretende dizer, nesta passagem, pela palavra "abismo", é aplicada à Terra no seu estado caótico. É precisamente o significado que deve
ter nesse terceiro versículo do Apocalipse divino.
Lembremo-nos de que nessa altura a Terra será
um vasto cemitério de desolação e de morte. A voz de Deus abalou até os seus
fundamentos, as ilhas e montes foram removidos dos seus lugares, um grande
terremoto lançou por terra as mais poderosas obras dos homens. As sete últimas
pragas deixaram suas pegadas desoladoras sobre o mundo, a glória abrasadora que
acompanha a vinda do Filho de Deus contribui, com sua parte, para a desolação
final.
“E os ímpios foram entregues à morte, e
sua carne putrefata e os seus ossos alvacentos jazem insepultos, dispersos,
abandonados desde uma à outra extremidade da Terra”. Assim está a Terra vazia, desolada e a sua superfície
transformada. Onde está esta profecia?
Isaías, no Velho Testamento da Bíblia Sagrada, capítulo 24.
E assim regressa, pelo menos parcialmente, ao
seu estado original de caos, isto é, de confusão (ver profeta Jeremias,
capítulo 4, versículos 19 a 26; em particular o versículo 23). Que melhor termo
podia empregar-se do que este ABISMO para descrever a Terra girando, assim, em
sua carreira de treva e desolação durante mil anos? E aqui está Satanás encerrado durante esse
tempo no meio das ruínas, que suas próprias mãos, indiretamente, cavaram. Incapaz
de fugir da sua triste habitação ou de reparar, o mínimo que seja, sua tremenda
ruína.
E a prisão de Satanás? Sabemos bem que o espírito do mal para operar
entre os homens tem de ter pessoas sobre as quais possa operar. Daí as chamadas
obsessões conscientes ou inconscientes. Sem estas, evidentemente, ele nada pode
fazer, mas durante os mil anos da sua reclusão na Terra, todos os santos já
estão no céu, no Reino de Deus, fora do alcance das suas tentações e todos os
ímpios estão mortos fora do seu poder, poder enganador. Sua esfera de ação está circunscrita com a sua
reclusão na terra, ele está preso, condenado, por todo este período a um estado
de inatividade e desesperança. Isto para sua mente maléfica que tem estado tão
ocupada durante mais de seis mil anos, enganando, estragando a felicidade do
mundo, é um castigo da mais tremenda severidade.
Gente que gosta de fazer o mal, gosta de
estar sempre em atividade, trancar uma pessoa dessas é um tormento. Agora
imaginem o chefe dessas pessoas, Satanás, Luzbel, Satã, Lúcifer, o Diabo.
Segundo esta exposição, Satanás estar preso, significa apenas que estão fora do
seu alcance as pessoas sobre as quais ele opera. O ser "solto"
significa que, pela ressurreição, se encontram de novo numa posição em que pode
voltar a exercer sobre elas o seu poder.
Com esta exposição até que alguns pretendem
mofar dizendo que trocamos os lugares, prendendo os ímpios e não o diabo. Mas
quantas vezes ouvimos, nas transações diárias da vida comum, expressões como
estas: “- Meu caminho está fechado”; “- Minhas mãos estão amarradas”; “- Estou
emparedado”; “- Estou de pés e mãos atadas”. Ora, quando se usa semelhantes
expressões, nós compreendemos que se haja, literalmente, posto ao caminho algum
obstáculo intransponível. Porque suas mãos estavam literalmente presas em
cordas ou cordéis? Evidentemente não! É
um conjunto de circunstâncias, circunstâncias que o impedem de agir. Aqui se
passa, exatamente, a mesma coisa. E porque não se considerar a Bíblia Sagrada
um pouquinho da imensa liberdade de expressão que se dá a todos os homens nas
relações comuns da vida? Mais do que isto, há, aqui, uma grande limitação do
poder de Satanás que bem pode chamar-se uma prisão. Ele já não tem poder para
atravessar o espaço, subjugar os homens, mas como homem está circunscrito à Terra que nunca mais
deixará.
Por isso é que ele já sabe que lhe resta
pouco tempo, pouco tempo para acontecer tudo isto. É a sua liquidação. O espírito
do mal será liquidado irremediavelmente. Mas, infelizmente, isto só depois do
grande sofrimento que vem aí, na batalha do Armagedon, esta é a batalha final. Nela não vão apenas
batalhar os mortos, todos vão batalhar:
os vivos e os mortos, os mortos e os vivos. É o símbolo do Magedo como está na
Bíblia Santa, mas agora no dilúvio de fogo anunciado por São Pedro numa das
suas Epístolas.
ESGOTOU-SE A PACIÊNCIA DE DEUS, NEM JESUS
MAIS É O ADVOGADO DOS HOMENS, DEIXOU A SUA MEDIAÇÃO DE LADO, JÁ NÃO É MAIS O
MEDIADOR. O QUE AGUARDA OS HOMENS? É O
JULGAMENTO INAPELÁVEL DEPOIS DA SEGUNDA MORTE. ESTA É A MENSAGEM DESTE CAPÍTULO. VAI CHEGAR A
HORA DE SATANÁS SER PRESO, MAS ENQUANTO NÃO O É, ESTÁ DESESPERADO PROCURANDO
PERDER OS HOMENS QUE SE SUBMETEM AOS SEUS CAPRICHOS.
Meus amigos e meus irmãos,
meditem bem, porque é chegada a hora de escolher entre o Bem e o mal, entre o
Cristo e o anticristo. Que ninguém se iluda, como adverte o apóstolo dos
gentios: “Deus
não se deixa escarnecer, aquilo que o homem semear isso mesmo terá de colher."
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