Aquilo a que o evangelista e agora
profeta, João, chama "outra besta" não é certamente nenhuma parte da
primeira. E o poder simbolizado por ela, também não é nenhuma parte do que é
simbolizado pela "outra besta".
Isto é fatal para a pretensão daqueles que, para evitar a aplicação deste
símbolo aos Estados Unidos da América do Norte, preferem dizer que se trata de
alguma fase do papado. Pois, que neste caso, constituiria uma parte da "besta" precedente, da "besta
semelhante ao leopardo".
E, se é outra "besta",
deve ser procurada em algum local não abrangido por quaisquer outros símbolos.
Vejamos, portanto, sumariamente, os símbolos da palavra de Deus que representam
governos na terra. Encontram-se, principalmente, senão em absoluto, nos livros
de Daniel no Velho Testamento e neste Apocalipse, no Novo Testamento.
No capítulo 2 do livro do profeta
Daniel, é apresentado um símbolo sob a forma de uma grande imagem constituída
por quatro partes: ouro, prata, cobre e ferro, e é, finalmente, desfeita em
átomos após o que um grande monte, ocupando o seu lugar, enche toda a terra. No
livro de Daniel (capítulo 7), encontramos: um leão, um urso, um leopardo e um
grande e terrível animal, não descrito, que, depois de passar por uma nova e
notável fase, vai para o lago de fogo. Ainda em Daniel (capítulo 8), temos: um
carneiro, um bode e uma ponta, uma ponta pequena a princípio, mas que se vai
tornando excessivamente grande (depois vamos ver qual é). No capítulo 9 deste
Apocalipse, temos: gafanhotos semelhantes a cavalos. No capítulo 12 deste Apocalipse:
um grande dragão vermelho. No capítulo 13, ainda deste Apocalipse, temos: uma
besta blasfema semelhante ao leopardo, e uma besta com duas pontas semelhante
aos de um cordeiro. Vamos encontrar no capítulo 17 deste livro: uma besta
escarlata, sobre a qual está sentada uma mulher tendo em sua mão um cálice de
ouro cheio de imundície e abominação.
Que governos e que poderes são
representados por todos eles? Simboliza qualquer deles, por ventura, os Estados
Unidos?
Alguns representam reinos terrestres,
porque assim nos informam, expressamente, as próprias profecias e na aplicação
de quase todos. Há um acordo uniforme entre os expositores estudiosos do
Apocalipse, o que não é fácil, não! Pois bem, as quatro partes da grande imagem
de Daniel (capítulo 2) representam quatro reinos: Babilônios ou Caldeia, Medo-Pérsia,
Grécia e Roma. O leão (do capítulo 7), também representa Babilônia; o urso, a
Medo- Pérsia; o leopardo é a Grécia; e o animal terrível, espantoso, é Roma. A
ponta com boca e olhos humanos, que aparece na segunda fase desta besta,
representa o papado (abrange a sua história até o tempo em que foi,
temporariamente, derrubado na França, por Napoleão Bonaparte em 1798).
Ainda no livro de Daniel, capítulo 8,
o carneiro representa a Medo-Pérsia; o bode, a Grécia; e a ponta pequena é
Roma. Todos eles têm uma aplicação bem clara e definida aos mencionados
governos. Nenhum deles pode, portanto, ter qualquer referência aos Estados
Unidos da América do Norte.
Os símbolos apresentados pelo capítulo
9, deste Apocalipse, todos concordam em aplicá-los aos turcos e sarracenos. O
"dragão" do Apocalipse (capítulo 12) é o reconhecido símbolo de Roma
pagã. Pode-se demonstrar que a "besta semelhante ao leopardo" (do
capítulo 13) é idêntica a undécima ponta do quarto animal do profeta Daniel
(capítulo 7) e, por isso, simboliza o papado. A "besta escarlata" ou "escarlate", como quiserem, é a mulher do Apocalipse (capítulo
17), também se aplicam, evidentemente, à Roma sob o domínio pagão-papal
referindo-se, especialmente os símbolos, à distinção entre o poder civil e o
eclesiástico, sendo um representado pela "besta" e o outro pela "mulher sentada sobre ela".
Mas resta um símbolo que é "o animal de
duas pontas"
(do capítulo 13 do Apocalipse de Jesus segundo São João). Sobre esta há uma
grande diversidade de opiniões e, antes de procurar uma aplicação, temos de
olhar para o campo abrangido pelos já examinados.
A Babilônia e Medo-Pérsia abrangiam
toda parte civilizada da Ásia; e Grécia abrangia a Europa Oriental incluindo a
Rússia; Roma com os dez reinos em que foi dividida, representados pelos dez
dedos da imagem, pelas dez pontas do quarto animal do profeta Daniel (capítulo 7), pelas dez pontas do dragão do Apocalipse
(capítulo 12), pelas dez pontas da besta semelhante ao leopardo (capítulo 13),
abrangia toda a Europa Oriental. Noutras palavras: todo o Hemisfério Oriental, conhecido da história e da civilização, é absorvido pelos símbolos já
examinados, acerca de cuja aplicação poucas dúvidas podem subsistir.
Mas há uma poderosa nação do Hemisfério
Ocidental digna, como já vimos, de ser mencionada em profecia que ainda não foi
apresentada. Resta um símbolo cuja aplicação ainda não foi feita. Todos os
símbolos, exceto um, já estão aplicados. Todas as partes do Hemisfério Oriental
estão abrangidas pelas aplicações respectivas.
De todos os símbolos mencionados só
resta um: é, exatamente, o "animal de duas pontas" do capítulo 13 deste Apocalipse. E, de todos os países da
terra, relativamente aos quais, existe algum motivo para serem mencionados na profecia?
Só resta um: ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA DO NORTE.
Refere-se o "animal de
duas pontas"
aos Estados Unidos? Refere-se? Estão de acordo? Então todos os símbolos têm uma
aplicação que é abrangido todo o campo. Mas não estão de acordo? Segue-se,
então, que os Estados Unidos não estão representados na profecia e, em segundo
lugar, que o símbolo do "animal de duas pontas" não tem nenhum governo a que se possa aplicar, mas,
evidentemente, a primeira destas suposições não é provável, a segunda não é
possível.
Uma conclusão se pode tirar destes
argumentos: é que "o animal de duas pontas" se deve localizar no Hemisfério Ocidental e que simboliza
os Estados Unidos da América do Norte.
Outra consideração que indica o local
desse poder é extraída do fato de que São João o "viu subindo
da terra".
Se o "mar" de onde a "besta semelhante ao leopardo" sobe (Apocalipse capítulo 13, versículo 1) representa
povos, nações e multidões (ainda este
Apocalipse capítulo 17, versículo 15), a terra deve sugerir, por contraste, um
território novo e anteriormente desocupado. Ora, meus amigos, meus irmãos,
excluídos assim dos continentes Orientais,
impressionados com a ideia
de olhar para um território anteriormente desconhecido para a
civilização, temos de nos voltar, necessariamente, para o Hemisfério Ocidental.
Vamos ver, então, mais um ponto
importante: o ponto 14, do seu levantamento conforme a profecia. O modo como se
vê subir o "animal de duas pontas" prova, simultaneamente, com a sua
localização, idade, cronologia, que se trata de um símbolo dos Estados Unidos
da América do Norte.
São João diz que viu a "besta subir
da terra".
E esta expressão deve ter sido propositadamente usada para estabelecer o
contraste entre o levantamento desta "besta" e o de todos os outros
símbolos nacionais proféticos. Os quatro animais do profeta Daniel (capítulo 7)
e a "besta
semelhante ao leopardo"
(do capítulo 13 deste Apocalipse) subiram todos, as novas nações se levantam,
geralmente, pela extinção de outras nações e tomam seus lugares, mas, nenhuma
outra nação foi abatida para dar lugar aos Estados Unidos, e a luta pela
independência já estava a 15 anos no passado quando entrou no campo da profecia,
então o profeta encontrou somente a paz. Uma observação interessante: a palavra
grega, usada no versículo 11, no original deste Apocalipse, para descrever o
modo como esta besta sobe, é muito expressivo. Uma das suas principais
definições é, exatamente, "crescer ou brotar como uma planta".
E é um fato notável que esta mesma
figura foi escolhida por escritores políticos sem qualquer referência à profecia, como sugerindo a melhor ideia do modo como este governo se levantou. Por
exemplo: Townsend, na sua obra intitulada "O Novo Mundo Comparado com o
Velho Mundo", página 635, escreve:
"Nesta teia de ilhas, as
Antilhas, começou a vida de ambas as Américas do Norte e do Sul. Ali viu
Cristóvão Colombo a terra, ali começou a Espanha o seu império Ocidental. Dali
partiu Córtes para o México, de Soto (Hernando) para o Mississipi, Balboa para
o Pacífico, Pizarro para o Peru.
A história dos Estados Unidos foi
separada por um ato benevolente da providência, digamos assim, dessa selvagem e
cruel história do resto do continente, porque na verdade, como silenciosa
semente, crescemos e nos convertemos num império
ao mesmo tempo em que o próprio império, começando ao Sul, foi varrido
por tão interminável tempestade, e o que da sua história podemos assegurar, é
lido à luz dos próprios relâmpagos que os devastaram completamente. O
crescimento da América inglesa pode comparar-se a uma série de líricas cantadas
por isolados cantores, que fundindo-se, formaram, por fim, um vigoroso coro, e
este extraindo a muitos de longe, cresce e se prolonga até que hoje assume a
dignidade e proporções de um canto épico."
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