sexta-feira, 28 de junho de 2019


Ao terminar esta Convenção encontrava-se completamente constituída a Federação, pronta a começar suas atividades dos negócios da igreja e do Estado interligados. Perceberam bem? Abrangia, segundo as declarações oficiais, 30 denominações, 18 milhões de membros em comunhão com a igreja, representando um séquito geral de 50 milhões de adeptos. O objetivo de suas operações pode-se ver pela seguinte declaração oficial que temos de considerar o plano da Federação: "Assegurar às igrejas de Cristo Jesus uma ampla influência combinada em todos os assuntos que afetam a moral e a condição social do povo, de modo a promover a aplicação da lei de Jesus em todas as relações da vida humana".

O poder desta Federação eclesiástica se fará, portanto, sentir em todos os assuntos que afetam a moral e a condição social do povo e em todas as relações da vida humana. O que equivale dizer, que se fará sentir em tudo, em toda parte, sempre, a religião ligada ao Estado. 

A primeira sessão dessa Federação famosa, que recebeu o  nome de Concílio Federal das Igrejas de Cristo Jesus na América, foi realizada  em Filadélfia. Este movimento deu atenção a assuntos como estes:

- dia semanal de instrução em religião;
- cooperação nas missões estrangeiras;
- Federações Estaduais;
- Federações Municipais;
- a igreja e o imigrante;
- a igreja e a indústria moderna;
- a igreja e a temperança;
- a observância do "domingo";
- a vida familiar;
- a igreja e as relações internacionais.

Quando foi tratado o tópico da observância do domingo, aconteceu um incidente inesperado, e levantou o véu daquela fraternidade exterior, e revelou que residia um espírito diferente no santuário interior do movimento, porque provou que a teoria da unidade federal era fraca demais para suportar o esforço da execução. Isto é muito importante! Uma comissão nomeada para apresentar ao Concílio resoluções sobre a "observância do domingo", apresentou o seguinte:

primeiro - É convicção do Concílio que se deve dar uma nova e mais forte ênfase do púlpito, na escola dominical e em casa. A observância do primeiro dia da semana como "dia sagrado", dia do lar, dia de repousar para todo homem, mulher ou criança;

segundo - Todas as transgressões dos requisitos de santidade do Dia do Senhor devem ser vigorosamente combatidas pela imprensa, associações,   alianças  do  Dia  do  Senhor,  e por uma legislação tal que proteja e preserve este baluarte da cristandade americana;

terceiro - Nos alegramos na perspectiva da unidade de ação entre as várias organizações que lutam, na América, pela preservação do Dia do Senhor como dia de repouso e culto.

Até aí nada demais, não é? Mas acontece que os Batistas do Sétimo Dia não podiam subscrever semelhante declaração, porque, na verdade, os Batistas do Sétimo Dia estavam, e ainda estão, com razão até hoje.

Vamos continuar analisando todos estes pormenores que identificam os Estados Unidos da América do Norte como a "besta de duas pontas ou dois chifres". O que é que ficou provado?

A defesa da liberdade religiosa, na Federação, não teve resultado prático. O sentimento desse Concílio se opunha, fortemente, à resolução, e, nos discursos feitos contra ela, fazia-se particular referência aos observadores do "sábado", do "sétimo dia", como constituindo uma classe de pessoas, a cuja atitude, o Concílio não devia dar aparência de apoio.  A resolução foi aceita por um voto decisivo. Este incidente que entrou inesperadamente nas Atas da Conferência, revelou, claramente, o fato de que esta grande Federação de Igrejas está pronta a forçar a minoria religiosa em assuntos de ensino e prática de religião.

E assim acontece, não por qualquer propósito ou desejo da parte dos seus membros de serem intolerantes uns para com os outros, vejam bem, mas porque a intolerância é inerente à própria natureza do movimento que iniciaram. Eles são, congenitamente, intolerantes, e não sabem. Alcançar  poder foi a ideia primária da Federação, e o poder assim conquistado, o poder do número,  não é exercido para persuadir, mas para forçar. Ficou provado exatamente isto: eles queriam alcançar poder e com esse poder exercer a força em detrimento do poder da piedade, da fraternidade, do amor e da Boa Vontade.  Este, sim, convence da Verdade as pessoas e as leva a se congregar sobre a plataforma da Verdade do Cristo de Deus.

Mas não é esse poder que as igrejas procuram pela Federação. O que obtiveram foi o poder de uma grande liga religiosa, verdadeiramente um truste eclesiástico. E é da natureza de um truste derrubar tudo que se interponha no seu caminho. Parece incrível! Mas é a religião comercial, e age como os trustes comerciais, na pena de talião: olho por olho, dente por dente. Que é a religião até hoje, senão isto? Uma organização eminentemente comercial. Nessa Federação as igrejas não pretendem estar vinculadas na unidade do Espírito de Deus, querem, apenas, estar confederadas para ter força maior. O espírito dessa união é um espírito muito diferente do divinamente ensinado pelo Espírito da Verdade, que representa o próprio Jesus.

O Concílio Federal não deu ênfase ao valor da Verdade, nem podia dar, desde que o próprio campo em que estava, era o de pôr de parte as diferenças de crenças religiosas entre os seus membros, para obter o poder mundano nos seus números combinados. Um jogo de cartas marcadas. O confessado propósito de tal Federação, declarado oficialmente, é exprimir a fraternidade, unidade católica da igreja cristã.

Apesar disso seu espírito intolerante não pode ser ocultado, dominou no Concílio em oposição com o seu professo espírito de fraternidade ou unidade. Quando tal é a atitude deste grande truste religioso para com os que estão com ele e trabalham para o seu avanço, então pode-se compreender, facilmente, quão intolerante será para com a minoria religiosa que lhe é estranha. Entenderam bem?

Pobres dos pequenos! Serão sempre pisados e esmagados pelos trustes da religião. Esse grande truste religioso se propõe a exercer um completo monopólio religioso no país.

"Chegou à altura senhores (disse um orador, exprimindo os sentimentos da Conferência) em que as igrejas podem e devem conhecer cada indivíduo em toda comunidade, tão, exatamente, como conhecem, hoje,  os seus próprios membros. Assim se torna possível, como já acontece em dois Estados norte-americanos, anunciar o tema: CADA IGREJA É RESPONSÁVEL POR UMA MILHA QUADRADA. A Federação deve dar especial importância aos Distritos de responsabilidade que estabelece. Quando estes cobrirem o Estado e as igrejas apreciarem, de tal modo a sua oportunidade ou responsabilidade, que cada igreja conheça a atitude de cada volante em assuntos morais, e se espalhem os volantes para firmar esta doutrina."

Em resposta a pergunta sobre se pode apresentar, neste país, alguma coisa semelhante à "imagem da besta", temos, portanto, diante de nós uma organização gigantesca, uma organização eclesiástica de protestantes, um poder para curvar o governo à sua vontade, tal como acontece no Brasil. Intolerante para com os seus próprios membros quando se trata da "santidade do domingo", declarando o seu propósito de exaltar o descanso do "primeiro dia", tanto pelo ensino como pela lei, recusando por voto respeitar as convicções, direitos e privilégios daqueles que, religiosa e conscientes, observam o sétimo dia em vez do primeiro dia da semana. Pretendendo, expressamente, constituir uma Federação de todas as igrejas não reconhecendo, portanto, fora dela, nenhuma igreja como cristã. Propondo-se monopolizar a obra religiosa em cada milha quadrada do território norte-americano.

Meus amigos, meus irmãos, não está uma organização, assim preparada, para tratar qualquer corpo de pessoas estranhas às suas fileiras, do mesmo modo que o papado tratou os dissidentes ou hereges, como lhes chamavam nos dias da inquisição? Ou crê ou morre, ou dá ou desce, é o direito da força em plena religião. Jesus fez assim? Alguma vez Jesus agiu assim? Então, são mais realistas que o rei.



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