quinta-feira, 27 de junho de 2019


Depois, então, Deus se arrepende e manda substituir o Quarto Mandamento e altera os próprios Mandamentos, através de quem? Se ainda fosse através de Moisés, eu acreditaria, mas não através de qualquer outro homem. Tudo isto é lenda, não resiste a um exame. A imutabilidade da Lei marca o pensamento de Deus. É imutável porque é perfeito, não tem que se modificar. São os Dez Mandamentos legítimos, são aqueles que estão  no Êxodo, no Velho Testamento, no Pentateuco de Moisés, tudo o mais é invenção do homem.

Lamento muito, mas não posso fazer por menos, eu não estou aqui para atacar ninguém, mas tenho que dar a verdade da Bíblia com a verdade da História, e não basta dizer que sabe Bíblia, tem que saber História Universal ou Geral. Então estou dando o Apocalipse pela interpretação histórico-profética ou profético-histórica, porque ciência é esta, religião é esta, dentro da verdade; filosofia é esta, dentro da verdade, nada de devaneios.

Então vamos retomar o fio da meada, mas fica aqui o protesto de Moisés. O velho Moisés, o legislador hebreu, lança aqui o seu protesto: "- Não é este o Mandamento que está na Bíblia, falsificaram o Mandamento que eu recebi das mãos do Cristo". Então temos que restaurá-lo, não há outro jeito.

Fazendo tanto progresso por meio da persuasão moral procuraram o caminho mais curto para a realização dos seus fins, através do poder político para prestigiar o domingo. Por que não? O cristianismo tornou-se popular, seus professos adeptos são numerosíssimos. Por que não se aproveitar do poder do voto para obter esse fim? O reverendo Ishmael, que é metodista, num sermão publicado sobre os deveres políticos dos homens e, também, dos ministros cristãos, exprime um sentimento capital sobre este assunto, diz ele:

"Defendo que temos e devemos ter tanto que ver com o governo dos Estados Unidos  como quaisquer outros homens, nós somos a massa do povo. A virtude neste país é fraca, suas fileiras são fortes em número, invencíveis pela justiça da sua causa, invencíveis se forem unidas, que as suas fileiras não sejam quebradas por nomes de partidos. De acordo com o desenvolvimento lógico destes sentimentos, foi formada uma associação chamada a Associação Nacional da Reforma. Tem por objetivo obter decisões legais em favor das instituições religiosas por meio de uma Emenda da Constituição da República, que coloque todas as leis e instituições e usos cristãos do governo numa base legal, Lei fundamental no país."

Aqui está o germe da revolução religiosa, a cunha de entrada entre a igreja e o Estado. Um jogo espúrio em fazer a fusão quando nós sabemos que o certo é o Estado separado da igreja, a igreja separada do Estado, e, mesmo oficialmente, separada não está.

Vejam o Brasil: quem é que manda no governo? Não é a igreja? Essa é que é a verdade, só um cego não vê isto. Não há separação nenhuma: estão aí mandando, mexendo, metendo o nariz em tudo. Não há nenhuma separação, só há no papel.

Este movimento se originou em Xenia, Ohio, numa Convenção composta por onze denominações religiosas diferentes, que se reuniam para orar e conferenciar, confabular como raposas do PSD. Por certo que os chefes deste  movimento  negam,  veementemente, o propósito de uma união da igreja com o Estado mas, lhes escapa, aqui e além, uma frase, sempre uma frase, que revela mais do eles desejam.

Assim, numa Convenção desta sociedade, em Petersburg, o Dr. Stvenson, um dos seus chefes, declarou:

"Pelas imensas dádivas que recebe de políticos corruptos, a igreja romana é, praticamente, a igreja estabelecida da cidade de Nova Iorque. Esses favores são concedidos sob o disfarce de uma aparente amizade pela religião. Nós nos propomos por a substância em vez da sombra, apear a contrafação e por em seu lugar a mais completa substituição da verdade."

Bonito! Há diversas portas travessas pelas quais podemos olhar para o intento desta linguagem, mas, levando todas a uma conclusão, e esta conclusão não é ambígua, não é duvidosa, não é nefelibata. É simplesmente que a igreja protestante deve, realmente, se estabelecer como está estabelecida, em Nova Iorque, a religião católica apostólica romana.

Como chegamos a esta conclusão? Pela frase seguinte:

"O que propomos, naturalmente, o que propomos não é nada de caráter sectário, não dará a nenhum ramo de cristãos americanos qualquer vantagem sobre qualquer outro".

O professor Blanchard tenta dar uma definição do que significa a união da igreja e do Estado, usa as seguintes palavras:

"Mas a união da igreja e do Estado é a seleção pela nação de uma igreja, e a dotação dessa igreja, a nomeação dos seus oficiais, a supervisão das suas doutrinas, nenhum de nós defende semelhante união. A tal união, todos nós, somos opostos."

Perceberam bem? É dada, aqui, uma definição da união da igreja e do Estado tal como ninguém espera ou receia. Tal, com efeito, como não é possível no estado atual das igrejas, e afirma-se, então, que são opostos a uma união da igreja e do Estado.

A combinação impossível que descrevem pode, seguramente, escrever que são opostos, mas, há uma união da igreja e do Estado no sentido popular da frase. União não de uma igreja, mas de todas as igrejas reconhecidas como ortodoxas ou evangélicas. Não uma união que reconheça no Estado o poder para eleger os oficiais da igreja, tomar a supervisão de doutrinas eclesiásticas, mas que dê às igrejas o privilégio de impor por leis civis, instituições e usos de religião segundo a fé das igrejas ou a construção posta sobre essas instituições e usos pelas igrejas.

Ah! A tal união eles não são opostos. São essenciais e, praticamente, apesar das suas profissões, advogados ostensivos de uma união entre a igreja e o Estado. Não estamos sós nesta apreciação do assunto, Townsend, no seu livro "O Novo e o Velho Mundo", página 212, diz:


"A igreja e o Estado têm-se, por diversas vezes, insinuado na política americana como nas contenções sobre a Bíblia, nas escolas públicas, no partido anti católico em 1844, etc.  Nosso povo, até o presente, tem sido bastante prudente para respeitar o clero em todas as questões religiosas e obter uma útil inveja deste em política. O último movimento político religioso há de inserir o nome da divindade na Constituição."

Aí começa um outro período histórico, tudo documentado, porque a história não mente. Muito temos, ainda, de aprender, nada como a linguagem dos fatos, porque contra fatos não há argumentos. Estamos vendo como realmente se identificam os Estados Unidos da América do Norte com esta segunda besta. O movimento político-religioso se espalhou por toda a imprensa. Vamos dar aqui uma síntese, por exemplo, a "União Cristã" de janeiro de 1871, escrevia:
"Se uma Emenda proposta for alguma coisa mais do que um pedaço de prosa sentimental, há de ter um  efeito legal, há de afetar o juramento e instrumentos legais, os contratos matrimoniais e as leis suntuárias do país. Ora, isto seria um ultraje ao direito natural."

A "Gazeta de Janesville", Escócia, no final de um artigo sobre a Emenda proposta, fala assim do efeito do movimento se ele tivesse vingado:

 "Mas, independente da questão de saber até que ponto somos uma nação cristã, podemos duvidar se, no caso de  serem  bem  sucedidos os cavalheiros que estão agitando este assunto, eles não fariam a sociedade por uma enorme injúria. Tais medidas são apenas os passos iniciais que levam, por fim, à restrições da liberdade religiosa e a confiar ao governo medidas tão estranhas aos seus poderes e propósitos, como seria a sua ação se pensassem decidir um assunto de Teologia." Estão prestando atenção? A argumentação é manhosa.

O semanário "Alta Califórnia", de São Francisco, de 12 de março de 1870, escrevia:

"Os partidos que têm recentemente feito uma Convenção para o povo com o propósito de obter uma Emenda da Constituição dos Estados Unidos, reconhecendo a divindade, não definem bem o caso quando afirmam que um povo cristão tem o direito de se governar de um modo cristão. Se não estamos governando de um modo cristão, como há de ser designada a atitude do nosso governo? O fato é que o movimento é de molde a trazer para o nosso país aquela união da igreja e do Estado, que todas as outras nações se estão esforçando por dissolver."

O jornal de "Shembley" falando em incorporar-se o princípio religioso na Constituição e dos seus efeitos sobre os judeus, dizia:

"Embora leve, é a cunha de entrada da igreja e do Estado, se podemos tirar a tão poucas pessoas o direito de cidadania devido a diferença de crença   religiosa,   então,  com   igual   justiça  e  prosperidade,  podem a maioria, em qualquer tempo, ditar a adoção de outros artigos de crença ou artigos de fé até que a nossa Constituição seja um livro de texto de uma seita, sob cujo tirânico domínio de toda liberdade religiosa seja esmagada."

Mas perguntarão: - Como é que a questão do domingo há de ser afetada pela Emenda Constitucional proposta?




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