Não era de estranhar que pagãos perseguissem
os verdadeiros seguidores de Jesus, o Cristo anunciado desde Moisés. Mas quando
São João viu, no futuro, uma igreja professamente cristã perseguir os seguidores
legítimos de Jesus e
se embriagar com o seu sangue, então não pode deixar de se admirar com soberbo
espanto.
Vocês já ouviram alguma coisa antes sobre
esta explicação? Alguém ouviu? É... isso é novo; mas Jesus fez isto: fez João
ver, no futuro, o que seria uma igreja que é a transposição espiritual do
império romano. Quem o diz não sou eu, é o próprio Jesus. Se alguém está
zangado, fique zangado diretamente com Jesus, porque eu não tenho nada com
isso. A mim só cabe ter a coragem de proclamar tudo isto até o fim da vida.
Capítulo 17, versículos 8 a 11:
“A besta que viste, foi e já não é, há
de subir do abismo e irá à perdição. E os que habitam a terra, cujos nomes não
estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo, se admirarão vendo a
besta que era e já não é, mas que virá. Aqui há sentido, aqui há sabedoria:
as sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está sentada. E são também
sete reis, cinco já caíram, um existe, outro ainda não veio; e, quando vier,
convém que dure pouco tempo. E a besta que era e já não é, é ela também o
oitavo, e é dos sete, e vai à perdição."
Vemos aqui, Roma em três fases ou períodos. A
besta de que o anjo fala é, evidentemente, a "besta
escarlata ou escarlate". Uma fera, como a
que aqui é introduzida, é o símbolo de um poder opressor e perseguidor. E
enquanto o poder romano como nação teve uma existência longa, ininterrupta,
passou por certas fases durante as quais este símbolo lhe seria aplicável, e
durante cujo tempo, consequentemente, a "besta", em profecias como
esta, se podia dizer que não era ou não existia.
Assim, Roma, na sua forma pagã, foi o poder
perseguidor em suas relações com o Povo de Deus durante cujo tempo constituiu a
besta que era. Mas o império se converteu, nominalmente, ao cristianismo, isto
é, não ao verdadeiro: ao cristianismo dos homens. Houve uma transição do
paganismo para outra fase de religião falsamente chamada cristã, e, durante um
breve período, enquanto esta transição se estava operando, perdeu o seu caráter
feroz e perseguidor e, então, podia dizer-se: da besta que já não era.
Passou-se o tempo, degenerou no batismo e de
novo assumiu o seu caráter sanguinolento e opressor. E, então, constituiu a
besta que virá ou que havia de vir depois dos dias de São João.
As sete cabeças - Primeiro se diz que as sete
cabeças são sete montes e depois sete reis ou formas de governo, porque a expressão
do versículo 10, que são também sete reis, devia se ler: e estes são sete reis,
cinco já caíram, diz o anjo: existe um, o sexto, que estava, então, reinando;
outro ainda teria de vir e continuar por certo espaço de tempo.
E quando a "besta" reaparecer com o
seu caráter sanguinolento, opressor, perseguidor, havia de ser sob a oitava
forma de governo que havia de continuar até a "besta" ir para a
perdição. As sete formas de governo que existiram no Império Romano são,
geralmente, enumeradas da seguinte forma:
Primeiro: Realeza
Segundo: Consulado
Terceiro: Decenvirato
Quarto: Ditadura
Quinto: Triunvirato
Sexto: Império
Sétimo: Papado
Reis, Cônsules, Decênviros,
Ditadores, Triúnviros, tinham desaparecido no tempo de São João. Ele estava
vivendo sob a forma imperial, mais dois se haviam de levantar depois deste
tempo. Um havia de continuar só por um curto espaço e daí não ser usualmente
mencionado entre as cabeças.
Enquanto a última é
usualmente denominada a sétima, é, na realidade, a oitava, a cabeça que havia
de suceder a imperial e continuar por um pouco de tempo. Não podia ser a
Papalina, porque essa continuou muito mais do que todas as outras juntas.
Compreendemos, portanto, que a cabeça Papal é a oitava, e que uma cabeça de
curta duração veio entre a imperial e a papal. Em cumprimento disto lemos que
após a forma imperial ter sido derrocada ou abolida, houve um governador que,
pelo espaço de cerca de sessenta anos, governou Roma com o título: Exarca de
Ravena e, assim temos o elo que une as cabeças imperial e papal. A terceira
fase da besta que era e já não é, mas que virá, é o poder romano sob o papado.
E desta forma sobe do abismo e baseia o seu poder em pretensões que não tem
fundamento senão na mistura de erros cristãos e superstições supinamente pagãs.
Agora, este mesmo
capítulo 17, versículos 12 a 14:
“E os dez chifres que viste são dez
reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma
hora juntamente com a besta. E esses têm
o mesmo intento e entregarão
o seu poder e autoridade à besta.
E esses combaterão contra o Cordeiro de Deus, mas o Cordeiro os vencerá, porque
é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, os
chamados eleitos e fiéis.”
Eis aí as dez pontas.
A propósito disto é preciso rever o profeta Daniel, capítulo 7, onde se
demonstra que representam os dez reinos que saíram do Império Romano, recebem
poder por uma hora (em grego original a palavra significa espaço indefinido de
tempo).
Poder com a besta,
isto é, reinam durante um espaço de tempo contemporaneamente com a besta,
dando-lhe a sua força e o seu poder.
Croly, na sua obra sobre o Apocalipse, apresenta
o seguinte comentário ao versículo 12: “A
predição define a época do papado pela formação dos dez reinos do Império
Ocidental; receberam o poder por uma hora com a besta (a tradução devia ser: na
mesma hora). Os dez reinos deviam ser contemporâneos, diferentemente das sete
cabeças que foram sucessivas." Esta linguagem
refere-se ao passado quando os reinos da Europa davam unânime apoio ao papado.
Não se pode aplicar ao futuro, porque após o começo do tempo do fim, haviam de
tirar o seu domínio para o destruir e para o desfazer até o fim. (Profeta
Daniel, capítulo 7, versículo 25). E o tratamento que estes reinos concedem,
finalmente, ao papado, é expresso no versículo 16, onde se diz que aborrecerão
a prostituta e a porão desolada e nua, comerão sua carne e a queimarão no fogo.
Há anos que as nações da Europa tem estado a realizar uma parte desta profecia.
Só concluirão queimando-a com fogo quando se cumprir o Apocalipse no versículo
8, do seu capítulo 18: “Estes combaterão contra o Cordeiro”; (versículo 14). Somos aqui, levados para o
futuro, para o tempo da grande batalha final, porque nesse tempo o Cordeiro de
Deus terá assumido o título de Rei dos reis, Senhor dos senhores, título que
não usa antes da sua volta (capítulo 19, versículos 11 a 16 deste Apocalipse).
Meus amigos e meus
irmãos, o futuro pertence a quem souber o Apocalipse; a nação que souber o
Apocalipse governará o mundo. Será que o Brasil sabe o Apocalipse para ser
colocado na vanguarda do mundo? São os nossos votos sinceros, realmente
sinceros, dos Legionários da Boa Vontade de Deus, que o Brasil reine fazendo
triunfar o Novo Mandamento do Cristo de Deus!
Este é o Apocalipse
de Jesus segundo São João, capítulo 17, versículos 15 a 18:
“E me
disse: As águas que viste, onde está sentada a grande prostituta, são povos,
multidões, e nações, e línguas. E os dez chifres que viste na besta são os que
vão aborrecer a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão sua carne e a
queimarão no fogo. Porque Deus tem posto em seus corações que cumpram o seu
intento, e tenham a sua mesma ideia e que deem à besta o seu reino, até que se
cumpram as palavras de Deus. E a mulher que viste é a grande cidade que reina
sobre os reis da terra.”
Eis um importante
símbolo definido. No versículo 15, temos uma clara
definição do símbolo das águas nas Sagradas Escrituras: representam povos,
multidões, nações e línguas. O anjo disse a São João, chamando-lhe a atenção
para este ponto que lhe havia de mostrar a condenação da grande
prostituta. No versículo 16 já é
especificada essa condenação. Este capítulo tem, naturalmente, mais especial
referência à velha mãe, a "Babilônia papista".
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