Capítulo 16, versículos 10 e 11:
“E o quinto anjo derramou sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino
se fez tenebroso e eles mordiam suas línguas de dor. E por causa das suas chagas,
blasfemaram do Deus do céu e não se arrependeram das suas obras.”
A quinta praga: Um
fato importante é estabelecido por esse testemunho, isto é, que as pragas não
destroem, imediatamente, os criminosos condenados pelas suas próprias obras,
porque alguns que foram primeiro feridos com chagas encontramos ainda vivendo
pela altura da quinta praga e mordendo suas línguas de dor. Uma ilustração
desta praga encontra-se em Moisés, livro do Êxodo, capítulo 10, versículos 21 a
23. É derramada sobre a sede da "besta" (é o papado), não sou eu que estou
dizendo nada, é Jesus. O Apocalipse é todo de Jesus, eu não tenho nada com
isso.
Ora, a sede da "besta"
é onde se encontra o papado, e tem sido, e, sem dúvida, continuará a ser na
cidade de Roma. O seu reino, provavelmente, abrange todos os seus súditos sob o
ponto de vista eclesiástico, onde quer que eles se encontrem. Como todos os que
referem as pragas ao passado, consideram as primeiras cinco já completamente
realizadas. Nós nos detemos aqui, um momento, para perguntar:
Onde, nos tempos
passados, os juízos aqui ameaçados foram jamais cumpridos? Podem juízos tão
terríveis serem infligidos e ninguém ter conhecimento deles? Se não, onde está a história do seu
cumprimento?
Quando é que uma
chaga maligna caiu sobre uma parte especificada, extensa, da humanidade? Quando
é que o mar se tornou como o sangue de um morto, morrendo nele toda alma
vivente? Quando é que os rios e fontes se converteram em sangue e os homens só
tiveram sangue para beber?
Porque, na verdade,
são vampiros: só podem beber sangue, e sangue decomposto, sangue de gente
morta. Muita gente aí, com aparência angelical, pregando evangelho, não passa
de vampiro. Apenas bebe um sangue assim, espiritual, das suas vítimas.
Quantos desses
“anjos” não aparecem na LBV, e quantos ainda não estão dentro dela sendo
expulsos por um poder maior que vem do céu, que os desmascara a cada passo?
Todos eles estão jogando com a sua própria sorte, esquecidos de uma lei divina
enunciada pelo apóstolo São Paulo: “Que ninguém se iluda, porque Deus
não se deixa escarnecer, aquilo que o homem semear, isso mesmo terá de colher.” É a lei.
Quando é que os súditos da "besta" morderam as suas línguas de dor? Blasfemaram de Deus por causa destas chagas, mas não se arrependeram das suas obras. Não é verdade? E como são empedernidos, corações de granito, cabeças de martelo!
Mas vai, mas vai; pouco
a pouco eles vão caindo de joelhos, chorando como crianças, os valentões da
vida, os machos. Ei-los aí de joelhos, chorando como crianças. Machões,
valentões, homenzarrões, poderosos, invencíveis, machos, machões, ei-los aí,
rastejando e mordendo o pó do chão.
Onde é que está seu
poder, sua bravata e sua bazófia? Não é melhor arrepender-se, já? Por que
esperar tanto sofrimento até morder a língua de dor? Por quê? Por que entrar
nesse inferno de fogo? Por quê? Por que não se arrepende já? Por quê?
Capítulo 16, versículos
12 a 16:
“O
sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, e a sua água secou,
para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente. E da boca do dragão, e da
boca da besta, e da boca do falso profeta eu vi sair três espíritos imundos
semelhantes a rãs; porque são espíritos de demônios que fazem prodígios, os
quais vão ao encontro dos reis de todo mundo para os congregar para a batalha naquele
grande dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que Eu venho como vem um ladrão. Bem-aventurado
aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não venha a andar nu, e não
se veja a sua vergonha). E os congregaram no lugar que em hebreu se chama
Armagedon."
A sexta praga: Mas,
que é o "grande rio Eufrates" sobre o qual esta praga é derramada? Dizem
uns que se trata do literal rio Eufrates, na Ásia, mas outros dizem que é um
símbolo do país que ocupa o território pelo qual passa esse rio, e,
evidentemente, a última opinião é preferível por vários motivos.
Primeiro: Seria
difícil de ver o que é que se ganharia com secar o rio Eufrates, visto que não
ofereceria nenhum obstáculo grave ao progresso de um exército em marcha.
Deve-se notar, ainda, que a seca ocorre para preparar o caminho aos reis do
Oriente, isto é, as organizações bélicas regulares, não a uma promíscua
desequipada multidão de homens, mulheres e crianças, como eram os filhos do
Israel no mar vermelho ou no Jordão.
O Eufrates tem apenas
mil e quatrocentas milhas de percurso, cerca de um terço da extensão do
Mississippi. Ciro, sem dificuldade, desviou
o rio do seu leito no cerco de Babilônia, isto é fato histórico. Não obstante,
numerosas guerras que tem sido travadas ao longo das suas margens, e as
poderosas hostes que o tem atravessado repetidas vezes suas correntes, nunca
foi preciso secá-lo para poderem passar.
Segundo: Seria tão
necessário secar o rio Tigre como o Eufrates, porque aquele é quase tão grande
quanto este. Sua nascente dista apenas quinze milhas da nascente do Eufrates,
nas montanhas da Armênia, e corre quase paralelo com ele e, apenas, a uma curta
distância dele através de todo o seu percurso, e, todavia, a profecia nada diz
do Tigre.
Terceiro: A secagem literal dos rios tem lugar com a quarta praga em que é dado poder ao sol para abrasar os homens com fogo. Nessa altura ocorre, sem dúvida, as cenas de sede e fome tão vividamente descritas pelo profeta Joel no Velho Testamento da Bíblia Sagrada, capítulo 1, versículos 14 e 20, e como resultado delas expressamente se afirma que os rios secaram.
Dificilmente o Eufrates poderá constituir uma
exceção a este flagelo da seca. Sendo assim, pouco ficaria para secar
literalmente com a sexta praga. Estas pragas, pela própria natureza dos fatos,
devem ser manifestações de ira e juízos sobre os homens. Mas se a seca do
Eufrates literal é tudo que se deseja apresentar, esta praga não reveste essa
natureza e não se torna, afinal, um acontecimento de grande gravidade. Diante
destas objeções contra o considerá-lo como um rio literal deve-se compreender,
figuradamente, como simbolizando
o poder que tem o domínio do
território banhado por esse rio, que é o Império Turco ou Otomano.
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