E o Quarto Mandamento, chamado
terceiro na sua enumeração, ordena a observância do "domingo" como
sendo "sábado". Prescreve que o dia seja passado em ouvir atentamente
a missa, em assistir as vésperas, ler os livros morais, piedosos, etc. Aí
estão, portanto, diversas variações do Decálogo que se encontra na Bíblia, mas
este já não é o Decálogo.
Qual, se é que algumas delas
constituem mudanças referida na profecia? Qual merece o nosso respeito? Qual
merece que, realmente, levemos a sério este Decálogo?
Tenha-se em mente que segundo a
profecia que já vem desde Daniel no Velho Testamento da Bíblia Sagrada, ele
havia de cuidar, de mudar os tempos e a lei, isto é, a Lei de Deus. Isto
claramente sugere a ideia de intenção, de desígnio que torna estas qualidades
essenciais da mudança em questão, mas, quanto a omissão do Segundo Mandamento,
dizem eles que está incluído no primeiro e, por isso, não deve contar-se como
Mandamento separado.
Acerca do Décimo pretendem que há uma
distinção tão clara de ideias que requer dois mandamentos e, assim fazem do
“não cobiçar a mulher do próximo" o nono mandamento, quando não é, e fazem
do "não cobiçar os seus bens" o décimo mandamento. Em tudo isto
pretendem apresentar os mandamentos como Deus queria que eles se
compreendessem, e assim, embora os possamos considerar como erros em sua
interpretação dos Mandamentos, não podemos apresentá-los como mudanças
intencionais. Mas isto já não sucede com o Quarto Mandamento. Acerca desse
Mandamento não pretendem que a sua versão seja igual a que é dada pelo próprio
Deus, isto é, por Jesus. Expressamente confessam, aqui, uma mudança e, também,
que a mudança foi feita pela igreja.
Algumas citações de conhecidas obras
romanas esclarecem este assunto, claro, que para rebater todas as razões
apontadas contra as alterações do Decálogo, vejamos:
"- A Palavra de Deus ordena
que o sétimo dia seja o sábado do Senhor e seja santificado. Vós sem qualquer
preceito das Escrituras o mudais para o primeiro dia da semana, apenas
autorizadas por vossa tradição oral ou apostólica. Diversos puritanos ingleses
opõem contra este ponto que a observância do primeiro dia se prova pelas
Sagradas Escrituras, onde é chamado o primeiro dia da semana (citam Atos dos
Apóstolos, capítulo 20, versículo 7; I
aos Coríntios, de São Paulo, capítulo 16, versículo 2; e este Apocalipse,
capítulo 1, versículo 10)."
Não fiaram um belo fio ao citar estas
passagens bíblicas?
"Se não apresentássemos melhores
para o purgatório e orações pelos mortos, invocações dos santos e outras
doutrinas semelhantes, teriam boa razão, com efeito, para se rirem de nós,
porque, afinal, onde é que está escrito que os dias em que estas reuniões se
realizaram era sábado? Ou, então, onde está ordenado que deviam ser sempre
observados? Ou, em suma, onde está decretado que a observância do primeiro dia
aboliria a santificação do sétimo dia que Deus ordenou que para sempre fosse
santificado?"
Na verdade nada disto está expresso na
escrita Palavra de Deus, e esse é o nosso roteiro, não há outro, só inventando.
O próprio Jesus adverte àqueles que negam qualquer valor ao Velho Testamento: "A Escritura
não pode falhar", falham
aqueles que não a sabem interpretar. Portanto, é válido o Velho Testamento, e a
validez é dada pelo próprio Jesus (está no Evangelho de São João, para quem
queira verificar). Pois
bem, nesta Obra "CATECISMO DA RELIGIÃO CRISTÃ", de Keenan, um autor
famoso, na página 206, sobre o assunto "O Quarto Mandamento"
encontramos estas perguntas e respostas:
"- Que é que ordena o Senhor Deus
por este Mandamento?
R - Ordena que santifiquemos, de
maneira especial, este dia em que Ele repousou do trabalho da criação.
- Qual é este dia do repouso?
R - O sétimo dia da semana ou sábado,
porque Ele empregou seis dias na criação e
repousou no sétimo (Gênese de Moisés, capítulo 2, versículo 2; São Paulo
aos Hebreus, capítulo 4, versículo 1)."
Observação: Claro que seis dias da criação são seis períodos, como nós vamos
ver adiante.
"- Deve, então, santificar-se o
sábado para obedecer a ordenança de Deus?
R - Durante a velha lei, é a resposta o sábado, era o dia santificado,
mas a santa madre igreja, instituída por nosso Senhor Jesus Cristo
(absolutamente não foi) e dirigida pelo espírito de Deus, substituiu o sábado
pelo domingo, de sorte que, agora, santificamos o primeiro e não o sétimo dia.
O domingo significa e é, agora, o dia do Senhor."
Estão vendo bem? Vamos a um outro
livro. Nas "Instruções da Doutrina Católica", de J. P Kennedy, página
202, lemos o seguinte:
"P - Que garantia temos de que a
guarda do domingo é preferível a do antigo sábado?
R - Temos a seu favor a autoridade da
santa igreja católica e da tradição oral e apostólica.
P - Ordena, em alguma parte da Bíblia
Sagrada, que se guarde o domingo em vez do sábado?
R - A Escritura nos ordena que ouçamos
a igreja e que retenhamos as tradições dos apóstolos, mas as Escrituras não
mencionam, em particular, esta mudança do sábado."
Entenderam bem? Está claro? Mas, vamos
continuar. No "Catecismo Doutrinário", página 174, encontramos outro
testemunho sobre o mesmo ponto.
"P - Tendes outra maneira de
provar que a igreja tem poder para instituir festas de preceitos?
R - Se ela tivesse este poder não
podia ter feito aquilo em que todos os modernos homens de religião concordam
com ela. Não podia ter substituído a observância
do sábado, como Deus determinou,
pela observância do domingo, o primeiro
dia, para o qual há nenhuma autoridade bíblica ou escriturística."
Entenderam bem? Ainda na
"Doutrina Cristã", página 58, encontramos isto:
"P - Como provais que a igreja
tem poder para ordenar festas e dias santos?
R - Pelo próprio ato de mudar o sábado
para o domingo sem pedir licença a Deus."
E os protestantes admitiram. Portanto,
insensatamente, se contradizem, guardando rigorosamente o domingo ao mesmo tempo
que violam quase todas as outras festas ordenadas pela mesma igreja católica
romana.
"P - Então, a igreja tem poder
para mudar uma ordem de Deus?
R - Pode. Ela prova isto guardando o
domingo em vez do sábado, como ordenou Deus no Velho Testamento."
Finalmente, Lockhart, de Oxford, no
Mirror de Toronto (católico, heim!) apresentou o seguinte desafio a todos os
protestantes da Irlanda (desafio tão aplicável ao nosso país como aquele), diz
ele:
"Desafio, solenemente, os
protestantes da Irlanda que provem, por textos claros da Bíblia Sagrada, estas
questões acerca das obrigações do sábado cristão:
primeiro - que os cristãos podem
trabalhar no sábado, o antigo sétimo dia;
segundo - que são obrigados a
santificar o primeiro dia da semana, ou seja, o domingo;
terceiro - que não são obrigados a
santificar, também, o sétimo dia.
Isto é o que o poder papal pretende
ter feito acerca do Quarto Mandamento. Os católicos reconhecem,
claramente, que não há autoridade
bíblica ou escriturística para a mudança que fizeram, mas que ela se baseia,
unicamente, na autoridade do papa.
Pretendem que constitui um "sinal
ou marca da autoridade daquele papa", sendo o próprio ato de mudar o
sábado para domingo apresentado como prova do seu poder a esse respeito, acima
de Deus.
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