sábado, 29 de junho de 2019


Afirmação de que o "dragão" deu à "besta semelhante ao Leopardo" a sua sede e o seu poder é mais uma prova de que o "dragão" do Apocalipse,   capítulo  12,   versículo 3,   não  é  um  símbolo  pessoal  de Satanás, porque Satanás não abdicou em favor de qualquer outro ser malévolo, e não cedeu sua sede a qualquer poder terrestre.

Mas alguém pode dizer que se considera a "besta semelhante ao leopardo" e a "besta de duas pontas" como constituindo, ambas, o papado, e por isso é a elas que dragão dá o seu poder, sede e grande autoridade, mas a profecia não diz isso, não; é só com a "besta semelhante ao leopardo" que o dragão tem de ver. É só a esta "besta" que ele dá o seu poder, sede e grande autoridade. É esta "besta" que tem cabeça que é ferida de morte e depois é curada. É esta "besta" que faz com que todo o mundo se maravilhe após ela. É esta "besta" que recebe uma boca para proferir blasfêmias e faz guerra aos santos durante 1260 anos. E tudo isto se realiza antes de entrar em ação o poder seguinte: a "besta de duas pontas". Só a "besta semelhante ao leopardo" simboliza, portanto, o Império Romano em sua forma papalina sob o domínio da influência eclesiástica.

Para mostrar tudo isto melhor basta estabelecer um paralelo entre a "ponta pequena", que está no profeta Daniel, capítulo 7, versículos 8, 20, 24, 25, e este mesmo poder. Esta comparação tornará patente que a referida      "ponta pequena" e a "besta semelhante ao leopardo", simbolizam, exatamente, o mesmo poder. Mas, a "ponta pequena" é reconhecida como um símbolo do papado e há seis pontos de identidade, como podemos ver, agora, imediatamente:

primeiro ponto - a "ponta pequena" era um poder blasfemo, como está aqui: "proferirá grandes palavras contra o altíssimo" (profeta Daniel, capítulo 7, versículo 25); a "besta semelhante ao leopardo" deste Apocalipse, capítulo 13, versículo 6, faz exatamente o mesmo: "abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus";

segundo ponto - esta "ponta pequena" fazia guerra contra os santos e os vencia (livro do profeta Daniel, no Velho Testamento, capítulo 7, versículo 21); também esta besta (Apocalipse 13, versículo 7) faz guerra aos santos e ainda os derrota;

terceiro ponto - a "ponta pequena" tinha uma boca que falava grandiosamente (está no profeta Daniel, capítulo 7, versículos 8 e 20); e desta "besta" lemos (neste mesmo Apocalipse, capítulo 13, versículo 5): "lhe foi dado uma boca para proferir grandes coisas, isto é, grandiosidades e ao mesmo tempo blasfêmias";

quarto ponto - a "ponta pequena" levantou-se ao cessar a forma pagã do Império Romano. A "besta" do Apocalipse, capítulo 13, versículo 2, se levanta ao mesmo tempo, porque o dragão, a Roma pagã, lhe dá o seu poder, a sua sede e ainda grande autoridade; 

quinto ponto - foi dado poder  à  "ponta pequena para continuar"  por  um  tempo, dois tempos e metade de um tempo (como está no profeta Daniel, capítulo 7, versículo 25); a essa "besta" também foi dado poder por 42 meses, ou sejam, 1260 anos (Apocalipse, capítulo 13, versículo 5);

sexto ponto - no fim daquele período especificado, o domínio da "ponta pequena" havia de ser tirado (profeta Daniel em seu livro, capítulo 7, versículo 26); no fim do mesmo período a própria "besta semelhante ao leopardo" havia de ser levada em cativeiro (Apocalipse 13, versículo 10). Ora, ambas estas especificações se cumpriram no cativeiro, e exílio do Papa, e na derrocada temporária do papado pela França em 1798.

Como se vê mais uma profecia rigorosamente cumprida neste Apocalipse. Temos, aqui, alguns pontos que provam identidade, porque quando temos na profecia dois símbolos como neste caso, representando poderes que entram em ação no mesmo tempo, ocupam o mesmo território, mantendo o mesmo caráter, fazendo a mesma obra, e existem durante o mesmo espaço de tempo e têm o mesmo destino, então, estão estes símbolos representando o mesmo poder.

Ora, todos os pormenores especificados, se aplicam à "ponta pequena" e à "besta semelhante ao leopardo" do capítulo 13, mostrando que estes dois símbolos representam o mesmíssimo poder. Admite-se, geralmente, que a "ponta pequena" representa o papado e, quem pretender que esta "besta semelhante ao leopardo" não representa o mesmo, para ser coerente, deve provar       que na mesma altura em que se levantou o papado se levantou outro grande poder, exatamente como a besta, e ocupando o mesmo território, e revestindo o mesmo caráter, e fazendo a mesma obra, e continuando durante o mesmo espaço de tempo e tendo o mesmo objetivo, subsistindo, porém, como poder separado e distinto. Ora, tudo isto seria tão absurdo quanto impossível.

E a "cabeça ferida de morte"?  Evidentemente foi a cabeça papal. Somos levados a esta conclusão, naturalmente, pelo princípio evidente de que o que é dito em profecia do símbolo de qualquer governo se aplica a esse governo, somente enquanto é representado por esse símbolo. Ora, Roma é representada por dois símbolos: o "dragão" e a "besta semelhante ao leopardo", porque apresentou duas fases, a pagã e a papal. E o que se diz do dragão só se aplica a Roma na sua forma pagã. O que se diz da "besta semelhante ao leopardo" só se aplica a Roma na sua forma pretensamente cristã.

Mas Roma era pagã no tempo de São João Evangelista que viveu debaixo da sexta cabeça: a imperial. Isto nos mostra, imediatamente, que seis cabeças incluindo a imperial, pertencem ao "dragão". E se alguma destas cabeças foi ferida de morte, então foi uma das cabeças do dragão ou uma das formas de governo que pertenciam a Roma na sua forma pagã, portanto, não uma das cabeças da besta.

São João deveria ter dito: "Vi uma das cabeças do dragão, ferida de morte". Noutras palavras: esta ferida atingiu alguma forma de governo que existiu no   Império  Romano  depois  da  sua  passagem  do  paganismo  para  o chamado cristianismo. Porque Cristianismo mesmo ainda não existe na face da terra. Mas, enfim, após esta passagem, não houve senão uma cabeça, que foi a cabeça papal.

O símbolo, tal como é aqui apresentado, tinha apenas sete cabeças representando sete formas de governo não contemporâneas, mas sucessivas. Sem dúvida, que apenas uma cabeça está governando de cada vez, mas são colocadas todas juntas sobre o dragão e a besta para identificar ambos estes símbolos como representando o poder Romano. Seis cabeças pertenciam ao "dragão", isto é, seis formas de governo tiveram lugar e desapareceram, uma após outra, enquanto a religião de Roma era pagã, e só uma teve lugar após a mudança para o cristianismo, e esta era a papal. E esta, como um poder espiritual, continua até o fim (é uma advertência do Apóstolo São Paulo, inspiração divina,  basta verificar sua II Epístola aos Tessalonicenses, capítulo 2, versículo 8). E como poder temporal vai até o tempo em que seu domínio lhe é tirado pouco antes do fim (aqui já é o livro  do profeta Daniel, capítulo 7, versículo 26).

Assim fica, fora de toda controvérsia, que a "cabeça ferida de morte", ferida essa, depois de curada, não foi outra senão a cabeça papal. E  ser assim ferida é o mesmo que ir em cativeiro (Apocalipse, capítulo 13, versículo 10). Isto sucedeu quando o papa foi feito prisioneiro pelo general francês Berthier (Louis-Alexandre), e o governo papal, temporariamente, foi abolido em 1798. Despojado do seu poder, tanto civil como eclesiástico, o cativo papa morreu  no exílio em Valença, na França, a 29 de agosto de 1799.  Mas  a "ferida mortal" foi curada quando o papado se restabeleceu, embora com a diminuição do seu antigo poder, pela eleição de um novo papa. Isto aconteceu no dia 14 de março do ano de 1800. É o que dizem Bower, "História dos Papas", páginas 404 a 428, e George Croly, sobre o Apocalipse, edição de Londres, página 251.

Finalmente: "esta besta abre a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome."

São os presunçosos títulos abusivamente lançados em nome do próprio Jesus, quando é sabido que Jesus não estabeleceu nenhum papa. Ele blasfema do Tabernáculo do Céu, chamando a atenção dos seus súditos para o seu próprio trono e palácio em vez de chamar essa atenção para o Tabernáculo de Deus, afastando a sua atenção da Cidadela Celeste, da Jerusalém Celestial, indicando-lhes Roma como cidade eterna. Diante do Evangelho isto é blasfêmia, é blasfêmia diante do Apocalipse, blasfêmia dos que habitam no céu, pensando exercer o poder de perdoar pecados, afastando, assim, a mente dos homens da Obra Mediadora do Cristo e dos seus Espíritos de Luz no Santuário Celestial. Ninguém tem poder de perdoar pecados. Absolutamente, ninguém! Pelo versículo 10 somos, de novo, levados aos acontecimentos de 1798, quando o poder que, durante 1260 anos, levou ao cativeiro os santos de Deus.




Ele próprio foi levado em cativeiro dentro desta passagem, e aí está a Lei da Causa e Efeito, ou o implacável choque de retorno: quem abusa do poder será vítima do poder.

Tudo isto tem que ser apresentado equilibradamente, sem paixão religiosa. Isto não é um estudo de paixões, não estamos fazendo aqui ataques a ninguém! Estamos dando o resumo das maiores autoridades em Apocalipse no mundo inteiro. Os que mais estudaram este assunto estão desfilando aqui; eles chegaram a estas conclusões dentro de certos exclusivismo, e eu trato de extirpar esse exclusivismo desta explicação, porque  não quero dar um Apocalipse protestante, como não quero dar um Apocalipse espírita, nem judaico, nem católico.

Mas façam um exame retrospectivo e vejam se esses símbolos não se ajustam perfeitamente à profecia, e se estes fatos não estão devidamente preditos pelo vidente de Patmos, se merecem, portanto, toda a nossa atenção.  Mas vem coisa muito mais importante aí, como essa figura das "duas pontas" (basta ver, em prosseguimento, estes versículos 11 a 17).

Capítulo 13, versículos 11 a 17: 

"E vi subir da terra outra besta; e tinha duas pontas, ou dois chifres, semelhantes aos de um cordeiro, e falava como dragão. E exerce todo poder da primeira besta na sua presença. E faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. E faz grandes sinais de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens (guardem bem esse versículo 13, porque a besta de dois chifres são os Estados Unidos da América do Norte). E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam o mundo que fizessem uma imagem à besta, que recebera a ferida da espada e vivia; e lhe foi concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta que recebera a  ferida da espada, e vivia, e lhe foi concedido que o desse espírito a imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizessem que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. E faz que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, que seja posto um sinal na sua mão direita ou na sua testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal ou o nome da besta, ou o número do seu nome."

É extraordinário! Como é que há quase dois mil anos podiam  ser previstos estes fatos, como o erguimento desta nação norte americana, como esta "besta de dois chifres ou duas pontas" e, entretanto, está perfeitamente ajustado.  Só não direi, por enquanto, onde o Brasil aparece no Apocalipse porque não é chegada a hora. Não vamos precipitar nada, mas, quem não souber Apocalipse realmente não pode governar direito, pois se é o mapa do futuro, tudo o que vai acontecer já está predito aqui.

O governo não dá tanto valor ao Ministério do Planejamento? Pois bem, este é um planejamento divino, executado há dois mil anos. Se quer saber para prever, e prever para prover, todo governo tem de saber o que vem lá, tem de conhecer Apocalipse.

Isto é matéria obrigatória mais importante do que física, química, matemática, português, francês, inglês, etc, só um cego não vê isto. O pior cego é aquele que não quer ver.

É impressionante! Tomem, portanto, seus apontamentos, meditem, porque tudo está se cumprindo. O destino reservado ao Brasil é uma coisa eletrizante! Vem aí, uma série  de  fatos que  vão abalar  a  Humanidade  inteira.  Vem   uma guerra que ninguém poderá evitar, porque já está escrito há quase dois mil anos, e ela será o coroamento das maldades, atrocidades, perversidades humanas.

Conforme nossa promessa, eis aqui os versículos 11 a 17 do capítulo 13: 

"E vi subir da terra outra besta; e tinha duas pontas, ou dois chifres, semelhantes ao de um cordeiro, e falava como dragão. E exerce todo poder da primeira besta na sua presença. E faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. E faz grandes sinais de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam o mundo que fizessem uma imagem à besta, que recebera a ferida da espada e vivia; e lhe foi concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. E faz que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, que seja posto um sinal na sua mão direita ou na sua testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal ou o nome da besta, ou o número do seu nome."

Isto é muito sério! Estes versículos nos apresentam o terceiro grande símbolo da cadeia profética que estamos examinando, e que é, geralmente, chamada  a "besta de duas pontas ou dois chifres". 

Vamos ver a sua explicação: o "dragão" - a Roma pagã; a "besta semelhante ao leopardo" - Roma Papal. Nos apresentam grandes organizações como representantes de dois grandes sistemas de falsas religiões.

A analogia pareceria requerer que os restantes símbolos (a besta de duas pontas ou dois chifres) tivesse alguma aplicação semelhante, e encontrasse o seu cumprimento em alguma nacionalidade representativa ainda de outro grande sistema de religião. Mas o único sistema restante que está exercendo influência dominadora no mundo europeu principalmente, é o protestantismo.

Abstratamente considerado, o paganismo abrange todos os países pagãos com mais de metade da população do orbe terrestre.

O catolicismo que pode, talvez, ser considerado como abrangendo a religião da igreja grega, tão de perto parecida com ele, pertence às nações que constituem uma grande parte da cristandade. O maometismo é um sistema que deixou de ser um fator preponderante no progresso do mundo, além disso, recebeu suficiente atenção profética no livro de Daniel (capítulo 11) e neste Apocalipse (capítulo 9).

Mas o protestantismo é a religião das nações que constituem a vanguarda do mundo em liberdade, ilustração, progresso e poder na Europa e América do Norte. Se o protestantismo é, portanto, a religião para que devemos olhar como representante daquela religião, digamos, aplica-se a ele esta profecia? 

Há notáveis nações protestantes na Europa, mas, por várias razões, que veremos depois, o símbolo não pode aplicar-se a qualquer uma delas. Uma cuidadosa investigação leva-nos à conclusão de que se aplica à América protestante ou ao governo dos Estados Unidos. Eis, aqui, alguns dos motivos para esta aplicação e a evidência em que se apoiam.

Há algumas razões pelas quais devemos esperar que o próprio governo norte-americano seja mencionado na profecia? Em que condições se encontraram outras nações um lugar no registro profético?

Primeiro: se desempenha alguma parte importante na história do mundo. Segundo: e sobretudo se tiveram jurisdição sobre o Povo de Deus que com ele mantiveram quaisquer relações.

Ora, nos relatos da Bíblia como da história secular, encontramos dados de onde deduzimos esta regra acerca da menção profética dos governos terrestres, a saber: sempre que as relações do Povo de Deus com qualquer nação são tais que, uma verdadeira história do primeiro (que é um objeto de toda Revelação) não possa ser apresentado  sem  uma notícia  do  último;  tal nação é mencionada em profecia e todas estas condições, certamente, se observam nos Estados Unidos da América do Norte. Nunca nenhuma nação atraiu maior atenção e suscitou mais espanto, ou de promessa de maior poder, ou influência.

Claro, que se em alguma parte do globo terrestre se deve encontrar um forte núcleo de cristãos verdadeiros, que sejam o sal da terra e a luz do mundo, cuja história não possa ser escrita sem menção do povo em que vivem e gozam sua liberdade, é certamente o nosso Brasil, mas isto fica para depois.

Apoderou-se de muitas mentes a convicção de que da "mão providência" se manifestou claramente na origem e no progresso dos Estados Unidos. O governador Pownal, um estadista inglês, já em 1780 estando em progresso a Revolução Norte Americana, predisse que os Estados Unidos se tornariam independentes, e animariam seus filhos de uma atividade civilizadora, de Norte a Sul, muito além da que a Europa jamais conheceu; que o seu poder comercial e naval se encontraria em todas as paragens da terra.

Fala, em seguida, do provável estabelecimento deste país como um poder livre e soberano, constituindo uma revolução com mais forte sinais de intervenção divina, suspendendo o curso ordinário dos negócios humanos do que qualquer outro acontecimento que este mundo tenha experimentado.




Por sua vez, Jacques de Tocqueville, um  historiador francês, falando da separação dos Estados Unidos da Inglaterra, diz: "Pode-lhes parecer estulto mas foi, realmente, o seu destino, ou antes, a providência de Deus que lhes deu, sem dúvida, uma obra a fazer em que o maciço materialismo do caráter inglês tenha constituído um peso morto, demasiado grave, sobre o seu progresso".

Mas vamos mais além: Townsend, falando dos infortúnios que sobrevieram aos outros governos neste continente, na sua obra "O Novo e o Velho Mundo", página 635, afirma: "A história dos Estados Unidos foi separada por uma benéfica providência para longe da selvagem e cruel história do resto do Continente." Considerações como estas levam a despertar, em cada mente, uma forte expectativa de que os Estados Unidos parte a desempenhar, para levar avante os providenciais propósitos do próprio Deus neste mundo, e de que se fale dele na palavra profética, daí esta inclusão dos estados Unidos no Apocalipse.

Segundo ponto - a cronologia deste poder. Em que período da história deste mundo é o levantamento deste poder localizado na profecia? Sobre este ponto, o fundamento para as conclusões a que devemos chegar, já está posto nos fatos descobertos com relação à "besta" precedente, ou seja: "a besta semelhante ao leopardo". Na altura em que esta "besta" foi para o cativeiro, pois foi morta politicamente com a espada (versículo 10), o que é a mesma coisa, teve uma das suas cabeças ferida de morte (versículo 3), aí João viu subir a "besta de duas pontas ou dois chifres".

Se a "besta semelhante ao leopardo", como provamos fartamente, significa o papado e ainda em cativeiro, encontra seu cumprimento na destruição temporária do papado pela França em 1798, temos, então, definitivamente especificado o tempo em que devemos procurar o levantamento deste poder. A expressão "subir" significa que o poder, a que se refere, se acha recentemente organizado, que estava justamente, então, elevando um poder influente. O poder representado por este símbolo deve, portanto, ser algum poder que em 1798 se encontrava nesta posição perante o mundo.

E, em que condições estavam, nesta altura, os Estados Unidos? MacMillian, editores, ao anunciarem o seu "Anuário do Estadista" para 1867, portanto cem anos decorridos, fazem uma interessante declaração das alterações que se  verificaram entre as principais nações do mundo durante o meio século decorrido entre 1817 e 1867, e eles dizem, assim: "O meio século extinguiu três reinos, um grande ducado, oito ducados, quatro principados, um eleitorado e quatro repúblicas. Três novos reinos se levantaram e um reino foi transformado em império. Há, agora, 41 Estados na Europa contra 59 que existiam em 1807, não menos notável é a extensão territorial dos maiores Estados do mundo: a Rússia anexou 567.364 milhas quadradas, os Estados Unidos anexaram 1.968.009, a França 4.620, a Prússia 2.981, a Sardenha, expandido-se para a Itália,  aumentou 83.041, o império Indiano foi aumentado em 431.616. Os principais Estados que perderam territórios, foram: a Turquia, o México, a Austrália, Dinamarca e os Países Baixos".

Em face da profecia que temos diante de nós, estas afirmações são dignas de uma atenção particular. Durante o mencionado meio século desaparecem, por completo, vinte e um governos, vinte e um Estados, e apenas se levantaram três novos; cinco perderam território em vez de o ganhar, apenas cinco. Além dos Estados Unidos que aumentaram seu domínio, o que mais obteve neste sentido, acrescentou apenas pouco mais de meio milhão de milhas quadradas, ao passo que os Estados Unidos da América do Norte anexaram cerca de dois milhões. Assim, o governo americano, durante os mencionados cinquenta anos, anexou para cima de 1.400.000 milhas quadradas de território, mais que qualquer outra nação, e para cima de 800.000 mais do que foram anexadas durante esse tempo por todas as outras nações do mundo juntas, todas elas juntas. Pode alguém duvidar que nação esteve a "subir" durante o período abrangido por estas estatísticas? Certamente todos têm de admitir que os Estados Unidos da América do Norte são o único poder que se encerram as especificações desta profecia neste ponto de cronologia histórica.

E, ainda, há mais: Wesley, nas suas notas sobre Apocalipse 14, escritas no ano de 1754, escreveu o seguinte a respeito  da "besta de dois chifres ou duas pontas": "Esta ainda não veio, embora não esteja longe, porque deve aparecer no fim dos 42 meses da primeira besta."

Impressionante! Realmente impressionante esta previsão de Wesley. Mas, vamos adiante: 

terceiro ponto: a idade deste poder. Há boa evidência de que o governo simbolizado pela "besta de dois chifres ou de duas pontas" é introduzido na profecia na primeira parte da sua carreira, e que ele é, quando aparece em cena, um poder jovem.

As palavras de João, são as seguintes:  "E vi subir da terra outra besta que tinha dois chifres semelhantes ao de um cordeiro." Porque não diz o evangelista, agora profeta, simplesmente que tinha dois chifres? Por que ele acrescenta "semelhantes ao de um cordeiro"?

Evidentemente com o propósito de denotar o caráter desta "besta", mostrando que não é apenas ostensivamente de um procedimento inocente ou inofensivo, mas, também, que é um poder jovem, muito jovem, porque as "pontas de um cordeiro" são pontas que mal começam a crescer.

Ora, pelo argumento precedente sobre a cronologia, nosso olhar é levado para o ano de 1798, e o poder simbolizado era, então, um poder jovem, segundo o argumento anterior.

Pergunta-se: Que poder notável começava, nessa altura, a se tornar eminente mas ainda em sua juventude?

Não era a Inglaterra, não era a França, não era a Rússia, nem qualquer outro poder europeu. Para encontrar, nessa época, um poder jovem, crescente, somos obrigados a voltar os olhos para o Novo Mundo, neste sentido, nesta missão, é claro.

Mas logo que voltamos para este continente fixam-se, inevitavelmente, sobre este país, ESTADOS UNIDOS, como sendo o poder em questão. Nenhum outro poder deste lado do oceano é credor de qualquer menção comparado com ele, principalmente levando em conta o que está escrito no versículo 13:  "E faz grandes sinais, de maneira que até fogo  faz descer do céu à terra, à vista dos homens." Isto é muito importante!

Vou lhes mostrar uma coisa que é digna de toda meditação. Recordem comigo: "E vi subir da terra outra besta; e tinha duas pontas, ou dois chifres, semelhantes ao de um cordeiro, e falava como dragão. E exerce todo poder da primeira besta na sua presença. E faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. E faz grandes sinais de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta."

Em primeiro lugar, como é que este novo poder, esta "besta de duas pontas ou dois chifres", vai pactuar com o "dragão"? Isto nós vamos ver mais adiante. É muito importante este trecho.

Agora nós vamos ver apenas o que se refere no versículo 13: "E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens."

Meus amigos, vocês se lembram da II Guerra Mundial? Vocês se recordam o que é que fizeram os Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki? Que tal, não são grandes sinais? A explosão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, houve alguma coisa mais importante que isso que possa encaixar nesse versículo 13 do Apocalipse? Que outro país fez isso? "E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens." Não foi assim que, praticamente, se liquidou a II Guerra Mundial com a explosão da bomba atômica?

E quem fez isto não foram os Estados Unidos da América do Norte, "a "besta de duas, pontas", a "besta de dois chifres"? Quem não se recorda desse episódio, que abalou a humanidade inteira e que faz prever o que seria a III Guerra Mundial? Aí está, devidamente caracterizado, que esta "besta de dois chifres ou duas pontas" são os Estados Unidos da América do Norte. Mas pensem, meditem, porque temos muito mais a dizer dentro desta grande mensagem de alerta que é o Apocalipse de Jesus segundo São João, o livro das profecias finais.

Vejamos mais um ponto: a localização desse animal.

Uma simples declaração da profecia basta para nos guiar a importantes e corretas conclusões sobre este ponto. São João chama-lhe "outra besta": é um símbolo em adição à primeira "besta", mas diferente dela, que o profeta está justamente considerando, isto é, simboliza um poder separado e distinto daquele que é representado pela "besta" precedente.




Aquilo a que o evangelista e agora profeta, João, chama "outra besta" não é certamente nenhuma parte da primeira. E o poder simbolizado por ela, também não é nenhuma parte do que é simbolizado pela "outra besta". Isto é fatal para a pretensão daqueles que, para evitar a aplicação deste símbolo aos Estados Unidos da América do Norte, preferem dizer que se trata de alguma fase do papado. Pois, que neste caso, constituiria uma parte da "besta" precedente, da "besta semelhante ao leopardo". E, se é outra "besta", deve ser procurada em algum local não abrangido por quaisquer outros símbolos. 

Vejamos, portanto, sumariamente, os símbolos da palavra de Deus que representam governos na terra. Encontram-se, principalmente, senão em absoluto, nos livros de Daniel no Velho Testamento e neste Apocalipse, no Novo Testamento.

No capítulo 2 do livro do profeta Daniel, é apresentado um símbolo sob a forma de uma grande imagem constituída por quatro partes: ouro, prata, cobre e ferro, e é, finalmente, desfeita em átomos após o que um grande monte, ocupando o seu lugar, enche toda a terra. No livro de Daniel (capítulo 7), encontramos: um leão, um urso, um leopardo e um grande e terrível animal, não descrito, que, depois de passar por uma nova e notável fase, vai para o lago de fogo. Ainda em Daniel (capítulo 8), temos: um carneiro, um bode e uma ponta, uma ponta pequena a princípio, mas que se vai tornando excessivamente grande (depois vamos ver qual é). No capítulo 9 deste Apocalipse, temos: gafanhotos semelhantes a cavalos. No capítulo 12 deste Apocalipse: um grande dragão vermelho. No capítulo 13, ainda deste Apocalipse, temos: uma besta blasfema semelhante ao leopardo, e uma besta com duas pontas semelhante aos de um cordeiro. Vamos encontrar no capítulo 17 deste livro: uma besta escarlata, sobre a qual está sentada uma mulher tendo em sua mão um cálice de ouro cheio de imundície e abominação.

Que governos e que poderes são representados por todos eles? Simboliza qualquer deles, por ventura, os Estados Unidos?

Alguns representam reinos terrestres, porque assim nos informam, expressamente, as próprias profecias e na aplicação de quase todos. Há um acordo uniforme entre os expositores estudiosos do Apocalipse, o que não é fácil, não! Pois bem, as quatro partes da grande imagem de Daniel (capítulo 2) representam quatro reinos: Babilônios ou Caldeia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma. O leão (do capítulo 7), também representa Babilônia; o urso, a Medo- Pérsia; o leopardo é a Grécia; e o animal terrível, espantoso, é Roma. A ponta com boca e olhos humanos, que aparece na segunda fase desta besta, representa o papado (abrange a sua história até o tempo em que foi, temporariamente, derrubado na França, por Napoleão Bonaparte em 1798).

Ainda no livro de Daniel, capítulo 8, o carneiro representa a Medo-Pérsia; o bode, a Grécia; e a ponta pequena é Roma. Todos eles têm uma aplicação bem clara e definida aos mencionados governos. Nenhum deles pode, portanto, ter qualquer referência aos Estados Unidos da América do Norte.

Os símbolos apresentados pelo capítulo 9, deste Apocalipse, todos concordam em aplicá-los aos turcos e sarracenos. O "dragão" do Apocalipse (capítulo 12) é o reconhecido símbolo de Roma pagã. Pode-se demonstrar que a "besta semelhante ao leopardo" (do capítulo 13) é idêntica a undécima ponta do quarto animal do profeta Daniel (capítulo 7) e, por isso, simboliza o papado. A "besta escarlata" ou "escarlate", como quiserem, é a mulher do Apocalipse (capítulo 17), também se aplicam, evidentemente, à Roma sob o domínio pagão-papal referindo-se, especialmente os símbolos, à distinção entre o poder civil e o eclesiástico, sendo um representado pela "besta" e o outro pela "mulher sentada sobre ela".

Mas resta um símbolo que é "o animal de duas pontas" (do capítulo 13 do Apocalipse de Jesus segundo São João). Sobre esta há uma grande diversidade de opiniões e, antes de procurar uma aplicação, temos de olhar para o campo abrangido pelos já examinados.

A Babilônia e Medo-Pérsia abrangiam toda parte civilizada da Ásia; e Grécia abrangia a Europa Oriental incluindo a Rússia; Roma com os dez reinos em que foi dividida, representados pelos dez dedos da imagem, pelas dez pontas do quarto  animal  do  profeta Daniel  (capítulo 7),  pelas dez pontas do dragão do Apocalipse (capítulo 12), pelas dez pontas da besta semelhante ao leopardo (capítulo 13), abrangia toda a Europa Oriental. Noutras palavras: todo o Hemisfério Oriental, conhecido da história e da civilização, é absorvido pelos símbolos já examinados, acerca de cuja aplicação poucas dúvidas podem subsistir.

Mas há uma poderosa nação do Hemisfério Ocidental digna, como já vimos, de ser mencionada em profecia que ainda não foi apresentada. Resta um símbolo cuja aplicação ainda não foi feita. Todos os símbolos, exceto um, já estão aplicados. Todas as partes do Hemisfério Oriental estão abrangidas pelas aplicações respectivas.

De todos os símbolos mencionados só resta um: é, exatamente, o "animal de duas pontas" do capítulo 13 deste Apocalipse. E, de todos os países da terra, relativamente aos quais, existe algum motivo para serem mencionados na profecia? Só resta um: ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA DO NORTE.

Refere-se o "animal de duas pontas" aos Estados Unidos? Refere-se? Estão de acordo? Então todos os símbolos têm uma aplicação que é abrangido todo o campo. Mas não estão de acordo? Segue-se, então, que os Estados Unidos não estão representados na profecia e, em segundo lugar, que o símbolo do "animal de duas pontas" não tem nenhum governo a que se possa aplicar, mas, evidentemente, a primeira destas suposições não é provável, a segunda não é possível.

Uma conclusão se pode tirar destes argumentos: é que "o animal de duas pontas" se deve localizar no Hemisfério Ocidental e que simboliza os Estados Unidos da América do Norte.

Outra consideração que indica o local desse poder é extraída do fato de que São João o "viu subindo da terra". Se o "mar" de onde a "besta semelhante ao leopardo" sobe (Apocalipse capítulo 13, versículo 1) representa povos, nações e multidões (ainda  este Apocalipse capítulo 17, versículo 15), a terra deve sugerir, por contraste, um território novo e anteriormente desocupado. Ora, meus amigos, meus irmãos, excluídos assim dos continentes Orientais,   impressionados  com   a  ideia  de   olhar  para   um   território anteriormente desconhecido para a civilização, temos de nos voltar, necessariamente, para o Hemisfério Ocidental.

Vamos ver, então, mais um ponto importante: o ponto 14, do seu levantamento conforme a profecia. O modo como se vê subir o "animal de duas pontas" prova, simultaneamente, com a sua localização, idade, cronologia, que se trata de um símbolo dos Estados Unidos da América do Norte.

São João diz que viu a "besta subir da terra". E esta expressão deve ter sido propositadamente usada para estabelecer o contraste entre o levantamento desta "besta" e o de todos os outros símbolos nacionais proféticos. Os quatro animais do profeta Daniel (capítulo 7) e a "besta semelhante ao leopardo" (do capítulo 13 deste Apocalipse) subiram todos, as novas nações se levantam, geralmente, pela extinção de outras nações e tomam seus lugares, mas, nenhuma outra nação foi abatida para dar lugar aos Estados Unidos, e a luta pela independência já estava a 15 anos no passado quando entrou no campo da profecia, então o profeta encontrou somente a paz. Uma observação interessante: a palavra grega, usada no versículo 11, no original deste Apocalipse, para descrever o modo como esta besta sobe, é muito expressivo. Uma das suas principais definições é, exatamente, "crescer ou brotar como uma planta".

E é um fato notável que esta mesma figura foi escolhida por escritores políticos sem qualquer referência à profecia, como sugerindo a melhor ideia do modo como este governo se levantou. Por exemplo: Townsend, na sua obra intitulada "O Novo Mundo Comparado com o Velho Mundo", página 635, escreve: 

 "Nesta teia de ilhas, as Antilhas, começou a vida de ambas as Américas do Norte e do Sul. Ali viu Cristóvão Colombo a terra, ali começou a Espanha o seu império Ocidental. Dali partiu Córtes para o México, de Soto (Hernando) para o Mississipi, Balboa para o Pacífico, Pizarro para o Peru.

A história dos Estados Unidos foi separada por um ato benevolente da providência, digamos assim, dessa selvagem e cruel história do resto do continente, porque na verdade, como silenciosa semente, crescemos e nos  convertemos   num   império  ao  mesmo  tempo   em  que  o  próprio império, começando ao Sul, foi varrido por tão interminável tempestade, e o que da sua história podemos assegurar, é lido à luz dos próprios relâmpagos que os devastaram completamente. O crescimento da América inglesa pode comparar-se a uma série de líricas cantadas por isolados cantores, que fundindo-se, formaram, por fim, um vigoroso coro, e este extraindo a muitos de longe, cresce e se prolonga até que hoje assume a dignidade e proporções de um canto épico."




Esta é a imagem do velho autor de "O Novo Mundo Comparado com o Velho Mundo".

Um escritor na Nation, de Dublin, pelo ano de 1850, falou dos Estados Unidos como de um maravilhoso império que estava emergindo no meio do silêncio da terra, diariamente aumentando o seu orgulho e o seu poder. Outro grande nome, Martyn, na  história da grande reforma Luterana, no seu volume IV, página 238, precisamente deixa um trecho do discurso proferido por Everett sobre os exilados ingleses que fundaram os Estados Unidos, e diz: "Procuravam eles um local retirado, inofensivo pela sua obscuridade, seguro no seu afastamento dos antros dos déspotas, onde a pequena igreja de Leyden pudesse gozar liberdade de consciência, eis as poderosas regiões sobre as quais, em conquista pacífica, vemos hastearem-se os estandartes da cruz."

Vamos agora cotejar estas expressões: "Subir da terra", e "emergindo no meio do silêncio da terra", "como silenciosa semente crescemos e nos convertemos em império", e "poderosas regiões ocupadas por conquista pacífica".

Evidentemente, a primeira é do profeta afirmando que aconteceria quando o "animal de duas pontas" se levantasse, as outras são de escritores políticos dizendo o que aconteceu na história dos Estados Unidos da América do Norte. Pode alguém deixar de ver que as últimas três são perfeitamente sinônimas da primeira, e registra um cumprimento completo da predição?

Outra pergunta se segue, naturalmente: Subiram os Estados Unidos de modo a cumprir os pormenores da profecia?

Vamos ver: Pouco antes da grande reforma no tempo de Martinho Lutero, foi descoberto o Continente ou Hemisfério Ocidental. A Reforma Protestante (esta é a verdade) despertou as nações agrilhoadas sob pesadas cadeias da superstição para o fato de que todo homem tem o divino direito de adorar a Deus, conforme os ditames da sua própria consciência. Daí o livre exame que caracteriza a grande religião protestante, mas os donos do mundo são contrários a perder a sua força, então a intolerância religiosa ainda oprimia  o povo. Sob estas circunstâncias, um corpo de heróis religiosos determinou, por fim, procurar nas selvas norte-americanas aquela medida de liberdade civil e religiosa que tanto almejavam. No seu nobre intento, cem (uma centena) desses exilados voluntários desembarcaram no Mayflower nas costas de Nova Inglaterra, em 21 de dezembro de 1620.

E aqui diz, Martyn: "Nasceu a Nova Inglaterra, e este foi o seu primeiro balbuciar de criança, uma oração, uma ação de Graças a Deus".

Outra colônia inglesa permanente foi estabelecida em Jamestown (1607), e, com o andar dos tempos, outras bases se estabeleceram, organizando-se em colônias, todas sujeitas à coroa inglesa, claro, que até a Declaração da Independência, em 4 de julho de 1776.

Segundo o United States Magazine, de agosto de 1855, "a população das colônias inglesas elevava-se, em 1701, a 262.000 habitantes; em 1749, a 1.046.000; em 1775, a 2.803.000; então começou a luta das colônias americanas em prol da independência. Finalmente, em 1776, declararam-se uma nação livre e independente. Já em 1777, delegados dos treze Estados originais: New Hampshire, Massachusetts, Rhoden Island, Connecticut, New York, New Jersey, Pennsylvania, Newark, Mariland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia, reunidos em Congresso, adotaram os artigos da Confederação. Em 1783, a guerra da revolução terminou por um tratado de paz com a Grã-Bretanha, pela qual era reconhecida a independência dos Estados Unidos e cedido o território na extensão de 815.615 milhas quadradas. No ano de 1787 foi redigida a Constituição ratificada pelos referidos treze Estados e, a 1º de março de 1789, imediatamente entrou em vigor, então, o barco do Estado norte-americano, foi lançado às águas com menos de um milhão de milhas quadradas de território e cerca de três milhões de almas".

Continua o escritor: 

"Assim, somos levados ao ano de 1798 em que os Estados Unidos, realmente, já era uma nação que se destacava no concerto das nações." E é, exatamente aqui, saibam eles ou não saibam, é aqui exatamente, em 1798 que os Estados Unidos são introduzidos neste Apocalipse. E, agora, passando por alto, um pouco mais de cem anos, no começo do Século XX, o território dos Estados Unidos se expandiu para 3.678.392 milhas quadradas, e a sua população acima de cem milhões. Seu progresso em todos os empreendimentos industriais, produções agrícolas, cultura de gado, jornais, escolas, produção de metais preciosos, riquezas de todas as espécies, já no princípio do século mostravam a pujança do governo dos Estados Unidos da América do Norte.

E o caráter do governo simbolizado pela "besta de duas pontas"?

Debaixo desta divisão do assunto, encontramos ainda maior evidência de que o símbolo representa os Estados Unidos. Descrevendo este poder, São João diz que ele tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro. As pontas de um cordeiro indicam: 

primeiro: juventude; 

em segundo lugar: amabilidade, certa inocência. 

Como nação recentemente criada, os Estados Unidos correspondem, admiravelmente, ao símbolo no que respeita a idade, porque nenhuma outra nação (como já ficou provado) se encontra nessas mesmas condições. Nosso Brasil, cujo papel vem lá adiante, não estaria, por exemplo, nestas condições de profecia, basta ver que a sua independência veio muito mais tarde (em 1822).

Consideradas como índice de poder e caráter, é fácil descobrir o que constitui as "duas pontas" do governo norte-americano se conseguirmos certificar-nos do segredo da sua força e do seu poder. 

Do que revela o seu caráter aparente ou constitui a sua profissão? Vejamos, por exemplo, o depoimento de Bingham. Ele nos dá a chave de todo o assunto quando afirma que: "o objetivo de todos aqueles que primeiro demandaram às plagas norte-americanas, era encontrar o que o  mundo não tinha visto durante séculos, a saber:   uma  igreja  sem papa e um Estado sem rei. Porque a igreja protestante não tem papa e os Estados Unidos são uma república."

Expresso noutros termos: este seria o governo em que o poder eclesiástico devia estar separado do poder civil e em que devia reinar soberanamente a liberdade civil e religiosa. Não é preciso nenhum argumento para mostrar, e a própria afirmação é desnecessária que esta é, precisamente, a profissão do governo norte-americano.

Vejamos o artigo 4º da Constituição dos Estados Unidos:  "Os Estados Unidos garantirão a cada Estado desta União uma forma republicana de governo". O artigo 6º: "Nenhuma prova religiosa será jamais requerida como qualificação para qualquer ofício ou cargo público dos Estados Unidos da América do Norte". A primeira Emenda da Constituição, artigo 1º, começa assim: "O Congresso não fará nenhuma lei acerca do estabelecimento de religião ou proibindo o livre exercício dela".

Ora, esses artigos professam a mais ampla garantia de liberdade civil e religiosa e, também, a completa e perpétua separação do Estado e da religião. Lá, realmente, há separação, no Brasil, não! A igreja manda no governo, o governo só vive quando a igreja diz: "pode viver". Que melhores símbolos disso podiam ser dados do que "dois chifres semelhantes aos de um cordeiro"? Em que outro país se pode encontrar uma condição de coisas que corresponda, tão completamente, a este aspecto do símbolo?

Outro ponto: um governo republicano.

O "animal de duas pontas" simboliza uma nação com uma forma republicana de governo: mostra-se isto pela ausência de coroas, tanto na cabeça como nas pontas. Uma coroa é um símbolo apropriado de uma forma de governo régio ou monárquico, e a ausência de coroas, como neste caso, sugere um governo em que o poder não reside em qualquer membro governador, mas reside, por consequência, nas mãos do povo. É democracia, mas esta não é a prova mais concludente de que a nação aqui simbolizada é republicana, é democrática em sua forma de governo. Pelo versículo 14 sabemos que é feito um apelo ao povo quando se realiza qualquer ação nacional. Vejam o que está no Apocalipse: "dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta, etc."  Se o governo norte-americano fosse uma monarquia as questões nacionais dificilmente seriam submetidas nesta inqualificável maneira ao povo. E o fato de o apelo ser aqui feito ao povo, mostra que a forma de governo é tal que o poder reside em suas mãos. Este é, enfaticamente, o caso do governo dos Estados Unidos da América do Norte mas não de qualquer outro governo, se é que alguém pense, razoavelmente, aplicar este símbolo a outro governo. É outro forte elo na cadeia de evidências de que este símbolo do Apocalipse deve aplicar-se aos Estados Unidos da América do Norte.

Mais um ponto (e é o oitavo): trata-se de uma nação protestante.

O "animal de duas pontas" também simboliza um governo que é protestante em religião, isto é, um poder não católico.



APOCALIPSE DE JESUS SEGUNDO SÃO JOÃO Em espírito e verdade à luz do Novo Mandamento de Jesus pelo método histórico-profético ALZ...