vai dizer: "Ué, parece um livro
só!" Ambos fazem um livro só, por quê? Porque Daniel e João, o Evangelista,
são a mesma pessoa, isto é, o discípulo amado já veio preparado para ser o Evangelista, e mais que Evangelista: Profeta. E é o maior profeta do tempo de
Jesus depois de João Batista, evidentemente, porque até então era o maior dos
nascidos do ventre de mulher. Quem quiser conhecer bem o Apocalipse tem que ler
bem o livro de Daniel que é um livro eminentemente apocalíptico.
Vocês sabem que revelação em grego é
Apokalupsis, deu Apocalipse em português, mas quer dizer Revelação. Toda a vida
de Daniel é uma série de revelações, e não somente com o rei Nabucodonosor,
também temos episódio de Baltazar. Baltazar acabou abusando do poder, mas
abusou de verdade, então, no meio do festim, apareceu um pedaço de mão escrevendo
na parede do banquete: MANE, TEKEL, FARES, e Baltazar chamou toda aquele gente
que adivinha, astrólogos. (Hoje, então,
como há charlatões fantasiados de astrólogos, meu Deus do céu!) Estão em todas
as rádios, todas as televisões, astrólogos que são apenas impostores, mas Deus
os julgará.
Ninguém soube decifrar aquelas
palavras que aquele pedaço de mão escreveu no banquete, no festim de Baltazar.
Foi quando apareceu Daniel e disse o significado daqueles elementos escritos na
parede.
Não é bem assim, mas que, com
vulgaridade, ficou MANE, TEKEL, FARES, teus dias estão contados, serás
assassinado na noite de hoje. Realmente Baltazar foi morto naquela noite; isto
é poder profético. Esse dom Deus dá a quem acha que deve dar. Deus não dá a
qualquer um, só dá a quem o saiba usar pelo bem comum, não para enriquecer nem
para fazer cartaz em rádio e televisão, ou na imprensa, ou cinema, ou no
teatro. Esses dons não se vendem, são de Deus para as criaturas humanas, são as
coisas chamadas invendáveis. Pois bem, a morte de Baltazar confirmou o talento
profético, verdadeiramente divino, de Daniel.
Daniel que reencarnou como João, o Evangelista para completar o seu
Apocalipse. Tanto que vocês vão encontrar expressões iguais em Daniel e no
Apocalipse segundo São João: "dois tempos,
um tempo, metade de um tempo".
Ainda que a volta do Cristo seja para
os ímpios uma cena de terror, destruição, para os justos vai ser uma grande
cena de alegria e triunfo. Quando chegar a hora da aflição do mundo então
chegará o repouso dos santos. Os que sofreram vão ver que não choraram em vão
diante das injustiças e maldades humanas. A volta do Cristo, que é como a
labareda de fogo para tomar vingança dos ímpios, trás consigo o repouso para
todos aqueles que creem e amam. Quem é que diz isso? - O Apóstolo dos gentios,
São Paulo na sua II Epístola aos Tessalonicenses, capítulo 1. Sim, os maus não
vão querer nem ouvir falar da volta de Jesus. Mas os bons, estes não esperam
outra coisa.
JESUS JÁ ESTÁ VOLTANDO, Jesus volta
para julgar a todos, de modo que, nesta oportunidade, mais se
impõe o estudo do Apocalipse para saber o que é que vem lá. Vocês vão ter revelações espantosas, vocês vão ter um Apocalipse neutro que serve a
todas as correntes em litígio. Ninguém vai vencer, quem vai vencer é Jesus!
Capítulo 1, versículos 8, 9 e 10
"Não vos
deixarei órfãos, Eu voltarei": o Pastor do rebanho único que nos deu o seu Novo
Mandamento está voltando à Humanidade, e é por isso que estamos levando a todo
Brasil o Apocalipse de Jesus segundo São João, o último livro da Bíblia
Sagrada, o livro das profecias finais, o livro, que nesta altura da marcha da
Humanidade, é o mais importante de toda a Bíblia Sagrada. Vamos, então, continuar
na explicação do Apocalipse em espírito e verdade à luz do Novo Mandamento.
O versículo 8 do primeiro capítulo:
"Eu sou o
Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, o que é, que era e que há de
vir, o Todo-Poderoso".
Como se vê, surge aqui outro
interlocutor. Até esse momento quem falava era João, o Evangelista, mas este
versículo não tem ligação com o versículo que o precedeu nem com o que vai seguir.
Deve-se determinar, portanto, quem aqui está falando, naturalmente que através
dos termos que emprega. De novo encontramos a expressão "o que é, que
era e que há de vir".
Já fizemos notar que se refere exclusivamente a Deus, o Criador incriado e Pai
de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Mas, naturalmente, alguém perguntará: -
A palavra Senhor não dará a entender que se trata de Jesus, o Cristo?
Muito já se escreveu sobre este ponto.
Burns, por exemplo, com o original grego na mão, diz que está escrito Deus, não
Senhor. Deus, Senhor, não! E esta é a linha adotada por Gripa, por Pittman,
Hans e é hoje considerada a lição correta e definitiva. Por exemplo. Bloomfield
subentende a palavra Deus e considera as palavras "o princípio e o
fim" como interpolação. Assim, com
propriedade, termina a primeira divisão principal deste capítulo: COM A
REVELAÇÃO DE SI MESMO feita pelo GRANDE DEUS como tendo uma eternidade de
existência passada e futura e um poder infinito, estando, por isso, em
condições de realizar as ameaças e promessas constantes do Apocalipse.
No versículo 9, encontramos:
"Eu, João,
que também sou vosso irmão, companheiro na aflição e no reino e paciência de
Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e
pelo testemunho do Senhor Jesus."
Como se vê, o assunto passa agora a
seguir novo rumo, apresentando João, o discípulo amado, o lugar e as
circunstancias em que foi dado o Apocalipse. Primeiramente se apresenta como
irmão da Igreja Universal, seu companheiro nas aflições que acompanham a
profissão cristã nesta vida terrena.
E é duro ser cristão cá em baixo, mas,
também do contrário qual seria o nosso merecimento? O merecimento é testemunhar
Jesus diante da incredulidade, da chalaça, da galhofa, da debilidade mental, da
irresponsabilidade da maioria esmagadora da humanidade. Neste é que tem
merecimento, neste é que há honra e glória para Nosso Senhor Jesus Cristo.
Portanto, aí está o padrão: é o discípulo amado, companheiro nas aflições que
acompanham a vida de cada cristão no plano terra.
"E no
Reino":
Estas palavras têm dado motivo a muita controvérsia. Na realidade João quer
dizer que os cristãos, no estado presente,
se encontram no REINO DO CRISTO, ou, em outros termos: QUE JÁ ESTAVA
ESTABELECIDO NOS SEUS DIAS O REINO DO CRISTO. Se esta linguagem tem alguma
relação com o estado presente, deve tê-lo num sentido muito limitado. Os que
defendem sua aplicação terrena (isto ocorre geralmente em São Pedro, na sua
I Epístola, capítulo 2, versículo 9) para provar a existência de um REINO no
estado presente e para mostrar a sua natureza.
Mas, como observamos, a propósito do
versículo 6, o REINO LITERAL dos santos é ainda coisa do futuro, como está nos Atos dos Apóstolos, capítulo 14, versículo
22: "é por muitas tribulações que nos importa conquistar o REINO DE
DEUS". Mas quando tivermos entrado nesse Reino então cessou a tribulação.
A "tribulação" e o "Reino" não podem existir
simultaneamente.
O grande estudioso Murdock, ao
traduzir do ciríaco este versículo, omite a palavra "reino" e apresenta
a seguinte lição: "Eu, João, vosso irmão e companheiro na aflição e sofrimento que
estão em Cristo Jesus".
Wakefield traduz:
"Eu, João,
vosso irmão e participante convosco em sofrer a aflição do reino de Jesus, etc."
Bloomfield diz que pelas
palavras "aflição e paciência" são significadas aflições,
perturbações que devem ser suportadas por
causa e na causa do Cristo de Deus. "Reino" refere-se ao que há de ser participante com
Ele no reino que diz estar preparado. Diz ele que o melhor comentário a esta
passagem está em São Paulo na II Epístola a Timóteo, capítulo 2, versículo 12,
onde lemos: "Se sofremos, também com Ele reinaremos".
De tudo isto podemos concluir com
segurança que, posto haja um "reino de graça" no presente estado, o
"reino" a que aludia João é o futuro REINO DE GLÓRIA. O
sofrimento e paciência são preparatórios
para a sua conquista. Realmente, para conquistar o REINO DE DEUS é preciso
sofrer muito. "O Reino de Deus é daqueles que sofrem e amam", já dizia
Pietro Ubaldi.
Agora vamos ver o lugar em que se encontra o intérprete da
grande visão que lhe foi dada pelo Cristo de Deus. É uma ilha chamada Patmos,
uma ilha pequena, estéril, perto da Costa Ocidental da Ásia Menor, entre a ilha
de Cária e o Promontório de Mileto, onde no tempo de João se encontrava a mais
próxima Igreja Cristã. Tem cerca de oito milhas de comprimento, uma de
largura e dezoito
de perímetro. Seu nome
atual é Patmos ou Patina. A costa é escarpada, consta de uma
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