sexta-feira, 5 de julho de 2019


Sendo que a nossa opinião é esta: Religião do Cristo ainda não há, ainda não aconteceu o Cristianismo na face da terra. O que vem, desde os primórdios do cristianismo, é apenas uma preparação, é claro! Os homens são "bem intencionados, são muito bonzinhos", mas ainda não houve Cristianismo, não! Só vai começar a haver depois que a Humanidade entender e entronizar no coração o Novo Mandamento do Cristo, porque não pode haver Cristianismo sem o Cristo. Sem o Novo Mandamento não há Cristianismo. Se você duvidar, meu amigo, pergunte a Jesus se há, e Ele vai lhe dizer que não há, porque quem não cumpre o Novo Mandamento não é do Cristo, é do anticristo. Aí está, portanto chegou a hora do sinal de Deus nas suas testas. 

A propósito do capítulo 7, versículos 1 a 3, demonstramos que o selo ou sinal de Deus é o sábado do Quarto Mandamento do verdadeiro Decálogo. Vocês entenderam bem! Então já estão preparados para a explicação. Isto é que vai ser edificante!

A ordem de Abu-Becre vai esbarrar aqui, no Quarto Mandamento do legítimo Decálogo que ninguém tem o direito de revogar; os Dez Mandamentos são os que estão na Bíblia; os outros dez, se não estiverem de acordo, estão errados. A história não omite o fato da existência de observadores do verdadeiro sábado através de toda a presente dispensação cristã, mas é claro que alguns têm levantado a questão. Quais eram os homens que, naquele tempo, tinham o sinal de Deus nas suas testas e, que devido a ele, se eximiriam à opressão maometana?

Recordemos o fato a que já aludimos de que, através de toda a dispensação cristã, tenha havido pessoas com o sinal de Deus nas suas testas, ou seja, inteligentes observadores do verdadeiro sábado (o que está no Decálogo), porque, para nós, os verdadeiros Dez Mandamentos são aqueles que estão na Bíblia Sagrada. Lembremos, ainda, que a profecia assegura que os ataques deste poder assolador não são dirigidos contra eles, mas contra outra classe de gente. O assunto fica, assim, liberto de toda dificuldade, porque isto é tudo que a profecia realmente afirma. Só uma classe de pessoas é diretamente representada no texto. As que não têm o sinal de Deus nas suas testas, cuja preservação é apenas implicitamente introduzida. 

Realmente, não consta na história que alguns deles tenham sido envolvidos em quaisquer  das calamidades  infligidas,  pelos  sarracenos,  ao objeto do seu ódio. Reparem bem! Foram enviados contra outra classe de homens, e a destruição que viria sobre esta classe de homens não é apresentada em contraste com a conservação de outros homens, mas apenas com a dos frutos e verduras da terra. "E assim lhes foi dito que não fizessem dano à erva da terra nem à verdura alguma, mas apenas a certa classe de homens".

E, em cumprimento, vemos o estranho espetáculo de um exército de invasores poupando coisas que tais exércitos geralmente destroem, como seja: a face da natureza e a sua produção. E, em cumprimento da sua permissão de danificar os homens que não tivessem o sinal de Deus em suas testas, fendendo os crânios de uma classe de religiosos com as suas   coroas   raspadas   e   que  pertenciam  à   sinagoga   de    Satanás.

Estes eram, sem dúvida, uma classe de monges da Igreja Católica Romana. Contra estes foram dirigidos os exércitos maometanos, e parece que há uma propriedade particular, se não um desígnio em os descrever como não tendo o sinal de Deus em suas testas, tanto mais que se trata da própria igreja que arrebatou à Lei de Deus o seu selo, rasgando o verdadeiro sábado, estabelecendo em seu lugar uma falsificação.

Nem compreendemos, quer pela profecia quer pela história, que as pessoas a quem Abu-Becre encarregou os seus seguidores de não molestar, estivessem na posse do sinal de Deus, ou, necessariamente, constituíssem o selo de Deus. Quem fossem ou porque motivo foram poupados não informa o testemunho de Gibbon, mas sabemos que são os ingênuos que estão até na "falsa religião" julgando que ela é toda verdade na face da terra. E temos razão para acreditar que nenhum dos que tinham o sinal de Deus foi molestado, ao passo que outra classe, que enfaticamente não o tinha, foi morta à espada. E assim se vê o amplo cumprimento das especificações da profecia neste Apocalipse.

Capítulo 9, versículo 5: 

"E foi-lhe permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem. E o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem."

Suas constantes incursões no território romano e frequentes assaltos à própria Constantinopla, constituíram incessante tormento para o Império, e, apesar disso, não puderam, eficazmente, subjugá-lo, não obstante ao longo período a que depois se alude mais diretamente, durante o qual continuaram com ataques incessantes a afligir uma igreja idólatra, apóstata, porque sua missão era atormentar e depois danificar, mas não matar ou completamente destruir. O que é para admirar é que eles não o fizeram. Quanto aos cinco meses veremos no exame do versículo 10 deste capítulo.

Capítulo 9, versículo 6: 

"E naqueles dias, os homens buscarão a morte e não acharão; desejarão morrer, e a morte fugirá deles."

Evidentemente, os homens desesperados já estavam cansados de viver, porque aquilo não era vida, mesmo quando a vida era poupada só para a renovação da dor, e, quando tudo quanto reputavam sagrado, era profanado. Todos quantos prezavam, estavam em perigo de humilhação, e os selvagens sarracenos dominavam sobre eles ou os deixavam sós para um repouso momentâneo, sempre em perigo de ser, súbita ou violentamente, interrompido como que pela ferroada de um escorpião. Já disse aqui, várias vezes, que a história se repete: "A Humanidade evolui em pequenos ciclos dentro de um grande ciclo".

E esses símbolos se repetem sempre, como vamos ver mais tarde, mas, nesta altura da história, era exatamente essa a interpretação dentro do Apocalipse na grande visão do vidente de Patmos, João, o discípulo amado, o evangelista, e agora profeta.

Capítulo 9, versículo 7: 

"E a aparência dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre as suas cabeças havia como coroas semelhantes ao ouro; e os rostos eram como rostos de homens."

Ora, é tradicional que o cavalo árabe leva dianteira em toda parte, em todo mundo. A ciência da Arábia, diz a tradição, é perita em equitação. E os árabes ligeiros como gafanhotos e armados como escorpiões, prontos a se arremessarem num momento, estavam sempre prontos para a batalha.

"e sobre as suas cabeças havia como coroas semelhantes ao ouro."

Ora, quando Maomé entrou em Medina, em 622, e pela primeira vez foi recebido como seu príncipe, um turbante foi desfraldado à sua frente para suprir a falta de estandarte. Os turbantes dos sarracenos, semelhantes a uma coroa, eram o seu ornamento e o seu orgulho. As ricas pilhagens, que eles renovavam com frequência, os abasteciam abundantemente. Portanto, passar a usar o turbante correspondia, proverbialmente, a se converter a Maomé, a se tornar maometano. E os árabes eram, antigamente, distinguidos pelas mitras que traziam.

"e os seus rostos eram como rostos de homens;"

A gravidade e firmeza de ânimo do árabe é notável nas suas maneiras exteriores. Seu meigo rosto atrai; seu amável gesto de cofiar a barba era venerável símbolo de virilidade;   a honra das suas barbas era muito fácil de ferir. E tudo isso faz parte da tradição desse povo.

Capítulo 9, versículo 8:

"e tinham cabelos de mulheres; e os seus dentes eram como dentes de leões;"

Os cabelos compridos eram considerados, pelas mulheres, como um ornato, os árabes, ao contrário dos outros homens, tinham o cabelo como o das mulheres, ou seja, por cortar. Costume esse, registrado por Plínio e outros historiadores, mas nada havia de efeminado no seu temperamento, no seu caráter; com efeito, como que significando sua ferocidade e força para devorar. O que é que diz aqui, o Apocalipse? "Seus dentes eram como dentes de leões".

Capítulo 9, versículo 9: 

"e tinham couraças, como couraças de ferro; e o ruído da suas asas era como ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate."

Couraça: a couraça era usada pelos árabes nos dias de Maomé. E, por exemplo, na batalha de Uhud, a segunda que Maomé travou com o coraixita Abu Sufiane ibne Harbe de Meca, em 624, setecentos deles estavam armados com essas couraças. 

E que significa aqui, o ruído de suas asas? Ora, o ataque dos árabes não se apoiava como o dos gregos: nos esforços de uma firme e compacta infantaria. Sua força militar era, principalmente, constituída pela cavalaria e pelos archeiros (muita gente diz arqueiros, mas isso é coisa de futebol). É archeiros mesmo.



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