Sendo que a nossa opinião é esta:
Religião do Cristo ainda não há, ainda não aconteceu o Cristianismo na face da
terra. O que vem, desde os primórdios do cristianismo, é apenas uma preparação,
é claro! Os homens são "bem intencionados, são muito bonzinhos", mas
ainda não houve Cristianismo, não! Só vai começar a haver depois que a
Humanidade entender e entronizar no coração o Novo Mandamento do Cristo, porque
não pode haver Cristianismo sem o Cristo. Sem o Novo Mandamento não há
Cristianismo. Se você duvidar, meu amigo, pergunte a Jesus se há, e Ele vai lhe
dizer que não há, porque quem não cumpre o Novo Mandamento não é do Cristo, é
do anticristo. Aí está, portanto chegou a hora do sinal de Deus nas suas
testas.
A propósito do capítulo 7, versículos 1 a 3, demonstramos que o selo ou
sinal de Deus é o sábado do Quarto Mandamento do verdadeiro Decálogo. Vocês
entenderam bem! Então já estão preparados para a explicação. Isto é que vai ser
edificante!
A ordem de Abu-Becre vai esbarrar
aqui, no Quarto Mandamento do legítimo Decálogo que ninguém tem o direito de
revogar; os Dez Mandamentos são os que estão na Bíblia; os outros dez, se não
estiverem de acordo, estão errados. A história não omite o fato da existência de
observadores do verdadeiro sábado através de toda a presente dispensação
cristã, mas é claro que alguns têm levantado a questão. Quais eram os homens
que, naquele tempo, tinham o sinal de Deus nas suas testas e, que devido a ele,
se eximiriam à opressão maometana?
Recordemos o fato a que já aludimos de
que, através de toda a dispensação cristã, tenha havido pessoas com o sinal de
Deus nas suas testas, ou seja, inteligentes observadores do verdadeiro sábado
(o que está no Decálogo), porque, para nós, os verdadeiros Dez Mandamentos são
aqueles que estão na Bíblia Sagrada. Lembremos, ainda, que a profecia assegura
que os ataques deste poder assolador não são dirigidos contra eles, mas contra
outra classe de gente. O assunto fica, assim, liberto de toda dificuldade,
porque isto é tudo que a profecia realmente afirma. Só uma classe de pessoas é
diretamente representada no texto. As que não têm o sinal de Deus nas suas
testas, cuja preservação é apenas implicitamente introduzida.
Realmente, não
consta na história que alguns deles tenham sido envolvidos em quaisquer das calamidades infligidas, pelos sarracenos, ao objeto do seu ódio. Reparem bem! Foram enviados contra outra classe de homens, e a destruição que viria sobre
esta classe de homens não é apresentada em contraste com a conservação de
outros homens, mas apenas com a dos frutos e verduras da terra. "E assim lhes
foi dito que não fizessem dano à erva da terra nem à verdura alguma, mas apenas
a certa classe de homens".
E, em cumprimento, vemos o estranho
espetáculo de um exército de invasores poupando coisas que tais exércitos
geralmente destroem, como seja: a face da natureza e a sua produção. E, em
cumprimento da sua permissão de danificar os homens que não tivessem o sinal de
Deus em suas testas, fendendo os crânios de uma classe de religiosos com as
suas coroas raspadas e que
pertenciam à sinagoga
de
Satanás.
Estes eram, sem dúvida, uma classe de
monges da Igreja Católica Romana. Contra estes foram dirigidos os exércitos
maometanos, e parece que há uma propriedade particular, se não um desígnio em
os descrever como não tendo o sinal de Deus em suas testas, tanto mais que se
trata da própria igreja que arrebatou à Lei de Deus o seu selo, rasgando o
verdadeiro sábado, estabelecendo em seu lugar uma falsificação.
Nem compreendemos, quer pela profecia
quer pela história, que as pessoas a quem Abu-Becre encarregou os seus
seguidores de não molestar, estivessem na posse do sinal de Deus, ou,
necessariamente, constituíssem o selo de Deus. Quem fossem ou porque motivo
foram poupados não informa o testemunho de Gibbon, mas sabemos que são os
ingênuos que estão até na "falsa religião" julgando que ela é toda
verdade na face da terra. E temos razão para acreditar que nenhum dos que
tinham o sinal de Deus foi molestado, ao passo que outra classe, que
enfaticamente não o tinha, foi morta à espada. E assim se vê o amplo
cumprimento das especificações da profecia neste Apocalipse.
Capítulo 9, versículo 5:
"E foi-lhe
permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem. E o
seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem."
Suas constantes incursões no
território romano e frequentes assaltos à própria Constantinopla, constituíram
incessante tormento para o Império, e, apesar disso, não puderam, eficazmente,
subjugá-lo, não obstante ao longo período a que depois se alude mais diretamente,
durante o qual continuaram com ataques incessantes a afligir uma igreja
idólatra, apóstata, porque sua missão era atormentar e depois danificar, mas
não matar ou completamente destruir. O que é para admirar é que eles não o
fizeram. Quanto aos cinco meses veremos no exame do versículo 10 deste
capítulo.
Capítulo 9, versículo 6:
"E naqueles
dias, os homens buscarão a morte e não acharão; desejarão morrer, e a morte
fugirá deles."
Evidentemente, os homens desesperados já estavam cansados de viver, porque aquilo não era vida, mesmo quando a vida
era poupada só para a renovação da dor, e, quando tudo quanto reputavam
sagrado, era profanado. Todos quantos prezavam, estavam em perigo de
humilhação, e os selvagens sarracenos dominavam sobre eles ou os deixavam sós
para um repouso momentâneo, sempre em perigo de ser, súbita ou violentamente, interrompido como que pela ferroada de um escorpião. Já disse aqui, várias
vezes, que a história se repete: "A Humanidade evolui em pequenos ciclos
dentro de um grande ciclo".
E esses símbolos se repetem sempre,
como vamos ver mais tarde, mas, nesta altura da história, era exatamente essa a
interpretação dentro do Apocalipse na grande visão do vidente de Patmos, João, o
discípulo amado, o evangelista, e agora profeta.
Capítulo 9, versículo 7:
"E a
aparência dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a
guerra; e sobre as suas cabeças havia como coroas semelhantes ao ouro; e os
rostos eram como rostos de homens."
Ora, é tradicional que o cavalo árabe
leva dianteira em toda parte, em todo mundo. A ciência da Arábia, diz a
tradição, é perita em equitação. E os árabes ligeiros como gafanhotos e armados
como escorpiões, prontos a se arremessarem num momento, estavam sempre prontos
para a batalha.
"e sobre as
suas cabeças havia como coroas semelhantes ao ouro."
Ora, quando Maomé entrou em Medina, em
622, e pela primeira vez foi recebido como seu príncipe, um turbante foi
desfraldado à sua frente para suprir a falta de estandarte. Os turbantes dos
sarracenos, semelhantes a uma coroa, eram o seu ornamento e o seu orgulho. As
ricas pilhagens, que eles renovavam com frequência, os abasteciam abundantemente.
Portanto, passar a usar o turbante correspondia, proverbialmente, a se
converter a Maomé, a se tornar maometano. E os árabes eram, antigamente,
distinguidos pelas mitras que traziam.
"e os seus
rostos eram como rostos de homens;"
A gravidade e firmeza de ânimo do
árabe é notável nas suas maneiras exteriores. Seu meigo rosto atrai; seu amável
gesto de cofiar a barba era venerável símbolo de virilidade; a
honra das suas barbas era muito fácil de ferir. E tudo isso faz parte da
tradição desse povo.
Capítulo 9, versículo 8:
"e tinham cabelos
de mulheres; e os seus dentes eram como dentes de leões;"
Os cabelos compridos eram
considerados, pelas mulheres, como um ornato, os árabes, ao contrário dos
outros homens, tinham o cabelo como o das mulheres, ou seja, por cortar.
Costume esse, registrado por Plínio e outros historiadores, mas nada havia de
efeminado no seu temperamento, no seu caráter; com efeito, como que
significando sua ferocidade e força para devorar. O que é que diz aqui, o
Apocalipse? "Seus dentes eram como dentes de leões".
Capítulo 9, versículo 9:
"e tinham
couraças, como couraças de ferro; e o ruído da suas asas era como ruído de
carros, quando muitos cavalos correm ao combate."
Couraça: a couraça era usada pelos
árabes nos dias de Maomé. E, por exemplo, na batalha de Uhud, a segunda que
Maomé travou com o coraixita Abu Sufiane ibne Harbe de Meca, em 624, setecentos
deles estavam armados com essas couraças.
E que significa aqui, o ruído de suas
asas? Ora, o ataque dos árabes não se apoiava como o dos gregos: nos esforços
de uma firme e compacta infantaria. Sua força militar era, principalmente,
constituída pela cavalaria e pelos archeiros (muita gente diz arqueiros, mas
isso é coisa de futebol). É archeiros mesmo.
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