quinta-feira, 11 de julho de 2019


de lá, facilmente podemos prever que para esses  pontos de vista aqui apresentados seriam demasiadamente literais, ao "pé da letra". Cuidado, a letra mata! Para apoiar em suas posições, eles se detém muito no fato de que a linguagem é predominantemente figurada: "Não podemos supor que haja ou tenha havido no céu as coisas tais como São João as descreveu no Apocalipse. Que é que nós podemos responder?

Embora o Apocalipse, em grande parte, apresente figuras, alegorias, não apresenta ficções nem fantasias (isto é que é importante guardar). Sim, há muita coisa alegórica, figurada, mas não é ficção, não é invenção, não é fantasia, não é romance para concurso cinematográfico. Há realidade em todas as coisas escritas. Compreendemos a realidade quando interpretamos corretamente essas figuras ou alegorias, porque nem tudo se pode dizer. Como é que você vai explicar a seu filho certas coisas da "cegonha"? Assim, também os homens, enquanto não têm uma soma apreciável de reencarnação, estão na idade da criança, então temos que falar mesmo através das figuras, e aí que entra "dona cegonha" e outras coisas.  

Ora, nesta visão, sabemos que aquele que está no trono é Deus, o que era, que é, e que há de vir, o Alfa e o Ômega, o incriado, criador eterno, que não tem origem, não tem causa. Ele está realmente ali. Sabemos que o cordeiro simboliza o Cristo. Também  Ele está realmente ali.   Ele  subiu com o corpo visível e tangível, e quem poderá dizer que não o conserva, ainda, à sua própria vontade.

Se, portanto, o nosso Sumo Sacerdote é um ser visível, deve ter um lugar, também visível, onde ministrar, onde ensinar, onde redimir, onde elevar. É  um corpo fluídico, mas visível e tangível, e só pode tornar invisível pelo poder da Sua vontade, mas deve ter  um lugar para a pregação do Seu Evangelho eterno, agora completado pelo seu complemento que é o Apocalipse. 

Se as quatro criaturas vivas e os vinte e quatro anciãos representam aqueles a quem o Cristo levou do cativeiro da morte, por altura da ressurreição e, também, da ascensão, por que não serão eles, se eles estão visíveis no céu como eram quando subiram da terra para o céu?

Portanto, vamos devagar com a louça. A mania de negar por simples capricho não é de espírito elevado. Muitos também acham que estas coisas são muito nebulosas. Mas você não tem sonhos nebulosos? Todos eles não têm significado? Não há uma profecia sem senso, todas as profecias aqui têm um sentido perfeito; não há uma coisa inútil, não há uma vírgula fora do lugar, então vamos deixar de grandeza, vamos reconhecer nossa insuficiência e vamos estudar com toda  humildade para que Deus nos ilumine e nos explique o que é que vem até o fim dos tempos, até ao alvorecer do terceiro milênio.

E esse cântico? Um novo cântico? Por que é chamado "um novo cântico"? 

Novo, indiscutivelmente, com referência à ocasião e a composição. Sendo eles os primeiros que foram remidos, foram, também, os primeiros que puderam cantar. Chamaram-se a si próprios reis e sacerdotes. Sendo assistentes do Cristo na sua Obra Sacerdotal já vemos em que sentido são sacerdotes; no mesmo sentido, sem dúvida, são também reis. Com efeito, o Cristo está sentado com o Pai no seu trono e, sem dúvida, esses, como ministros seus, desempenham o papel do governo do céu com relação a este mundo chamado Terra. Mais claro não é possível!

E essa antecipação impressionante: "e reinaremos sobre a terra"

Assim, apesar de serem remidos e cercarem o trono de Deus, apesar de estarem na presença do Cordeiro Divino que os salvou, que os resgatou, que os comprou, que os remiu, apesar de se encontrarem rodeados pelas hostes angelicais no céu, onde toda a glória é inefável, que coisa estranha o seu cântico? Louva algo ainda mais distante. Depois de contemplada a grande Obra da Redenção, eles reinarão com toda a família dos remidos de Deus, de todos os tempos da Humanidade sobre a Terra. E esta é a herança prometida e há de ser a revivência dos santos que nela sofreram por amor a Jesus.

Para vocês entenderem bem, já que estão de Bíblia na mão (porque aqui só se fala de Bíblia na mão), mas não com o véu da letra, peguem São Paulo aos Romanos, capítulo 4, versículo 13; São Paulo aos Gálatas, capítulo 3, versículo 29; Livro dos Salmos, capítulo 37, versículo 11; Evangelho de Jesus segundo São Mateus, capítulo 5, versículo 5; II Epístola de São Pedro, capítulo 3, versículo 13; Profeta Isaías (no Velho Testamento da Bíblia Sagrada), capítulo 65, versículos 17 a 25; finalmente, neste Apocalipse no capítulo 21, que é o penúltimo, nos versículos 1 a 5). Então, vocês entenderão o valor desta herança a ponto de parecer que a Terra é mais importante que o Céu. Claro, a Terra também vai ser um céu depois do fim do mundo da maldade, os maus estão com os dias contados: os empulhadores, os mistificadores, os simonistas, esses vendilhões do templo, esses políticos corruptos, esses falsos líderes, esses falsos profetas, estão todos com as horas contadas. Então a Terra deixará de ser esse inferno (porque realmente é um inferno, com diabos por todos os lados), para ser um céu.

Ninguém mais vai se lembrar de Schopenhauer, dizendo: "Os homens se dividem em duas classes: diabos atormentados e diabos atormentadores, mas são todos diabos". Não, tudo isto, graças a Deus, vai passar.

Diz Jesus: "Eu estou voltando, brevemente estarei convosco, brevemente estarei aí". Quer dizer: pede apenas dois dias, são dois milênios da Sua vinda, incompletos, é claro. É um sopro para a divindade. O fato é que Jesus está voltando para acabar com todas as palhaçadas que são a glória dos débeis mentais que ainda se iludem com o poder político, com o poder religioso ou o poder financeiro, reis da miséria moral.

Ninguém perde por esperar, Jesus vem e já vem mesmo, na hora em que deve vir. Já estamos cansados de tanta patifaria, Deus que me perdoe!

Capítulo 5, versículos 11 a 12:

"E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos seres vivos e dos anciãos, e era o número deles de milhões de milhões e milhares de milhares, com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ação de graças."

Meus amigos e meus irmãos, como descrever o Santuário Celeste? Que fraco conceito formamos nós da magnitude e glória do Templo Celestial! Foi nesse Templo que foi introduzido São João no começo do capítulo 4, pela porta que estava aberta no céu. Tenha-se presente que para o mesmo Templo está ele olhando (nos versículos 11 e 12), e agora contempla os hostes celestiais.

Primeiro: em redor do trono estão os seres representados pelas quatro criaturas vivas (na má tradução: quatro animais).

Segundo: em seguida vem os vinte e quatro anciãos.

Terceiro: São João se vê rodeado, neste conjunto, de uma multidão de anjos celestiais.

Prestem atenção e vejam como isto é impressionante! Quantos são os anjos celestes desta multidão? Quantos nós poderíamos supor que se poderiam conter no Templo Celestial? Milhões de milhões ou, segundo o texto original grego, dez mil vezes dez mil,   é a exclamação do vidente de Patmos. Ora, dá na expressão grega "dez mil vezes dez mil": temos aí cem milhões, e, em seguida, como se nenhuma expressão numérica fosse adequada para abranger a multidão, ele acrescenta:  "milhares de milhares". São os que vieram desde a criação da terra. 

Bem podia o apóstolo São Paulo se referir a eles na Epístola aos Hebreus, capítulo 12, versículo 22, como aos "muitos milhares de anjos do Senhor" que estavam no Santuário Celestial. Tal foi a multidão que São João viu reunida no lugar onde se centraliza o Culto do Universo, de onde se está contemplando o maravilhoso plano de redenção humana, finalmente completado depois de tantos milênios de sofrimento, de sangue, suor e lágrimas.

Ora, o objeto central desta inumerável e santa multidão é o Cordeiro de Deus, é Jesus, e o ato central da Sua vida que motivou tanta admiração, era a infusão do seu sangue para a salvação do homem caído. Eis porque todas as vozes se uniam em louvar que, então, irrompeu de toda aquela hoste angélica: "Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ação de graças". Apropriada Assembleia para semelhante lugar, adequado cântico de adoração para aquele, que pelo derramamento do seu sangue, se fez resgate de muitos.

E, como nosso Grande Sumo Sacerdote, diz São Paulo: "ainda apresenta seus méritos no Santuário Celeste a nosso favor". E ali, perante tão augusta Assembleia, hão, de em breve, os nossos espíritos comparecer também para a revista final.



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