sagrado, é perfeito, é assim chamado
não para indicar sua pluralidade interior, mas a plenitude e
perfeição de seus dons e operações. O número sete pode ter sido dado, portanto,
com referência à diversidade,
plenitude das suas operações sobre a alma humana, a sua múltipla atuação sobre
os acontecimentos do mundo."
Outro comentador, Bloomfield,
considera esta como a interpretação geral dos estudiosos do Apocalipse. Todos
estão de acordo. Ainda bem que em certos pontos todos estão de acordo:
intérpretes católicos, espíritas, protestantes, judaicos, e assim por diante.
E agora o seu "Trono":
O trono de Deus Pai, porque Jesus não
recebeu ainda o seu próprio trono. Isto é muito importante! O estarem os sete
Espíritos, supra citados diante do trono, pode se referir ao fato de o Espírito
Santo estar sempre pronto a ser enviado, de acordo com a representação comum na
Sagrada Escritura, para realizar importantes objetivos em favor dos homens.
Evidentemente, são os chamados protetores, os anjos guardiães, os guias de
todos nós ainda na carne.
Mas, dando prosseguimento, temos aqui:
"da
parte de Jesus, o Cristo". Ora, logo se conclui que o Cristo não é a pessoa que no versículo anterior é
designada como "aquele que era, que é e que há de vir".
Este é o Criador, este é o Supremo
Arquiteto do Universo, é Deus, o Eterno Deus Pai.
Estão aqui mencionadas
algumas das principais características que pertencem ao Cristo. Podemos ver
"a fiel testemunha", por quê? Porque "o testemunho de Jesus é sempre
verdadeiro". Jesus nunca mentiu, cumpriu e sempre cumpre tudo o que
promete. Como também disse: "Eu voltarei, não vos deixarei órfãos", "Eu voltarei a
vós",
e voltará.
Estamos interpretando o Apocalipse
para mostrar que o fato principal deste trabalho é exatamente a volta do Cristo
de Deus. Chega de injustiça, de maldade,
de inversão de valores, do tripúdio da força sobre a força do direito. Jesus
vem acabar com tudo isto, vem punir os maus e premiar os bons, isto é, dar a
cada um de acordo com as suas obras.
Outra definição: "o
primogênito dos mortos".
Por quê?
Esta expressão é paralela a do
Apóstolo São Paulo na I Epístola aos Coríntios, capítulo 15, na sua Epístola
aos Hebreus, na Epístola aos Romanos, aos Colossenses. Ali encontramos
aplicadas ao Cristo expressões como "as primícias dos que dormem",
"o primogênito entre muitos irmãos", "o primogênito de toda
criação" e, finalmente, "o primogênito dos mortos dentre os
mortos".
Mas estas expressões não significam
necessariamente que, sob o ponto vista de tempo, Ele foi o primeiro a
ressuscitar, porque antes Dele outros ressuscitaram.
Este, aliás, não era um ponto muito
importante, mas Ele era a figura principal, central de todos os que saíram do
túmulo, porque foi em virtude da vinda, obra chamada ressurreição de Jesus, que
alguns ressuscitaram antes Dele. Ora, no propósito de Deus, Ele era o primeiro,
tanto sob o ponto de vista de tempo como de importância, porque não foi senão
depois do propósito da vitória do Cristo sobre a sepultura, ter sido formado na
Mente Divina, que chama as coisas que são como se já fossem. É a definição de
São Paulo na Epístola aos Romanos, capítulo 4, versículo 17. E alguns foram
libertos do poder da morte em virtude daquele grande fato que devia realizar-se
no tempo oportuno. O Cristo é, portanto, chamado "o primogênito dos
mortos", "as primícias dos que dormem", "o primogênito
entre muitos irmãos", "o primogênito dentre os mortos", e no livro
de São Lucas (Atos dos Apóstolos) vemos, também, que Ele é "o primeiro da
ressurreição dos mortos".
Jesus devia anunciar a Luz a este
povo, o primeiro, que ressurgindo dos mortos, devia anunciar a luz ao povo, porque venceu a morte. É muito
interessante consultar o grego, porque foi o original escrito em grego, e, infelizmente, as traduções estão cheias de deturpações, principalmente no que
diz respeito ao Espírito Santo. Tudo isso nós vamos ver no devido tempo, cada
coisa no seu lugar.
"O príncipe
dos reis da terra"
Outra definição de Jesus. Ora, em certo sentido o Cristo é o Príncipe dos
reis da terra. São Paulo nos informa na
Epístola aos Efésios, que "Ele foi posto à direita de Deus, nos lugares celestiais, acima de
todo principado e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia (é o que está no original), não só neste
século mas, também, no vindouro".
Os mais altos nomes deste mundo são os
de príncipes, reis, imperadores e potentados do mundo, mas o Cristo está acima
de todos eles. Está sentado com seu Pai,
no trono de Domínio Universal, governando com Ele e dirigindo todas as nações
da Terra (é o que vemos na Epístola aos Efésios, capítulo 3, versículo 21).
Num
sentido mais particular, o Cristo há de ser Príncipe dos reis da terra quando
receber o seu próprio trono e os reinos do mundo entregues pelo Pai Eterno em
suas mãos, vierem a ser de Nosso Senhor
e do Cristo, e Ele vier trazendo em seu vestido o título de Reis dos reis e
Senhor dos senhores.
E aqui o trecho
mais cruel: "para esmigalhá-los em pedaços como a um vaso de oleiro na
terra!"
Assim terminará toda grandeza humana: esmigalhada pelo poder do Cristo. (É como
está nos Salmos, capítulo 2, versículos 8 e 9).
"Aquele que
nos ama"
Julgamos por vezes ser amados por amigos da terra (pai, mãe, irmãos, irmãs ou
amigos), mas vemos que nenhum amor é digno desse nome, comparado ao Amor de
Jesus por nós. E a frase que se segue aumenta a intensidade de expressão das
palavras anteriores:
"e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados".
Que extraordinário Amor!
Ele mesmo
diz:
"Ninguém
tem maior Amor do que este: dar a sua vida pelos seus amigos."
Foi o que Jesus fez. Mas o Cristo
provou o Seu Amor para conosco quando morreu por nós sendo nós ainda pecadores,
transgressores da Lei Divina. Entretanto, fez muito mais: Ele nos fez reis e
sacerdotes para Deus, o seu Pai. De leprosos do pecado somos purificados aos
seus olhos; de inimigos somos, não só feitos amigos, mas elevados à posição de
honra e dignidade.
Esta purificação, esta exaltação
real, a que estado se refere? Ao
presente, ao futuro? Sim, principalmente ao futuro, porque só então gozaremos
estas bênçãos em alto grau ao lado de nosso Jesus, que é realmente o nosso
Salvador.
"O seu sangue"
Embora, ainda, não nos seja dada esta redenção plena
que temos na vida eterna, embora esta vida esteja ainda nas mãos do Filho e só
nos há de ser comunicada quando Ele voltar. É também verdade quando era nos dias de João
e de Pedro. Deus designa a seu povo, neste mundo, como sendo uma geração
eleita, um sacerdócio real, uma nação santificada, um povo singular (como está
no Profeta Daniel. capítulo 7; está na I Epístola de São Pedro, capítulo 2;
está mesmo neste Apocalipse, capítulo 3).
Não é de admirar que o discípulo amado
João, agora profeta, rendesse àquele que tanto fez por nós, glória, majestade e
domínio para sempre. Oxalá toda a Igreja Cristã se una realmente neste
justíssimo tributo ao seu maior benfeitor, ao seu mais querido amigo, aquele
que deu a vida por todos nós.
E agora JESUS ESTÁ VOLTANDO! Jesus volta e não é
para ser crucificado, não! Veja quem tem olhos de ver, ouça que tem ouvidos de
ouvir! Chegou a hora da escolha, chegou a hora da decisão.
Capítulo 1, versículo 7.
Vamos dar prosseguimento ao primeiro
capítulo do Apocalipse de Jesus segundo São João, o Evangelista, no versículo
7:
"Eis que vem
com as nuvens",
isto é, Jesus volta com as nuvens e todo olho o verá,
até mesmo os
que o traspassaram (isto é, aqueles que o crucificaram. Todos
eles vão ver Jesus de novo, mas não o Jesus crucificado: o Juiz Supremo que vem
julgá-los e julgar todos os criminosos do Brasil e do mundo). "E todas as
tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém!"
É o versículo 7 do Apocalipse segundo
São João.
Notaram bem? Eis que Jesus vem com as nuvens.
Aqui, São João nos leva à segunda
vinda do Cristo em glória para o acontecimento supremo e final da sua intervenção
em favor deste pobre mundo, caído e desgraçado. Mundo de desgraça geral.
Jesus
antes veio em paciência, em fragilidade, em doçura, agora vem com poder e
glória. Antes veio na humilhação, foi escarnecido e escorraçado, veio para o
que era seu e os seus não O receberam, agora vem na plenitude do seu poder e da
sua glória. Vem nas nuvens como para o
céu subiu, como disseram
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