sucessão de cabos que formam muitos
portos. O único usado, hoje, é uma profunda baía protegida por altos montes de
todos os lados, exceto de um, onde é protegida por um promontório. A povoação, ligada a este porto, está situada num monte escarpado e rochoso, sobranceiro ao
mar, é o único local habitado da ilha. Bem a cerca de meio caminho do monte
em que está construída esta povoação, existe uma gruta natural na rocha onde
João teve a sua visão e escreveu este Apocalipse. Claro que ele foi o grande
médium inspirado, foi o vidente e psicógrafo do Apocalipse que é de Jesus, o
que não cansamos de repetir.
Devido ao seu caráter agreste e
isolado, Patmos era usada pelo império romano como lugar de exílio, o que
explica o ter João sido banido para lá. Ele foi exilado pelo testemunho do
Evangelho. Os imperadores e seus áulicos não admitiam que se falasse no nome de
Jesus, como também os principais sacerdotes. Supõe-se, geralmente, que o exílio
do Apóstolo teve lugar pelo ano 94, pelo imperador Domiciano, por isso a data
atribuída à composição do Apocalipse é 95 ou 96. Pois bem, meus amigos e meus
irmãos, por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus, o Cristo, este
é que foi o grande crime, o procedimento miserável, condenável, de João, o
discípulo amado. Seu crime era este: "pregar a verdade e fazer
caridade". É o meu crime, é o crime de todo Legionário digno desse nome,
graças a Deus!
Pois bem, o tiranete Domiciano,
revestido, então, da púrpura imperial de Roma, mais eminente pelos seus vícios
do que pela própria posição civil, recuou perante este idoso, mas intrépido
apóstolo: não ousou permitir a promulgação do seu puro Evangelho dentro dos
limites do Império. Temos aí a origem do
exílio de João, o Evangelista. Domiciano o exilou para a solitária Patmos onde,
se bem que ainda vivo, se podia dizer que estava fora do mundo.
Retendo-o lá,
naquela ilha estéril, solitária e no cruel trabalho das minas, julgava o
Imperador, sem dúvida, ter-se desfeito do pregador, e que o mundo não ouviria
mais falar dele. A história se repete, e assim pensavam também, sem dúvida, os
perseguidores de Dorian, quando o enterravam na prisão de Belfort.
Mas quando o homem pensa ter
sepultado a verdade no esquecimento eterno, Deus lhe dá uma ressurreição e uma
centuplicada glória e poder. Da escura e acanhada cela, Dorian irradiou uma luz
espiritual que, com a própria Bíblia, defendeu os interesses do Evangelho de Jesus.
E assim, também, da estéril ilha de
Patmos, onde Domiciano pensava estar para sempre extinto o grande farol da
verdade, veio a magnífica revelação de todo o cânon sagrado que irradia o seu
divino fulgor por toda a Humanidade até o fim dos tempos. Quantos haviam de
reverenciar o nome do discípulo amado, de deixar-se prender com os eleitos pelas
suas arrebatadoras visões da glória celeste, e jamais ouviram o nome do monstro
que causou seu exílio. Quem é que sabe quem foi Domiciano? E, entretanto, aí
está o discípulo amado em toda a sua glória com este maravilhoso Apocalipse!
Realmente ele estará presente no dia que
assim for cumprida as palavras da Bíblia Santa, que declara: "que o justo
ficará em memória eterna, mas o nome do ímpio apodrecerá".
No versículo 10, vimos João dizer:
"Eu fui
arrebatado em espírito, no dia do Senhor e ouvi atrás de mim, uma grande voz,
como de trombeta".
"Fui
arrebatado em espírito"
- embora sequestrado entre todos os que professavam igual fé, e quase exilado
do mundo, o discípulo amado não estava separado de Deus, nem do Cristo, nem do
Espírito Santo, o que é o meu caso, é o caso de todos aqueles que trazem missão
mas são bloqueados e sabotados pela ignorância espiritual. Mas está certo, é
assim mesmo, do contrário não haveria merecimento.
Se Jesus viesse, em pessoa, pregar de
novo, que é que fariam com Ele? Pior do que fizeram da primeira vez. Só que
desta vez Jesus está voltando e não é para ser crucificado, não! É para dar a
sentença final, é para separar os justos dos injustos, os bons dos maus, as
ovelhas dos bodes, para separar o trigo do joio. Você tem que escolher, desde
já, entre o bem e o mal, entre o Cristo e o anticristo, não há outra escolha.
Pois bem, embora solitário, João
mantinha, ainda, comunhão com seu Divino Senhor, e a expressão "em
espírito"
sugere o mais alto estado de elevação mental ou espiritual a que uma pessoa
pode ser levada pelo Espírito de Deus. Na verdade, meus amigos, marcava o
início da sua visão extraordinária. Isto aconteceu no "dia do
Senhor". Este
"dia
do Senhor"
é tão importante, mas tão importante mesmo, porque houve um pecado humano, que é
realmente deplorável, no que se refere ao "dia do Senhor".
Nós não temos nenhum fanatismo, vocês
nos conhecem muito bem! Os Legionários são
os espíritos mais evoluídos do planeta,
porque não se agarram a exclusividades, sectarismos,
radicalismos, intolerâncias, intransigências. A verdadeira Família Legionária,
os 144.000 salvos, um só rebanho para um só Pastor, representa o que há de mais
elevado em matéria de elevação espiritual.
Capítulo 1, versículos 11 a 18:
Vamos ver o que significa
espiritualmente o "Dia do Senhor".
Afinal, a que dia se refere esta designação "Dia do
Senhor"?
Qual o significado desta expressão "Dia do Senhor"? Vocês sabem, muito bem, que quatro
posições são tomadas por quatro classes de pessoas espiritualizadas:
Primeira: uma classe defende que a
expressão "Dia do Senhor"
abrange toda a dispensação cristã (não significa qualquer dia particular de 24
horas).
Segunda: outra classe já opina que o "Dia do
Senhor"
é o dia do juízo final, o futuro "Dia do Senhor" a que tantas vezes se faz referência nas Escrituras Sagradas, isto é, na Bíblia, a
Palavra de Deus.
Terceira: o terceiro ponto de vista,
talvez o mais geralmente admitido, é o daqueles que afirmam que a expressão se
refere ao domingo, primeiro dia da semana.
Quarta: o último ponto de vista -
outra classe mantém que significa o sétimo dia: o "Sábado do
Senhor".
"Então vamos logicar", como
diria o saudoso Leopoldo Machado, o Legionário número 2. Vamos "logicar":
primeiro ponto: à primeira destas
posições basta responder que o livro do Apocalipse é datado pelo seu autor
João, o Evangelista, na ilha de Patmos, no "dia do Senhor". Prestem bem atenção! O autor, o lugar
onde foi escrito, o dia em que foi datado, tem uma existência real e não apenas
uma existência simbólica ou mística. Mas se dizemos que o "dia"
significa a dispensação cristã, então demos-lhe um significado simbólico ou
místico, o que não seria admissível. Além disto, esta posição implica o absurdo
de fazer João, o Evangelista, dizer 65 anos depois da "morte" do
Cristo. Vejam bem, que a visão relatada foi vista por ele na dispensação
cristã, como se algum cristão pudesse ignorar este fato. Sai dessa! Não tem
saída!
Segundo ponto: a segunda posição, a de
que se refere ao "dia do juízo, do julgamento", não pode ser correta, pois embora João possa
haver tido uma visão acerca do "dia do juízo", não a podia ter neste
dia. Por quê? Porque este era ainda futuro. A palavra traduzida por Hemphill, do
grego original, quando se refere a tempo, é definida pelo famoso Robinson nos
termos seguintes: tempo em que, um ponto ou período definido em, durante o qual
alguma coisa tem lugar. Nunca significa acerca de, nunca sobre, sendo assim, os
que referem esta expressão ao "dia do juízo", ou contradizem a
linguagem usada fazendo-a significar
"acerca" em vez de "em", ou fazem João afirmar uma estranha
falsidade dizendo que teria uma visão da ilha de Patmos, aproximadamente
dezenove séculos no "dia do
juízo", que seria ainda futuro. Isto é muito importante!
Terceiro ponto: para o terceiro ponto
de vista, que é o geralmente seguido, diga-se de passagem, que o "dia do
Senhor"
significa o domingo, primeiro dia da semana. Desejaríamos, entretanto, uma
prova. Que evidência temos nós para fazer semelhante afirmação? O próprio texto
não define a expressão "dia do Senhor". Por isso, se significa o primeiro dia da semana, devemos
procurar noutra parte da Bíblia a prova de que esse dia da semana é sempre
assim designado.
Os únicos outros escritores inspirados
que falam do "primeiro dia", são: Mateus, Marcos, Lucas e Paulo
Apóstolo, e falam dele, simplesmente, como primeiro dia da semana, nunca falam
dele distinguindo-o de qualquer outro dos seis dias de trabalho. Isto é notável para o ponto de
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