segunda-feira, 15 de julho de 2019


diz: "Que não tema". 

Também os cristãos têm, hoje, o privilégio de sentir esta mão sobre eles, fortalecendo-os, confortando-os em horas de provas e aflições. Cada cristão, inclusive eu nas minhas provas terríveis, ouve a mesma voz, a dizer: "Não temas!" Porque a gente, às vezes, se esquece que Deus está vendo essas coisas, mas a mais alegre certeza em todas estas palavras de conforto é a declaração da grande Entidade, do Ser extraordinário, que vive para todo o sempre, e que é o árbitro da morte e da sepultura, porque Ele diz: "Eu tenho as chaves da morte e do hades (isto é, da sepultura no grego original).

A morte é um tirano vencido, ela pode aplicar-se à sua macabra tarefa de amontoar nos sepulcros, através dos séculos,  as preciosidades da terra. Pode se envaidecer durante certo tempo com seu triunfo aparente, mas, na verdade, realiza um trabalho infrutífero, porque a chave da sua escura prisão foi arrebatada das suas garras, está, agora, segura nas mãos de alguém mais poderoso que a morte. Ela é obrigada a depositar os seus troféus num terreno onde outro tem absoluto domínio, e este é o imutável amigo, este é o amigo único de todas as horas, principalmente nas más, nas horas ruins, nas horas tristes da solidão e do abandono, este é o Redentor daqueles que O amam. Vós, portanto, não vos entristeçais e também não choreis os justos que partiram antes de vós, eles estão num porto seguro. Durante um pouco de tempo o inimigo o retém, mas um Amigo, de força maior, possui a chave da prisão. Esse amigo é Jesus que venceu a morte! E cada um de nós também vai vencer a morte com o poder de Jesus! 

Finalmente, o versículo 19: 

"Escreve as coisas que tens visto, e as que são e as que depois destas hão de acontecer."

Neste versículo é dado a João, o Evangelista, na ilha de Patmos, desterrado por causa do seu testemunho da Palavra de Deus, uma ordem peremptória para escrever toda a REVELAÇÃO que se referia, principalmente, a acontecimentos que estavam no futuro, até o fim deste ciclo em que nós estamos. 

Em alguns casos raríssimos haveria referência a acontecimentos então passados ou presentes. Mas essas referências tinham apenas o fim de preparar o caminho para acontecimentos que deviam realizar-se depois daquele tempo de modo que nenhum elo pudesse faltar na corrente. 

Agora é que vamos entrar mesmo no significado importantíssimo nas mensagens às sete Igrejas, e vocês vão ver quanta coisa preciosa está oculta até hoje aos olhos dos que não têm olhos de ver e, entretanto, pregam   Evangelho   sem  saber  Apocalipse.     Hoje,   quem   não   sabe Apocalipse já não sabe Evangelho. É o reverso. Temos que unir o verso e o reverso, porque ambos são inseparáveis.

Sim, meus amigos e meus irmãos, guardem atentamente o significado destas mensagens às sete Igrejas que, na verdade, são mensagens a todos os cristãos da humanidade.

Capítulo 1, versículo 20; e capítulo 2, versículos 1 a 7.

Vimos o versículo 19: 

"escreve as coisas que tens visto e as que são e as que depois destas hão de acontecer", entramos no versículo 20: "O mistério das sete estrelas que viste na minha destra e dos sete castiçais de ouro, as sete estrelas, são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais que viste são as sete igrejas do Senhor".

Ora, representar Jesus, o Filho do Homem, isto é, Deus feito homem, tendo na sua mão apenas os ministros das sete igrejas da Ásia Menor, andando apenas no meio dessas sete igrejas, seria reduzir, sinceramente, as sublimes representações e declarações deste capítulo, como também nos seguintes, à maior das insignificâncias. O cuidado providencial e presença do Senhor não se exercem apenas junto de um número restrito de igrejas, mas junto de todo o seu povo, isto é, de toda a Cristandade. 

E agora a Cristandade, como nós a vemos pela revelação do Novo Mandamento: sois todos irmãos com diferentes nomes, católicos, protestantes, espíritas, umbandistas, judeus, muçulmanos, esotéricos, teósofos ou teosóficos, e assim por diante. Não podemos apenas olhar Jesus assim, não apenas no tempo de João, nem através de todos os séculos, mas o Cristo cósmico, enfeixando no regaço todas as suas ovelhas do mundo com aquelas palavras que ainda estão dentro no nosso coração: 

"Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo, até a consumação dos séculos".

Mas depois de apresentar o assunto do capítulo 1 com referência geral às sete Igrejas, representadas pelos "sete castiçais", e aos missionários, ou ministros, ou responsáveis pelas igrejas, representados pelas "sete estrelas", João toma agora, cada Igreja em particular, e escreve a respectiva mensagem, dirigindo-a, em cada caso, ao anjo da Igreja como está no original:

"Escreve ao anjo da Igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas e que anda no meio dos sete castiçais de ouro: Eu conheço as tuas obras, o teu trabalho, a tua paciência, sei que não podes sofrer ou suportar os maus e puseste à prova os que se dizem ser apóstolos e não o são, porque tu os achastes mentirosos, e sofreste e manténs a paciência e trabalhaste pelo meu nome e não te cansaste. Tenho porém contra ti que deixaste a tua primeira caridade, o teu primeiro amor. Lembra-te, portanto, de onde caíste e arrepende-te, e praticas as primeiras obras senão brevemente virei a ti, tirarei do teu lugar o seu castiçal, se não te arrependeres. Isto tens de bom, porém, odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos ouça o que o espírito diz às igrejas do Senhor. Ao que vencer eu lhe darei a comer o fruto da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus".

É muito importante esta mensagem primeira, dirigida à Igreja de Éfeso. A propósito do capítulo 1, versículo 4, foram apresentados alguns motivos pelos quais as igrejas, ou melhor ainda, as mensagens dirigidas a elas deviam ser consideradas como proféticas, tendo a sua aplicação a sete períodos distintos que abrangiam a Era Cristã.

Podemos acrescentar agora que este ponto de vista não é novo, nem local. O famoso Benson cita o Bispo Newton, a dizer: 

"Muitos pretendem, e entre eles homens sábios como More e Vitringa, que as sete epístolas são proféticas e se referem a outros tantos períodos ou estados sucessivos da Igreja Cristã, desde o seu princípio até o fim dos tempos". 

E diz Scott:

"Muitos expositores do Apocalipse tem pensado que estas epístolas, às sete igrejas da Ásia, são profecias místicas de sete períodos distintos em que devia ser dividido todo espaço compreendido, desde os dias dos apóstolos até o fim do mundo".

Embora Newton discorde, não aceite esta maneira de ver, seu testemunho é de valor, porque mostra que foi a maneira de ver de muitos intérpretes bem intencionados do Apocalipse, mas não iluminados.  Tem sido defendida por alguns comentadores de valor uma opinião que pode ser resumida nas seguintes palavras de Vitringa: "que sob esta representação emblemática das sete igrejas da Ásia, o Espírito  Santo  delineou  sete  estados    diferentes   da  Igreja   Cristã  que  apareceriam,  em   sucessão, estendendo-se até a volta de Cristo Jesus, isto é, até a consumação de todas as coisas". Que isto é apresentado em descrições tomadas dos nomes, estados e condições destas igrejas, de maneira que pudessem contemplar a si próprias, e ver, tanto as suas boas qualidades como os seus defeitos; finalmente, e que conselhos e exortações lhes eram apropriados.

Ora, Vitringa apresentou um resumo dos argumentos que podem ser aduzidos em favor desta interpretação. Até que alguns deles são engenhosos, mas não são hoje  considerados suficientes para apoiar semelhante teoria. 

Um dos principais comentadores ingleses que adota um modo de ver de que são profecias das Igrejas do Cristo em diversos períodos de tempo, até que Ele apareça de novo, isto é, até o dia da Sua volta.  Pelos autores citados, premeditadamente, nota-se que o que levou os comentadores dos tempos modernos a pôr de lado a ideia da natureza profética das mensagens às sete igrejas, foi a doutrina, relativamente recente, sem base bíblica, do milênio temporal.

O último período da Igreja, como vem descrito no capítulo 3, versículos 15 a 17, parecerem incomparáveis com o glorioso estado de coisas que devia existir na terra durante mil anos com todo mundo convertido ao Senhor Deus. Daí, neste caso, como em tantos outros casos, o ponto de vista escriturístico ceder lugar ao mais agradável. Os corações dos homens, como nos tempos antigos, ainda amam coisas aprazíveis, e os seus ouvidos estão sempre, favoravelmente, abertos para aqueles que lhes falam de paz e de felicidade.  

Ora, a primeira Igreja é chamada Éfeso. Segundo aplicação feita aqui, abrangeria o primeiro período, ou seja, o período apostólico da Igreja Cristã (note-se que, quando falamos aqui em Igreja Cristã, não estamos falando em Igreja Católica, nem Protestante, nem igreja Espírita). Para nós, Igreja Cristã é a Cristandade toda, são todos os cristãos, sejam quais forem as religiões que adotem.  Vejam bem a   amplitude   desta  definição.    Cristianismo   para   nós  não  é  apenas



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