Já advertia o próprio Jesus: "Ai de vós,
escribas e fariseus hipócritas!" Ou então: "Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia".
Semelhantemente o sol quer dizer: a
luz, a glória na dispensação do Evangelho; a lua, a dispensação mosaica. Como a
lua brilha com uma luz emprestada (derivada do sol), assim a primeira
dispensação (a mosaica) brilhou com uma luz emprestada da presente dispensação,
a do Evangelho. Aquela era o tipo e era a sombra, esta é o antítipo e a
substância.
"uma coroa de
doze estrelas"
- Quer dizer os doze Apóstolos.
E que significa "um grande
dragão vermelho"?
- Roma pagã.
"Céu"? - O espaço em que
isto foi visto representado, pelo apóstolo e agora profeta. Não vamos supor que
as cenas aqui apresentadas a São João tiveram lugar no céu onde Deus reside, segundo a tradição religiosa, porque há acontecimentos que ocorreram aqui
mesmo, na terra. Mas esta representação cênica, que passou perante os olhos do
profeta, se deu como que na região ocupada pelo sol, lua, estrelas, de que
falamos como sendo, geralmente, o céu.
Os versículos 1 e 2 abrangem um
período de tempo que começa logo, antes do início da presente dispensação. Quando
a Igreja, ardentemente almejava, esperava o advento de Jesus, e que se estende
até o tempo do completo estabelecimento da Igreja do Evangelho, com a sua coroa
de doze apóstolos (Evangelho de Jesus segundo São Lucas, capítulo 2, versículos
25, 26 e 38). Seria difícil encontrar símbolos mais adaptados, mais
impressionantes dos que estes aqui empregados. Ora, a dispensação mosaica
brilhou com luz recebida da dispensação cristã, evidentemente; Moisés foi apenas
um emissário de Cristo Jesus, assim como a lua brilha com a luz que recebe do
sol (porque não tem luz própria). João, a propósito, portanto, representara a
primeira pela lua, e a segunda pelo sol.
A mulher (a Igreja) tinha a lua
debaixo dos seus pés, isto é: a dispensação mosaica acabava de terminar.
A mulher estava revestida com a luz do
sol do Evangelho, que acabava de nascer. Pela figura chamada prolepse, a Igreja
representada como inteiramente organizada com seus doze Apóstolos antes de
Cristo Jesus, como criança, aparecer em cena. Facilmente se explica isto, pelo
fato de que ela devia ser assim constituída logo depois de o Cristo começar o
seu apostolado ou ministério. E ele está relacionado de maneira mais especial
com esta Igreja do que com a Igreja da primeira dispensação.
Não há motivo para qualquer incompreensão da passagem, por isso mesmo, com esta representação não se faz
qualquer violência ao correto sistema de interpretação do Apocalipse. E é o
melhor de todos eles, porque é o sistema profético-histórico (ou
histórico-profético), e a verdade não tem medo da história; evidentemente, não
pode ter.
Capítulo 12, versículos 4, 5 e 6: sempre
em pequenas doses, porque o livro é realmente difícil, mas não é nenhum bicho
de sete cabeças para qualquer Legionário digno deste nome. Aquele Legionário a
quem Jesus pode dizer, tranquilamente: "Sê fiel até a morte e eu te darei
a coroa da vida".
"E a sua
cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a
terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que ela
dando à luz lhe tragasse o filho. E ela deu à luz a um filho varão, que há de
reger todas as nações com vara de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus
e para o seu trono. E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar
preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e
sessenta dias."
"a terça
parte das estrelas do céu"
- O dragão levou após si, a terça parte das estrelas do céu. Ora, se as doze
estrelas com que a mulher está cercada aqui, simbolicamente representam os doze
Apóstolos, então, as estrelas lançadas por terra pelo dragão antes da sua
tentativa de matar o menino, ou, antes da Era chamada Cristã, querem
representar uma parte dos chefes do povo judaico: exatamente uma parte dos
chefes do povo hebreu ou judeu (já vimos no capítulo 8, versículo 12, que sol,
lua, estrelas, são algumas vezes usados neste sentido simbólico). O
"dragão" sendo um símbolo, só podia referir-se às estrelas simbólicas.
E a cronologia do ato, aqui mencionado,
deve limitá-lo ao povo judeu. Por quê?
Fácil de compreender: a Judeia
tornou-se uma província romana 63 anos antes do nascimento do Messias anunciado
desde Moisés. Os judeus tiveram três classes de chefes: reis, sacerdotes e
sinédrio. Uma delas, a dos reis, foi suprimida pelo poder romano.
Philips Schimitt, na sua
"História do Mundo", volume III, página 181, depois de descrever o
cerco de Jerusalém pelos romanos e por Herodes, sua capitulação na primavera de
37 A.C. após obstinada resistência de seis meses, escreve:
"Tal foi o fim da dinastia dos
hasmoneus, exatamente 130 anos depois das primeiras vitórias de Judas Macabeu,
e no sétimo ano da assunção do diadema por Aristóbulo I".
"O dragão se
pôs diante da mulher para lhe tragar o
filho". Torna-se, agora, necessário
identificar o poder simbolizado pelo dragão.
Isto, também, podemos fazer facilmente.
Isto, também, podemos fazer facilmente.
O testemunho acerca do filho que o dragão procura destruir é aplicável apenas a um ser aparecido no mundo: Nosso Senhor e Mestre Jesus, nenhum outro foi arrebatado para Deus e para o seu trono. Mas, Ele foi, assim, exaltado (São Paulo aos Efésios, capítulo 1, versículos 20 e 21; São Paulo aos Hebreus, capítulo 8, versículo 1; e neste Apocalipse, capítulo 3, versículo 21).
Nenhum outro recebeu de Deus a missão
de reger todas as nações com vara de ferro, mas, somente a Ele foi confiada
esta Obra (livro dos Salmos, capítulo 2, versículos 7 a 9).
Certamente não pode haver dúvida,
nenhuma dúvida de que o "filho" representa Jesus.
O tempo a que a profecia
se refere é, também, evidentemente, o tempo em que Jesus
apareceu neste mundo como criança, em Belém. Se o Cristo era o
"filho" aqui mencionado, e estabelecida a cronologia da profecia no tempo em que Ele nasceu
neste mundo com
seu corpo fluídico, fácil será encontrar o poder simbolizado pelo
"dragão", porque o
"dragão" representa algum poder que tentou destruir Jesus logo no
nascimento.
Fez alguma tentativa neste sentido?
Quem foi que a fez? Não é necessário dar uma resposta formal a estas perguntas
para quem tenha sabido como Herodes, num esforço hostil por destruir o infante
Jesus, mandou matar todas as crianças em Belém até a idade de dois anos.
"E a sua
cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a
terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que ela
dando à luz lhe tragasse o filho. E ela deu à luz a um filho varão, que há de
reger todas as nações com vara de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus
e para o seu trono. E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar
preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e
sessenta dias."
Já vimos que, se o Cristo era o
"filho" aqui mencionado, estabelecida, perfeitamente, a cronologia
desta profecia no tempo em que Ele veio a este mundo, é muito fácil
caracterizar o poder que aqui é simbolizado pelo "dragão".
Evidentemente o "dragão" representa algum poder que tentou destruir
Jesus logo ao nascer, então vamos raciocinar. Houve alguma tentativa neste
sentido? Quem foi que a fez? Não é necessário dar uma resposta formal. Quem
conhece o Evangelho sabe como Herodes, num esforço hostil por destruir o menino
Jesus, mandou matar todas as crianças de dois anos para baixo, lá em Belém.
Mas, afinal, quem era esse senhor
Herodes? Era um governador romano. Ora, de Roma procedia o poder desse Herodes,
Roma dominava naquele tempo sobre todo o mundo (basta ver o Evangelho de Jesus
segundo São Lucas, capítulo 2, versículo 1), portanto era a parte responsável
neste ato representando Roma.
Além disso, era o único poder da terra
que, naquela altura, podia ser simbolizado em profecia pela simples razão de
que o seu domínio era universal. Não é, portanto, sem a mais concludente razão,
que o Império Romano é, geralmente, considerado pelos comentadores como o poder
indicado por esse "grande dragão vermelho". E é digno de menção, durante o segundo, terceiro,
quarto e quinto século da Era chamada Cristã, depois da águia, era o dragão a
principal insígnia dos exércitos romanos.
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