E o sinal do "amor"? Por
estranho que pareça este sinal é o castigo, como já expliquei muitas vezes ao
pregar o Evangelho da Verdade. Esta palavra do Apocalipse: "aqueles a quem
amo repreendo e castigo", isto é sinal de AMOR. Não é estranho? Se estamos
sem castigo, diz São Paulo, não somos filhos (quem quiser verificar releia a
Epístola aos Hebreus, capítulo 12).
Comentando esta passagem, diz Thompson
(aqui é apresentada uma lei do mal, na sua grandiosa ecumênica): "Como todos
precisam de castigo em alguma medida, porque ninguém é perfeito, também alguma
medida recebem e tem, assim, provas da dedicação do Redentor". É uma lição dura de aprender. Os
crentes são tardos estudantes, mas aqui, através da Palavra e da Providência de
Deus, se estabelece que as provas são bênçãos suas. Que nenhum filho é poupado
à vara. Os cábulas, estúpidos, incorrigíveis, são rejeitados, ao passo que os
escolhidos para gloriosa estrutura são sujeitos ao cinzel e ao martelo de Deus.
Não há cacho da verdadeira vinha que não tenha que passar pelo lagar.
Comenta um outro estudioso:
"Quanto a
mim, quando estou em aflição, bendigo a Deus por ter observado e sentido tanta misericórdia
nesta dura dispensação divina, e eu fico quase transportado. Muito me alegro ao
pensar quão infinitamente doces são as misericórdias divinas, ao ver como os
seus castigos são verdadeiramente gloriosos".
Atendendo, portanto, a origem e aos
desígnios dos castigos que recebes, meu irmão Legionário, não percas tempo, não
percas um golpe da vara, trata de ver o teu erro, porque quem está julgando é
Jesus. Arrepende-te, diz a mensagem, isto é, acerta o passo, e esta é a primeira aplicação da própria verdade para
salvação de todos nós. Eis um meio: Trata de ser realmente zeloso e
arrepende-te da tua vaidade, ainda que, como vimos, estava apresentado pela
"frieza" ou "tibieza". Somos
aconselhados a atingir um mundo mais elevado, então temos de ser zelosos,
fervorosos, dedicados e a ter nosso coração abrasado no serviço do Mestre
Jesus.
Aí chega o símbolo de "Jesus
batendo à porta",
prestem atenção! Aqui está o coração dos corações, o Cristo de Deus, não
obstante o rigor da sua assertiva que Ele repreende e castiga. Qual nada! Ele
ama tanto as suas almas que se humilha para lhes solicitar o privilégio de
abençoá-las. Então, diz Jesus: "Eis que estou à porta e bato". Eis que estou à porta de cada Legionário e bato. Por que
bato? Não é com receio de dormir na rua; entre as moradas da casa do Pai
nenhuma está fechada para Ele.
Ele é a vida de todos os corações, é a luz de
todos os olhos, é o cântico de glória de todas as bocas, de todos os lábios,
entretanto, anda o Rei de porta em porta, humildemente, em Laodicéia. Está
junto de cada Legionário e bate, porque veio procurar e salvar o que estava
perdido, o que extraviou, o que desertou da salvação. Por quê? Porque não pode
abandonar o propósito de comunicar a vida eterna a todos aqueles que o Pai lhe
deu, então vai procurar as ovelhas transviadas.
Compraste um campo? Compraste
tudo de bom que Eu te dei? Estás com o chapéu na mão pedindo desculpas? Ele
bate e torna a bater. Estou eu aqui batendo, na hora do Culto, da Cruzada do
Novo Mandamento. É a oportunidade de fazer uma visita cristã a um indivíduo, a
uma família. Se assim não fizeste, ó que infeliz tibieza! Gente morna,
fatal mundanismo às seduções do mundo, de ouvido pronto a ouvir as calúnias,
injúrias, intrigas da ignorância e da má fé.
E o Senhor da Glória deixa o seu
palácio celestial e vem na pobreza, com suor, sangue e lágrimas, bater à porta
de alguém que era cristão ou Legionário. E agora, o que Ele faz? Jesus quer
entrar e não pode entrar neste coração, vem salvar uma criatura cuja casa está
a arder mas não quer admitir. Então, como dizia São Paulo: "Ó dura
profundidade é a paciência de Cristo Jesus!" Até o pagão Públio recebeu
São Paulo e o hospedou consigo três dias cortesmente. Um pagão! Hão de os Legionário dizer ao Senhor e seus
Apóstolos, ao Senhor dos céus e da terra, que não tem aposento para Ele? Jesus
suplica ao mesmo tempo em que bate à porta, com a palavra supõe que alguns não
hão de ouvi-la. Embora esteja à porta, e bata e suplique até que seus cabelos
se umedeçam com o orvalho da noite, alguns fecharão os ouvidos aos seus
carinhosos rogos. Não basta ouvir, devemos ouvir e abrir a porta ao Cristo e
Senhor.
E muitos, que a princípio ouviram a voz, e durante algum tempo se
sentiram inclinados a prestar atenção, deixarão, infelizmente, no fim, de fazer
o necessário para lhes assegurar a comunhão do hóspede divino. Amigo, irmão
Legionário, estão os seus ouvidos abertos aos rogos do Senhor que nos guia? É o
tom da voz Dele bem vindo para ti? Queres ou não abrir a porta para deixá-lo
entrar, ou está a porta do seu coração atravancada por montões de lixo? O lixo
das vaidades, do orgulho, das calúnias, das infâmias. Se não queres remover
este luxo deste lixo, este lixo deste luxo, por condescendência, covardia,
apatia, tibieza: és morno!
E que promessa se segue, meu Deus! "Se ele abrir, entrarei em sua casa, cearei
com ele e ele comigo".
Que quadro expressivo temos aí! Amigo com amigo, participando da alegre e
social refeição. Alma com alma, numa conversação franca e limpa. E que cena
deve ser aquela em que o Rei da Glória é um hóspede! Esta linguagem não se
refere a qualquer grau comum de união, a qualquer bênção comum, ordinária, a
qualquer privilégio vulgar. Quem poderá
ficar indiferente a tão carinhosa súplica, tão extraordinária promessa? Nem
sequer nos é preciso que ponhamos a mesa a este divino hóspede. Ele próprio é
que traz aquele alimento divino, as iguarias da sua própria dispensa celestial.
Apresenta-nos, aqui, a antevisão da glória que em breve será vivida. Dá-nos,
aqui, penhor da futura herança, incorruptível, imaculada, imarcescível.
Na verdade, quando tivermos cumprido
as condições, recebermos esta promessa, meus amigos e meus irmãos,
experimentaremos o aparecimento da "estrela da alva" em nossos
corações. Contemplaremos o realvar de uma gloriosa manhã para a Igreja do Novo
Mandamento de Deus, a Igreja do Rebanho Único.
E depois, a promessa final. A promessa
de cear com os seus discípulos. feita pelo Senhor. antes de ser dada a promessa
final ao vencedor. mostra que as bênçãos
incluídas nesta promessa devem ser
desfrutadas no estado presente, a partir de agora, em
pleno inferno do mundo.
Eis a promessa ao vencedor:
"Aquele que
vencer Eu lhe concederei que se sente no trono comigo, assim como Eu venci e sentei
com meu Pai no seu trono."
Aqui culmina a promessa de Jesus. Depois de muito sofrimento, depois de muitas
encarnações, aqui está o prêmio final: do seu estado de rebelde, caído,
degredado, poluído, o homem é reconciliado com Deus pela obra do Cristo, com a
proteção do Espírito Santo. Purificado das suas poluições, remido da queda
lamentável e agora perdoado, revestido da imortalidade, e, finalmente, sentado
no próprio trono do Cristo de Deus. A honra e a glória não podiam ir mais
longe, as mentes humanas nem podem conceber esta glória e nem há termo na
triste linguagem humana capaz de descrevê-la. Damos apenas, assim, uma ideia
grosseira deste panorama de luz. Nós, pecadores, no trono do Cristo, sentados
no Seu trono? Apenas podemos trabalhar, até que, vencedores por fim, saibamos o
que vem lá.
Capítulo 3, versículos 20 a 22; e
capítulo 4, versículos 1 a 5:
Uma coincidência extraordinária!
Quando Jesus sentiu que era chegada a sua hora de ir ao Pai, de voltar ao Pai,
Ele participou da última ceia com os seus Apóstolos e, agora, quando estamos no
fim do ciclo e Ele está voltando, exatamente esse capítulo em que Ele diz:
"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a
porta, Eu entrarei em sua casa e com ele cearei e ele comigo" (capítulo 3,
versículo 20).
Entre aqueles que interpretaram bem o
seu Novo Mandamento e dele fizeram a sua regra de vida, para todos eles, este é
o prêmio: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei em
sua casa e com ele cearei e ele comigo". Quem não deseja esta graça de poder cear com o Mestre
Divino e recebê-lo em sua casa, ou melhor, em seu próprio coração? Que
coincidência espantosa! A promessa de cear com seus discípulos é feita pelo
Senhor Jesus antes de ser dada a promessa final ao vencedor. Isto demonstra que
as bênçãos incluídas nesta promessa devem ser desfrutadas no presente estado de
provação.
E, agora, a promessa ao vencedor, o
coroamento. "Aquele que vencer eu lhe concederei que sente comigo no meu trono,
assim como eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono". Culmina, aqui, a promessa de Jesus.
E, do seu estado rebelde e caído, poluído e degradado, o homem pecador é
reconciliado com Deus pela mediação do Redentor. Purificado das suas poluições,
remido da sua queda lamentável, e agora revestido da imortalidade, sentado, finalmente, sobre o próprio trono do Salvador. O próprio Jesus o afirma, e Jesus
nunca mentiu; honra e a glória não poderiam ser maiores. Realmente, as
criaturas humanas não podem conceber esse estado. A própria linguagem humana
não o consegue descrever com fidelidade. Neste versículo não há apenas uma
gloriosa promessa, mas, também, uma doutrina importantíssima. Vemos por ela que
o Cristo reina, consecutivamente, sobre dois tronos: sobre o trono de seu Pai e sobre o
seu próprio trono. Ele declara, neste versículo, que
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