quinta-feira, 11 de julho de 2019


porque havia sete selos enrolados, cada um dentro dos outros,  cada  um dos quais  selado, de modo que,  depois  de abrir e desenrolar o primeiro, aparecia o segundo selado até ser aberto, e, assim, sucessivamente, até o sétimo selo. Ainda sobre este ponto, observa Scott:

"Parecia um rolo composto de vários pergaminhos segundo o costume daquele tempo, embora fosse de supor que estavam escritos por dentro nada se podia ler antes dos selos serem abertos. Via-se, depois, que continha sete pergaminhos ou pequenos volumes, cada um dos quais separadamente selados. Mas, se todos os selos estavam do lado  de fora, nada se podia ser lido antes de se abrir o selo deles, visto que a abertura de cada folha era seguida por alguma descoberta do conteúdo. Todavia, a aparência exterior indicava que eram sete".

Benson: "Os compridos rolos de pergaminhos usados pelos antigos, que chamamos livro, eram, em geral, escritos somente de um lado, naquele que, ao se enrolar, ficava voltado para dentro". Aqui ele diz: "Este livro não devia estar escrito por dentro e também pela parte de fora, como a acentuação da nossa versão comum leva a crer". Diz Wesley, Benson, Grocio, Scott, e outros, usam a vírgula exatamente assim: "Escrito por dentro e por traz selado (ou por fora)". Como estavam colocados estes selos já ficou, suficientemente, explicado pelas notas que aqui comentamos.

Vamos, então, ao versículos 2 a 4:

"E vi um anjo forte bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro, e desatar os seus selos? E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra podia abrir o livro,  e eu chorava muito porque ninguém fora achado digno de abrir o livro nem de ler, nem de olhar para ele".

Isto é muito interessante! A interpretação deste livro é a coisa mais importante do mundo na atualidade, porque nos conta tudo o que vai acontecer até o fim dos tempos.

"Quem é digno?" "Quem é digno de abrir o livro?"

Este que aqui se vê, segura este livro à vista do Universo, e um anjo forte, de grande poder, avança como um pregoeiro: com a voz potente, convida as criaturas do Universo a experimentarem se a sua sabedoria consegue desvendar os desígnios de Deus. Quem poderá ser achado digno de abrir o livro e desatar os seus selos? Então, se segue uma pausa, esse imenso Universo reconhece a sua incapacidade, reconhece a sua indignidade para entrar nos desígnios do Criador. Como está no grego original: "ninguém no céu". Não apenas nenhum homem, mas ninguém, nenhum ser no céu foi achado digno. 

Não temos aqui uma prova definitiva de que as faculdades dos Anjos são limitadas como as dos homens, claro, que neste aspecto de penetrar no futuro e desvendar o que tem de suceder neste particular? Isto é digno de meditação! Nem aos Anjos é dado saber.

Quando o apóstolo vê que ninguém podia abrir o livro, que os mesmos eram os desígnios de Deus nele contidos referentes ao seu povo e que jamais fossem descobertos. Você não fica impressionado, apavorado às vezes com certos fatos concernentes ao futuro dos seus filhos? Pois é isso. Você não vive a ternura natural dos seus sentimentos devido ao seu interesse pela Igreja do Novo Mandamento, a Igreja Universal do Cristo? São João evangelista chorou, e chorou muito.

Sobre a frase: "Eu chorava muito", Benson, que é um dos grandes expositores, oferece o seguinte comentário:

"Profundamente preocupado com o pensamento de que ninguém se achava digno de compreender, de revelar e cumprir os divinos desígnios, e temendo que ainda continuassem ocultos à Igreja, então fica em prantos, e este pranto do Apóstolo brotou da grandeza desta alma, da ternura do coração que sempre teve, aparece agora, mais claramente, porque ele já está fora de si."

É, meus amigos e meus irmãos, o Apocalipse não foi escrito sem lágrimas nem será compreendido sem lágrimas, e veja quem tem olhos de ver, e ouça quem tem ouvidos de ouvir! Até para decifrar o Apocalipse temos de sofrer o bloqueio da treva, porque a treva não quer a vitória da luz, e, quando se acende a luz, dissolve a treva, porque a treva ainda quer reinar. Compreendeste?

Versículos 5 a 7:

"Disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos  um  Cordeiro  como  tendo  sido  morto  e  possuía sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra. E veio e tomou o livro da destra do que estava sentado no trono".

Vejam, aqui é dito a João, o Evangelista, "que não chores mais". Deus não quer que seja ocultado nenhum conhecimento que possa beneficiar seu povo (esse povo não é o judaico, não é o católico, não é o protestante, não é o espírita, não é o budista, não é o hinduísta: é o povo do Novo Mandamento, é o povo do Amor Universal: todas as ovelhas boas de todos os rebanhos reunidas num só rebanho pelo próprio Jesus). E Deus não quer que seja ocultado deste povo, seu legítimo povo, qualquer conhecimento que possa beneficiá-lo. 

Então, finalmente, aparece a possibilidade de abrir o livro, por isso um dos anciãos lhe diz: "Não chores mais; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar seus sete selos". Não vemos motivo para que um dos anciãos, de preferência a qualquer outro ser, desse essa informação ao Evangelista, o Profeta, a não ser o fato de tendo sido remido, estar, especialmente, interessado em tudo que diz respeito ao bem-estar da Igreja neste mundo. Mas o Cristo é chamado aqui de "o Leão da tribo de Judá".

Por que é chamado de Leão? E por que da tribo de Judá?

Quanto ao primeiro título é para significar sua força. Se o leão é o rei dos animais, é o monarca da floresta, torna-se, então, um emblema apropriado a utilidade e poder reais para o Cordeiro de Deus.

E "da tribo de Judá"? Porque, conforme a tradição, esse título é derivado da profecia da Gênese, capítulo 49, versículos 9 e 10, Moisés narrando a  cena final da vida de Jacó (ou de Israel) falando a seus filhos (os doze filhos de Israel, os doze filhos do velho Jacó) porque o Messias já era anunciado desde Moisés. Eis aí o tesouro: usando os dois Testamentos (o Novo  e o Antigo).

E "a raiz de Davi"?

É a origem e sustentáculo da posição do poder de Davi, o rei profeta. Não pode haver dúvida de que a posição de Davi foi especialmente ordenada por Jesus e, especialmente sustentada por Ele. Davi era o tipo, o Cristo  o antítipo.  O trono e o reino de Davi sobre Israel está o princípio do reino do Cristo sobre o seu povo, então Ele há de reinar sobre o trono de Davi conforme a tradição judaica. Basta ver o Evangelho de Jesus segundo Lucas (capítulo  3,  versículos 32 e 33),  como  o  Cristo   apareceu  na  pele  dos descendentes de Davi ao tomar a nossa natureza, e, também, chamado "a Geração de Davi".  Um rebento do tronco de Jessé, basta ver o profeta Isaías (capítulo 11, versículo 10), comparado ao Apocalipse, que diz no capítulo final deste livro (capítulo 22, versículo 16): "Eu sou a Raiz e a Geração de Davi".

E assim, estabelecida a sua relação com o trono de Davi e mostrado seu direito de governar sobre o trono de Deus, havia razão para se lhe confiar a abertura dos sete selos.

"Venceu"Esta palavra "venceu" indica que o direito de abrir o livro foi adquirido por uma vitória ganha em algum conflito anterior, é lógico. Assim o vemos em algumas passagens subsequentes deste capítulo. A própria cena que se segue nos leva à grande  obra  do  Cristo  como Redentor da  Humanidade e ao derramamento do seu sangue para remissão de pecados, para salvação de todos os homens.

Nesta obra esteve sob os mais ferozes ataques de Satanás, que é a condição humana, porque o homem ignorante é Satanás, a mulher ignorante é Satanás, e até (...) é Satanás, e há criança que são verdadeiros satanazinhos. Mas Jesus suportou as tentações da condição humana, sofreu as agonias da cruz, venceu a morte. Ressuscitou vitorioso da morte e do sepulcro; assegurou o caminho da redenção. Numa palavra: Jesus venceu! Jesus triunfou! Isto é muito parecido com o triunfo extraordinário do Novo Mandamento de Jesus:   "Amai-vos uns aos outros



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