Em verdade Jesus está voltando, e desta
vez não vem para ser crucificado, não! Vem para separar os bons e os maus, vem
para galardoar os que sofreram e amaram em seu nome, para dar aos ignorantes de
acordo com as suas obras.
Hoje podemos declarar, alto e bom som: - Quem não
sabe Apocalipse já não sabe Evangelho, porque o Apocalipse é o complemento
inseparável do Evangelho Unificado (os quatro Evangelhos reunidos: Mateus,
Marcos, Lucas e João).
Capítulo 1, versículos 4 a 6:
"João às sete
igrejas que estão na Àsia, graça e paz seja convosco da parte daquele que é,
que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que estão diante do seu
trono e da parte de Jesus Cristo, que é a Fiel Testemunha, o Primogênito dos
mortos, o Príncipe dos reis da terra. Aquele que nos ama, e, em seu sangue nos
lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus, o seu Pai, a
ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!"
Meus amigos e meus irmãos, o que há de
verdade sobre as sete Igrejas da Ásia?
Havia mais de sete Igrejas na Ásia,
todos sabem disso muito bem. Podemos limitar-nos à parte Ocidental da Àsia,
conhecida por Ásia Menor ou a um território ainda mais restrito do que este,
porque mesmo naquela pequena parte da Ásia Menor onde estavam situadas as sete
igrejas mencionadas aqui, e justamente no meio delas, haviam outras igrejas
muito importantes. Colosso, por exemplo, a cujos cristãos São Paulo Apóstolo
dirigiu sua Epístola aos Colossenses, estava a pouca distância de Laodiceia.
Mileto estava mais perto do que qualquer das sete, de Patmos, onde João teve a
grande visão apocalíptica, e era uma importante base para a Igreja cristã como
podemos julgar pelo fato de São Paulo apóstolo, durante uma de suas estadas
ali, ter convidado os anciãos de Éfeso a se encontrarem com ele naquele lugar
(basta ver o capítulo 20 dos Atos dos Apóstolos). No mesmo local São Paulo
deixou, também, sem dúvida que em boas mãos cristãs, seu discípulo Trófimo que
estava doente (basta ver a II Epístola a Timóteo, capítulo 4, versículo 20). A
de Troas, ou Trôade, onde São Paulo passou uma temporada com os discípulos e, de onde, depois
de ter esperado que passasse o sábado, continuou
a sua viagem. Ora, também não estava longe de Pérgamo, nomeada entre as sete Igrejas
da Ásia.
Torna-se, portanto, interessante
determinar porquê: porque motivo, porque razão é que é sete, dentre as igrejas da
Ásia Menor, que foram escolhidas como as únicas às quais o Apocalipse de Jesus é
dedicado.
O que é dito das sete Igrejas no
capítulo 1, e o que é dito a elas nos capítulos 2 e 3, refere-se, apenas, às
sete igrejas literais, isto é, e estas que não são citadas, nomeadas?
Descrevem coisas que ali existiam,
então, retratando apenas as coisas que iriam acontecer a cada uma dessas sete? Claro que não,
e vamos enumerar várias razões:
Primeira:
Todo o livro do Apocalipse foi
dedicado às sete Igrejas, mas o livro não era mais aplicável a elas do que a
outros cristãos da Ásia Menor. Por exemplo: os que habitavam no Ponto, na
Galácia, na Capadócia, na Abissínia, mencionados por São Pedro na sua I
Epístola com os cristãos de Corinto, de Trôade, de Mileto, justamente no meio
das igrejas citadas.
Segunda:
Apenas uma pequena parte do livro
podia ter relação pessoal com as sete Igrejas, ou com quaisquer cristãos do
tempo de João, o evangelista, por que os acontecimentos que apresentam sucederiam muito depois das gerações que então
viviam, e até depois dessas igrejas deixarem de existir, por isso não podia ter
relação pessoal com elas, exclusivamente.
Terceira:
Declara-se que as sete estrelas que o
Filho do Homem, isto é, o Cristo, tinha na sua mão direita (versículo 20) eram
os anjos das sete Igrejas. Os anjos das sete Igrejas, sem dúvida, que todos
concordam nisto, são os ministros das Igrejas, são os missionários, os
emissários, os estafetas do Cristo de Deus. Ora, por estarem na mão direita do
Filho de Deus, significam o poder mantenedor, a guia, proteção a eles
concedida. Mas havia apenas sete na sua mão direita.
E o grande Mestre das Igrejas cuida
apenas, assim, destas sete?
Evidentemente, não! Seria
desumanidade, seria discriminação, coisa que não se encontra no Espírito
Perfeito daquele que é o Chefe Planetário.
Não poderão, antes, todos os
verdadeiros ministros, todos os verdadeiros emissários, em todos os tempos do
Evangelho, extrair desta imagem a consolação de saber que são mantidos,
guiados, pela mão direita do GRANDE CHEFE DA IGREJA?
E não é uma igreja
exclusiva, particular, é toda a Cristandade. É toda a Humanidade, é a reunião
de todos aqueles que aceitaram o Cristo e o seu Novo Mandamento. Portanto, este
Cristo de Deus, este Chefe Planetário, não pode amar apenas as sete Igrejas e
desprezar as demais. Este "sete" é um número sagrado e representa
toda a Igreja Cristã. É a única
explicação que satisfaz aos espíritos integrados no Evangelho em espírito e
verdade, à luz do Novo Mandamento.
Quarta:
Além de tudo isso, o discípulo amado
João olhando para a dispensação cristã viu apenas sete castiçais representando
sete Igrejas, no meio das quais estava o Filho do Homem, isto é, Deus feito
homem, Jesus, o Salvador. A posição do Filho do Homem deve significar a sua
presença junto delas, sua vigilância sobre elas, sua perscrutadora visão de
todas as suas obras.
Mas Ele apenas toma conhecimento das
sete Igrejas individualizadas nesta dispensação? Não podemos antes concluir que
estas cenas representam sua posição relativamente a todas as suas Igrejas
durante todo o tempo do Evangelho? Então, por que terão sido mencionadas apenas
sete?
Temos dito muitas vezes: Sete, segundo
o uso da Bíblia Sagrada, chamada Sagrada
Escritura, é o número
que
significa plenitude
e perfeição, é,
indubitavelmente, uma espécie, assim, de memorial dos grandes fatos, dos
primeiros sete dias do tempo que deram ao mundo
o ciclo semanal, usado até hoje.
Sete são os dias da semana.
O que as sete estrelas e os sete castiçais
significam?
Toda Igreja do Evangelho em sete divisões ou períodos. Esta é a
chave, Por isso as sete Igrejas devem ser compreendidas da mesma forma.
Quinta:
Por que, então, são mencionadas as
sete Igrejas particularmente escolhidas?
Sem dúvida pelo motivo de serem
sugeridos nos nomes dessas Igrejas, segundo as definições das palavras, os
aspectos religiosos dos períodos da história da Igreja Cristã, e, realmente,
eles representam tudo isto. Por estas razões devem constituir as sete Igrejas,
não apenas as sete igrejas literais da Ásia que foram aqui mencionadas no
Apocalipse, mas sete períodos da Igreja Cristã, desde os dias dos apóstolos até
o fim da história da Humanidade, isto é, até o fim deste ciclo.
Agora temos a explicação tão
importante destas sete Igrejas, representando os sete períodos que vamos
analisar aqui, meticulosamente, em nossa pregação.
Mas vamos continuar, ponto
por ponto, a explicação destes versículos. Vamos ver, agora, a procedência da
"bênção" da parte daquele que era e que é, e que há de vir, ou que há
de ser.
Expressão que significa completa
eternidade, passada e futura, somente
aplicável a quem?
Ao Pai Eterno, que é DEUS. Esta
linguagem nunca é aplicada a Jesus, e, fala-se Dele como outra pessoa distinta
do Ser descrito com estas palavras:
"aquele que era, que é e que há de
vir".
E "os sete Espíritos de
Deus"?
Esta expressão não se refere a anjos,
mas a Espíritos de Deus. Deste manancial são invocadas, para a Igreja Cristã,
graça e paz.
Acerca do interessante assunto dos sete Espíritos temos que
consultar os primeiros intérpretes deste Livro extraordinário. Um deles foi Thompson,
e eis aqui um apontamento de Thompson:
"Aqui temos
esta denominação dos sete Espíritos, porque sete é um número
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