terça-feira, 9 de julho de 2019


mundo. As rãs e as aves noturnas faziam ouvir as suas vozes aflitas. Tem-se, por vezes, conhecido dias semelhantes, ainda que inferiores no grau e extensão das suas trevas. As causas destes fenômenos são desconhecidas, certamente não tenha sido resultado de eclipse. Talvez que o fenômeno, mais misterioso e inexplicado da sua espécie, na vasta série de acontecimentos da natureza  durante o último século, tenha sido o dia escuro. Notabilíssimo obscurecimento de todo o céu e atmosfera visível que provocou intenso alarme e pânico em milhares de mentes, confusão nas próprias criaturas brutas, tendo fugido as aves desorientadas, os pássaros para os seus ninhos, os animais para as suas dependências.
Com efeito, milhares de pessoas daquele tempo se convenceram, abertamente, de que havia chegado o fim de todas as coisas terrestre. A área deste obscurecimento foi também notabilíssima. Foi observada nas regiões mais orientais da Nova Inglaterra, a Oeste das mais remotas partes de Connecticut, em Albany; para o Sul foi observado em toda extensão da costa marítima; para o Norte até onde se estendia o território americano. Provavelmente excedeu muito esses limites, mas a sua extensão exata nunca será positivamente conhecida. Esses foram os grandes dias escuros que ficou nos anais da América do Norte.
E "a lua que se tornou como sangue"?
A escuridão da noite seguinte (19 de maio de 1780) foi tão invulgar como tinha sido a treva do dia; a escuridão da noite seguinte foi tão densa como, talvez, não se tenha ainda observado desde aquele onipotente Fiat que deu origem a luz para os homens na Terra. Não pude resistir, escreveu Samuel Tenny:
"A ideia de que se todos os corpos luminosos do mundo estivessem envoltos em treva espessa ou tivessem desparecido totalmente. a escuridão não poderia ter sido mais completa. Uma folha de papel branco a poucos centímetros dos olhos era tão invisível como o mais negro veludo".
Adams, escreveu acerca da noite que se seguiu ao dia escuro:
"Quase todos os que, por acaso, estavam fora naquela noite perderam-se ao se dirigir para casa. A escuridão foi tão extraordinária nessa noite como havia sido de dia, pois que, no dia anterior, tinha começado a fase da lua cheia. Esta declaração sobre a fase da lua prova a impossibilidade de um eclipse do sol nessa altura, e, sempre que nesta memorável noite a lua apareceu, como aconteceu algumas vezes, tinha ela, segundo o testemunho desta profecia, a aparência de sangue".
Mais um sinal apocalíptico para que a humanidade se previna. 
E "as estrelas caíram do céu"; a história mais uma vez, diz: cumpriu-se. Tendo-se realizado este fato, bastante depois do escurecimento do sol, há muitas pessoas que dele se lembram como se tivesse acontecido ainda ontem. Referimo-nos à grande chuva meteórica de 13 de novembro de 1833.
Sobre este ponto bastam alguns trechos publicados na imprensa.
"No grito: - Olhe para a janela! Acordei de um profundo sono, e, com espanto, vi o Oriente iluminado de uma aurora de meteoros. Chamei minha mulher para presenciar o fato, e, enquanto se vestia, exclamava: - Mas vê como as estrelas caem! - É maravilhoso, respondi. E sentimos em nossos corações que se tratava de um sinal dos últimos dias, porque, verdadeiramente, as estrelas caíam sobre a terra como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abaladas por um vento forte". (Exatamente como está neste Apocalipse, capítulo 6, versículo 13).
Esta linguagem do profeta foi sempre recebida como, isto é, metáfora, pois ontem se cumpriu literalmente. Os antigos compreendiam por "Áster" (estrela em grego e latim) as mais insignificantes luzes no céu, o progresso  da  Astronomia Moderna é que fez distinção entre estrelas e meteoros. Portanto, a ideia do profeta, tal como foi expressa no original em grego, realizou-se, literalmente, no fenômeno de ontem, como antes ninguém tinha concebido que fosse possível cumprir. A imensa grandeza e distância dos planetas e estrelas fixas não permitia a ideia da sua queda sobre a terra. Corpos maiores não podiam cair, em miríades, sobre um corpo menor, e a maior parte dos planetas e todas as estrelas fixas são muitas vezes maiores de que o nosso mundo. Mas estes caíram em direção à terra, e como caíram? Nem eu mesmo, nem outras pessoas da família ouviram qualquer descrição. Se eu tivesse de procurar na natureza um símile, não encontraria outro que tão bem  ilustrasse o aspecto do céu como o que São João diz na profecia: "as estrelas do céu caíram sobre a terra".
Não eram folhas, flocos ou gotas de fogo, mas eram o que o mundo compreende por estrelas cadentes, e uma pessoa se quisesse chamar a atenção de outra no meio da cena, diria: - Veja como as estrelas caem! E aquele que ouvisse esta exclamação, não pensaria em corrigir o erro astronômico do interlocutor, da mesma forma que ele não diria que o sol não se move àquele que lhe dissesse que o sol estava subindo. As estrelas caíam como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. E eis, aqui, a exatidão do profeta: as estrelas cadentes não procediam de várias árvores sacudidas, mas de uma só, somente uma.
As que apareciam ao Oriente, caíam para o Oriente, as que apareciam ao Norte, caíam para o Norte, as que apareciam ao Ocidente, caíam para o Ocidente e as que apareciam ao Sul, pois eu tinha saído da minha residência para o parque, caíam, sim senhor, para o Sul. Não caíam como frutos maduros, longe disto, mas voavam, eram arrojadas como os figos  verdes, que,  ao  princípio,  não  querem  deixar  o  galho,  mas,  finalmente,  se  precipitam com violência e caindo em multidão. Alguns cortam o trajeto de outros, segundos são lançados com mais ou menos força, mas caindo todos no seu respectivo lado da árvore.
O Jornal do Comércio de Nova York, 14 de novembro de 1843:
"Há conhecimento de se terem observado, nos tempos modernos, em vários lugares, extensas e magnificentes chuvas de estrelas cadentes. Mas a mais universal e maravilhosa que jamais se registrou na História da Humanidade, foi a de 13 de novembro de 1833, por ocasião da qual, durante algumas horas, o firmamento dos Estados Unidos esteve numa comoção ígnea.
Nenhum fenômeno celeste ocorreu jamais neste país, desde o seu início, que tenha sido contemplado com tão intensa admiração por certa classe de pessoas, ou com tanto temor e pânico da parte de outras.
Durante as três horas, durante as quais se prolongou, pensava-se que o "Dia do Juízo" estava apenas esperando o nascer do sol. Elijah H. Burritt calcula que nada menos de 240.000 meteoros foram, nessa altura, visíveis por sobre o horizonte de Boston. E da manifestação no Niágara, se diz: que nenhum espetáculo, tão terrivelmente sublime e grandioso fora jamais presenciado como o do firmamento escuro, em ígnea torrentes sobre a escura e rugideira catarata."
"E o céu se retirou como um livro que se enrola":
Com este acontecimento nossa mente é levada para o futuro. Depois de olharmos para o passado, e de vermos a Palavra de Deus cumprida, somos agora convidados a olhar para acontecimentos ainda no futuro, cujo cumprimento não é menos certo. Aqui está nossa posição definida sem equívoco.
Nós nos encontramos entre os versículos 13 e 14 deste capítulo. Aguardamos que o céu se retire "como um livro que se enrola". Estamos em tempos de solenidade e de importância sem par; não sabemos quão perto podemos estar do cumprimento destas coisas.  
Como dizia o próprio Jesus: "Ninguém sabe o dia nem a hora em que voltará o Senhor". Mas esta retirada do céu está incluída no que os evangelistas chamam na mesma série de acontecimentos: "o abalo das potências do céu". Outras passagens nos apresentam mais pormenores, a predição é mais profunda e temos que fazer consulta a vários pontos das Sagradas Escrituras, ou seja, a Bíblia. 
Temos que conferir, por exemplo: São Paulo aos Hebreus, capítulo 12, versículos 25 a 27; no Velho Testamento, o livro do profeta Joel, capítulo 3, versículo 16; livro do profeta Jeremias, capítulo 25, versículos 30 a 33; neste mesmo Apocalipse, capítulo 16, versículo 17. Sabemos que é a voz do próprio Deus falando com terrível majestade desde o seu trono celeste, que causa esta formidável comoção na terra e no céu. Outrora o Senhor falou, quando com a voz audível declarou às suas criaturas os preceitos da Sua Lei eterna, e a terra tremeu. Ele há de falar de novo, e não somente a terra há de tremer, mas os céus também, então, a terra vacilará como um ébrio e se romperá, e de todo será quebrantado (Profeta Isaías, capítulo 24).
Os   montes   se  removerão  das  suas  bases  firmes,  as  ilhas  mudarão


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