mundo. As rãs e as
aves noturnas faziam ouvir as suas vozes aflitas. Tem-se, por vezes, conhecido
dias semelhantes, ainda que inferiores no grau e extensão das suas trevas. As
causas destes fenômenos são desconhecidas, certamente não tenha sido resultado
de eclipse. Talvez que o fenômeno, mais misterioso e inexplicado da sua espécie,
na vasta série de acontecimentos da natureza
durante o último século, tenha sido o dia escuro. Notabilíssimo
obscurecimento de todo o céu e atmosfera visível que provocou intenso alarme e
pânico em milhares de mentes, confusão nas próprias criaturas brutas, tendo
fugido as aves desorientadas, os pássaros para os seus ninhos, os animais para
as suas dependências.
Com efeito,
milhares de pessoas daquele tempo se convenceram, abertamente, de que havia
chegado o fim de todas as coisas terrestre. A área deste obscurecimento foi
também notabilíssima. Foi observada nas regiões mais orientais da Nova
Inglaterra, a Oeste das mais remotas partes de Connecticut, em Albany; para o
Sul foi observado em toda extensão da costa marítima; para o Norte até onde se
estendia o território americano. Provavelmente excedeu muito esses limites, mas
a sua extensão exata nunca será positivamente conhecida. Esses foram os grandes
dias escuros que ficou nos anais da América do Norte.
E "a lua que se
tornou como sangue"?
A escuridão da
noite seguinte (19 de maio de 1780) foi tão invulgar como tinha sido a treva do
dia; a escuridão da noite seguinte foi tão densa como, talvez, não se tenha
ainda observado desde aquele onipotente Fiat que deu origem a luz para os
homens na Terra. Não pude resistir, escreveu Samuel Tenny:
"A ideia
de que se todos os corpos luminosos do mundo estivessem envoltos em treva
espessa ou tivessem desparecido totalmente. a escuridão não poderia ter sido
mais completa. Uma folha de papel branco a poucos centímetros dos olhos era tão
invisível como o mais negro veludo".
Adams, escreveu
acerca da noite que se seguiu ao dia escuro:
"Quase
todos os que, por acaso, estavam fora naquela noite perderam-se ao se dirigir
para casa. A escuridão foi tão extraordinária nessa noite como havia sido de
dia, pois que, no dia anterior, tinha começado a fase da lua cheia. Esta
declaração sobre a fase da lua prova a impossibilidade de um eclipse do sol
nessa altura, e, sempre que nesta memorável noite a lua apareceu, como
aconteceu algumas vezes, tinha ela, segundo o testemunho desta profecia, a
aparência de sangue".
Mais um sinal
apocalíptico para que a humanidade se previna.
E "as estrelas
caíram do céu";
a história mais uma vez, diz: cumpriu-se. Tendo-se realizado este fato, bastante
depois do escurecimento do sol, há muitas pessoas que dele se lembram como se
tivesse acontecido ainda ontem. Referimo-nos à grande chuva meteórica de 13 de
novembro de 1833.
Sobre este ponto bastam alguns trechos publicados
na imprensa.
"No
grito: - Olhe para a janela! Acordei de um profundo sono, e, com espanto, vi o
Oriente iluminado de uma aurora de meteoros. Chamei minha mulher para
presenciar o fato, e, enquanto se vestia, exclamava: - Mas vê como as estrelas
caem! - É maravilhoso, respondi. E sentimos em nossos corações que se tratava
de um sinal dos últimos dias, porque, verdadeiramente, as estrelas caíam sobre
a terra como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abaladas por
um vento forte".
(Exatamente como está neste Apocalipse, capítulo 6, versículo 13).
Esta linguagem do
profeta foi sempre recebida como, isto é, metáfora, pois ontem se cumpriu
literalmente. Os antigos compreendiam por "Áster" (estrela em grego e
latim) as mais insignificantes luzes no céu, o progresso da Astronomia
Moderna é que fez distinção entre estrelas e meteoros. Portanto, a ideia do
profeta, tal como foi expressa no original em grego, realizou-se, literalmente,
no fenômeno de ontem, como antes ninguém tinha concebido que fosse possível
cumprir. A imensa grandeza e distância dos planetas e estrelas fixas não
permitia a ideia da sua queda sobre a terra. Corpos maiores não podiam cair, em
miríades, sobre um corpo menor, e a maior parte dos planetas e todas as
estrelas fixas são muitas vezes maiores de que o nosso mundo. Mas estes caíram
em direção à terra, e como caíram? Nem eu mesmo, nem outras pessoas da família
ouviram qualquer descrição. Se eu tivesse de procurar na natureza um símile,
não encontraria outro que tão bem ilustrasse
o aspecto do céu como o que São João diz na profecia: "as estrelas
do céu caíram sobre a terra".
Não eram folhas,
flocos ou gotas de fogo, mas eram o que o mundo compreende por estrelas
cadentes, e uma pessoa se quisesse chamar a atenção de outra no meio da cena,
diria: - Veja como as estrelas caem! E aquele que ouvisse esta exclamação, não
pensaria em corrigir o erro astronômico do interlocutor, da mesma forma que ele
não diria que o sol não se move àquele que lhe dissesse que o sol estava
subindo. As estrelas caíam como quando a figueira lança de si os seus figos
verdes, abalada por um vento forte. E eis, aqui, a exatidão do profeta: as
estrelas cadentes não procediam de várias árvores sacudidas, mas de uma só,
somente uma.
As que apareciam ao
Oriente, caíam para o Oriente, as que apareciam ao Norte, caíam para o Norte,
as que apareciam ao Ocidente, caíam para o Ocidente e as que apareciam ao Sul,
pois eu tinha saído da minha residência para o parque, caíam, sim senhor, para
o Sul. Não caíam como frutos maduros, longe disto, mas voavam, eram arrojadas
como os figos verdes, que, ao
princípio, não querem deixar
o galho, mas,
finalmente, se precipitam com violência e caindo em
multidão. Alguns cortam o trajeto de outros, segundos são lançados com mais ou
menos força, mas caindo todos no seu respectivo lado da árvore.
O Jornal do
Comércio de Nova York, 14 de novembro de 1843:
"Há
conhecimento de se terem observado, nos tempos modernos, em vários lugares,
extensas e magnificentes chuvas de estrelas cadentes. Mas a mais universal e
maravilhosa que jamais se registrou na História da Humanidade, foi a de 13 de
novembro de 1833, por ocasião da qual, durante algumas horas, o firmamento dos
Estados Unidos esteve numa comoção ígnea.
Nenhum
fenômeno celeste ocorreu jamais neste país, desde o seu início, que tenha sido
contemplado com tão intensa admiração por certa classe de pessoas, ou com tanto
temor e pânico da parte de outras.
Durante as
três horas, durante as quais se prolongou, pensava-se que o "Dia do
Juízo" estava apenas esperando o nascer do sol. Elijah H. Burritt calcula
que nada menos de 240.000 meteoros foram, nessa altura, visíveis por sobre o
horizonte de Boston. E da manifestação no Niágara, se diz: que nenhum
espetáculo, tão terrivelmente sublime e grandioso fora jamais presenciado como
o do firmamento escuro, em ígnea torrentes sobre a escura e rugideira
catarata."
"E
o céu se retirou como um livro que se enrola":
Com este
acontecimento nossa mente é levada para o futuro. Depois de olharmos para o
passado, e de vermos a Palavra de Deus cumprida, somos agora convidados a olhar
para acontecimentos ainda no futuro, cujo cumprimento não é menos certo. Aqui
está nossa posição definida sem equívoco.
Nós nos encontramos
entre os versículos 13 e 14 deste capítulo. Aguardamos que o céu se retire
"como um livro que se enrola". Estamos em tempos de solenidade e de
importância sem par; não sabemos quão perto podemos estar do cumprimento destas
coisas.
Como dizia o próprio Jesus: "Ninguém sabe
o dia nem a hora em que voltará o Senhor". Mas esta retirada do céu está incluída no que os evangelistas
chamam na mesma série de acontecimentos: "o abalo das potências do céu". Outras passagens nos apresentam mais
pormenores, a predição é mais profunda e temos que fazer consulta a vários
pontos das Sagradas Escrituras, ou seja, a Bíblia.
Temos que conferir, por
exemplo: São Paulo aos Hebreus, capítulo 12, versículos 25 a 27; no Velho
Testamento, o livro do profeta Joel, capítulo 3, versículo 16; livro do profeta
Jeremias, capítulo 25, versículos 30 a 33; neste mesmo Apocalipse, capítulo 16,
versículo 17. Sabemos
que é a voz do próprio Deus falando com terrível majestade desde o seu trono
celeste, que causa esta formidável comoção na terra e no céu. Outrora o Senhor
falou, quando com a voz audível declarou às suas criaturas os preceitos da Sua
Lei eterna, e a terra tremeu. Ele há de falar de novo, e não somente a terra há
de tremer, mas os céus também, então, a terra vacilará como um ébrio e se
romperá, e de todo será quebrantado (Profeta Isaías, capítulo 24).
Os montes se removerão das suas
bases firmes, as ilhas mudarão
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