Os terríveis efeitos da invasão gótica
são representados como "saraiva', devido ao fato de os invasores serem
originários do norte; "fogo", por terem sido destruídos pelo fogo,
tanto as cidades como os campos, e "sangue", devido a terrível
mortandade de cidadãos do Império pelos ousados e intrépidos guerreiros.
O toque da primeira trombeta pode ser
localizados por volta do fim do IV
século em diante e se refere a estas assoladoras invasões do Império Romano, e,
evidentemente, pelos godos. Não sei como
a história do toque da primeira trombeta passa a ser mais impressionantemente
apresentado, do que pela narração gráfica dos fatos, tal como se encontra na história
de Gibbon, citada por Keith nos seus "Sinais dos Tempos", volume I, páginas
221 a 223. Longos extratos mostram como Gibbon expôs, ampla e perfeitamente, no
seu texto na história da primeira trombeta, a primeira tempestade que se
desencadeou sobre o Império Romano e a primeira queda de Roma.
Empregando as palavras em comentário
mais direto, temos, assim, o resumo do assunto: "A nação gótica estava em
armas ao primeiro som da trombeta". E na invulgar aspereza do inverno, os
godos puseram a rodar os seus pesados carros sobre o largo e gelado leito do
rio, os campos férteis da Fócida e da Beócia foram inundados por um dilúvio de
bárbaros; os homens foram massacrados, as mulheres, os gados das aldeias em
chamas, foram levados. Os profundos e
sangrentos traços da marcha dos
godos podiam, ainda, descobrir-se facilmente
alguns anos depois.
Todo o território da Ática foi
amaldiçoado pela nefasta presença de Alarico, mais afortunado que os habitantes
de Corinto, Argos, Esparta, foram poupados pela morte aos espetáculos da
conflagração das suas queridas cidades. Numa estação de frio tão extremo, que
os leitos dos rios estavam secos, Alarico invadiu os domínios do Ocidente. Um
solitário velho de Verona, o poeta Claudiano, acertadamente comentava o destino
das árvores, suas contemporâneas, que tinham de arder na conflagração de todo o
país. Notem bem as palavras da profecia:
"Queimou-se a terça
parte
das árvores".
E o imperador dos romanos fugiu diante
do rei dos godos; levantou-se uma tempestade furiosa entre as nações da Germânia, de cujo extremo Setentrional os
bárbaros marcharam até quase às portas de Roma; concluíram a destruição do
Ocidente. A escura nuvem que se adensou ao longo das costas do Báltico irrompeu
em trovões nas margens do Danúbio superior. As pastagens da Gália em que os
rebanhos e manadas pastavam, e as margens do Reno com suas elegantes casas e
bem cultivadas quintas, formavam um quadro de paz e de abundância, subitamente
se converteu num deserto, separado da
solidão da natureza apenas pelas ruínas fumegantes. Muitas cidades foram,
cruelmente, oprimidas ou arrasadas: milhares de pessoas foram, desumanamente,
massacradas, e as consumidoras chamas da guerra se espalharam por sobre a maior
parte das dezessete províncias da Gália.
Alarico estendeu, de novo, a
devastação por sobre a Itália; durante quatro anos os godos a devastaram e
dominavam sem nenhum obstáculo. Na pilhagem e no incêndio de Roma as ruas da
cidade se encheram de cadáveres. As chamas consumiram muitos edifícios públicos
e particulares, as ruínas de um palácio ficaram de pé século e meio depois como
soberbo monumento da conflagração gótica.
A frase final, do capítulo 33, da
história de Gibbon, constitui, por si mesma, um claro e compreensivo
comentário, porque ao terminar a descrição deste breve mas agitado período, ele
concentra, como numa leitura paralela, o resumo da história e a substância da
predição. Mas, as palavras que a precedem, também têm o seu significado. A
devoção pública, daquele tempo, estava impaciente por exaltar os santos
mártires da igreja católica sobre os altares de Diana e de Hércules. A união do
império romano estava dissolvida, o seu gênio humilhado no pó, e exércitos de
bárbaros desconhecidos, vindos das frígidas regiões do norte, tinham estabelecido
seu vitorioso domínio sobre as mais belas províncias da Europa e da África.
A última palavra - África - é o sinal
para o toque da segunda trombeta. Muda-se a cena das praias do Báltico para a
costa Meridional do Mediterrâneo, ou das frígidas regiões do norte para o
litoral da África adusta. Seus adversários estão reunidos para arrasar; em vez
de uma tempestade de saraiva lançada na terra, um monte de fogo ardente foi
lançado no mar.
Prosseguindo aos nossos comentários
sobre o capítulo 8 do Apocalipse de Jesus segundo São João, e hoje ninguém mais
duvida, porque sabem que o Apocalipse é de Jesus e que João foi apenas o vidente
e psicógrafo deste trabalho genial, que nos avisa o que vai acontecer até o fim
do ciclo.
É o planejamento divino que ninguém
pode mais ignorar, principalmente os governantes, todos os políticos, pregadores
de Evangelho, jornalistas, professores, pais e mães. Ninguém mais pode ignorar,
ninguém pode alegar a ignorância da lei, quanto mais da Lei de Deus, e ela se
completa neste Apocalipse, tanto que já se pode se dizer: " Se não sabe
Evangelho com o Apocalipse, não sabe Evangelho. ignora-se o Apocalipse, já não
sabe mais Evangelho, porque estamos sob o signo Apocalíptico. O Apocalipse é,
naturalmente, o complemento do Evangelho do Cristo de Deus."
Vejamos, então, os versículos 8 e 9. Lembre-se
de que a história se repete. Estes acontecimentos já se deram e depois se
repetiram como naquela passagem do "cavalo branco e um cavaleiro montado
nele". A Humanidade evolui em pequenos ciclos dentro de um grande ciclo,
daí se dizer "a história se repete". E, realmente, se repete.
"O segundo
anjo tocou a trombeta, e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo
em fogo, tornou-se sangue a terça parte do mar, e morreu a terça
parte das criaturas que tinham vida no mar, e se perdeu a terça parte das naus."
Depois de Constantino, o Império
Romano foi dividido em três partes, daí a frequente observação "uma terça
parte dos homens", alusão, evidente, à terça parte do império que estava
sob o flagelo. Esta divisão do império foi feita, por morte de Constantino,
entre seus três filhos: Constantino II, Constâncio e Constante. Aliás, pela
ordem: Constâncio, Constantino II e Constante.
Constâncio possuiu o Oriente. Fixou
sua residência em Constantinopla, metrópole do Império. Constantino II ficou
com a Bretanha, a Gália e a Espanha. Constante ficou com a Ilíria, África e
Itália.
Eliott, citado por Burns nas suas
notas sobre o Apocalipse, capítulo 12, versículo 4, diz isto acerca deste
conhecido fato histórico: "Duas
vezes, pelo menos, antes de o Império Romano ficar dividido permanentemente em
duas partes, oriental e ocidental, houve uma divisão tripartida do império.
A primeira aconteceu no ano 311, quando
foi dividido entre Constantino, Licínio e Maximino, outra em 337, por morte de Constantino, quando foi dividido
entre seus filhos: Constantino II e Constante".
A história ilustrativa do toque da
segunda trombeta refere-se, evidentemente, à invasão e conquista da África e
depois da Itália pelo tremendo Genserico. Suas conquistas foram, na maior
parte, navais; seus triunfos "como se fosse lançada no mar uma coisa como
um grande monte ardendo em fogo". Por quê? Que figura poderia ilustrar
melhor a colisão de navios e os destroços da guerra na costa marítima?
Ao aplicar esta trombeta, temos de
considerar alguns acontecimentos que terão significado particular no mundo
comercial. Os símbolos empregados leva-nos, naturalmente, a procurar agitação e
comoção. Se o tocar das quatro primeiras trombetas se refere a quatro notáveis
acontecimentos que contribuíram para a ruína do Império Romano; se a primeira
trombeta se refere à invasão dos godos sob o comando de Alarico, nesta estamos,
naturalmente, em presença do seguinte ato eficiente de invasão que abalou o
poder romano e o levou totalmente à ruína.
A seguinte grande invasão foi a do
terrível Genserico à frente dos vândalos, que ocorreu entre os anos 428 e 468. Esse
grande chefe vândalo tinha seu quartel na África. Mas como diz Gibbon:
"A descoberta e a conquista
das nações negras da África, que pudessem habitar abaixo da zona tórrida, não
podiam tentar a razoável ambição de Genserico. Por isso lançou os olhos para o
mar, resolveu criar o poder marítimo naval. Sua audaciosa resolução foi
executada com firme e ativa perseverança. Saindo do Porto de Cartago fez
repetidas incursões piráticas, isto é, de pirataria. Assaltou o comércio romano
e entrou em guerra com aquele império. Para competir com o monarca marítimo, o Imperador
Romano Majoriano fez extensas
preparações
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