segunda-feira, 8 de julho de 2019


Os terríveis efeitos da invasão gótica são representados como "saraiva', devido ao fato de os invasores serem originários do norte; "fogo", por terem sido destruídos pelo fogo, tanto as cidades como os campos, e "sangue", devido a terrível mortandade de cidadãos do Império pelos ousados e intrépidos guerreiros.

O toque da primeira trombeta pode ser localizados por volta  do fim do IV século em diante e se refere a estas assoladoras invasões do Império Romano, e, evidentemente,  pelos godos. Não sei como a história do toque da primeira trombeta passa a ser mais impressionantemente apresentado, do que pela narração gráfica dos fatos, tal como se encontra na história de Gibbon, citada por Keith nos seus "Sinais dos Tempos", volume I, páginas 221 a 223. Longos extratos mostram como Gibbon expôs, ampla e perfeitamente, no seu texto na história da primeira trombeta, a primeira tempestade que se desencadeou sobre o Império Romano e a primeira queda de Roma.

Empregando as palavras em comentário mais direto, temos, assim, o resumo do assunto: "A nação gótica estava em armas ao primeiro som da trombeta". E na invulgar aspereza do inverno, os godos puseram a rodar os seus pesados carros sobre o largo e gelado leito do rio, os campos férteis da Fócida e da Beócia foram inundados por um dilúvio de bárbaros; os homens foram massacrados, as mulheres, os gados das aldeias em chamas, foram levados. Os profundos e  sangrentos  traços da marcha dos godos podiam, ainda, descobrir-se facilmente  alguns anos depois.

Todo o território da Ática foi amaldiçoado pela nefasta presença de Alarico, mais afortunado que os habitantes de Corinto, Argos, Esparta, foram poupados pela morte aos espetáculos da conflagração das suas queridas cidades. Numa estação de frio tão extremo, que os leitos dos rios estavam secos, Alarico invadiu os domínios do Ocidente. Um solitário velho de Verona, o poeta Claudiano, acertadamente comentava o destino das árvores, suas contemporâneas, que tinham de arder na conflagração de todo o país. Notem  bem  as  palavras  da  profecia:   "Queimou-se  a  terça  parte   das árvores".

E o imperador dos romanos fugiu diante do rei dos godos; levantou-se uma tempestade furiosa entre as nações  da Germânia, de cujo extremo Setentrional os bárbaros marcharam até quase às portas de Roma; concluíram a destruição do Ocidente. A escura nuvem que se adensou ao longo das costas do Báltico irrompeu em trovões nas margens do Danúbio superior. As pastagens da Gália em que os rebanhos e manadas pastavam, e as margens do Reno com suas elegantes casas e bem cultivadas quintas, formavam um quadro de paz e de abundância, subitamente se converteu num  deserto, separado da solidão da natureza apenas pelas ruínas fumegantes. Muitas cidades foram, cruelmente, oprimidas ou arrasadas: milhares de pessoas foram, desumanamente, massacradas, e as consumidoras chamas da guerra se espalharam por sobre a maior parte das dezessete províncias da Gália.

Alarico estendeu, de novo, a devastação por sobre a Itália; durante quatro anos os godos a devastaram e dominavam sem nenhum obstáculo. Na pilhagem e no incêndio de Roma as ruas da cidade se encheram de cadáveres. As chamas consumiram muitos edifícios públicos e particulares, as ruínas de um palácio ficaram de pé século e meio depois como soberbo monumento da conflagração gótica.

A frase final, do capítulo 33, da história de Gibbon, constitui, por si mesma, um claro e compreensivo comentário, porque ao terminar a descrição deste breve mas agitado período, ele concentra, como numa leitura paralela, o resumo da história e a substância da predição. Mas, as palavras que a precedem, também têm o seu significado. A devoção pública, daquele tempo, estava impaciente por exaltar os santos mártires da igreja católica sobre os altares de Diana e de Hércules. A união do império romano estava dissolvida, o seu gênio humilhado no pó, e exércitos de bárbaros desconhecidos, vindos das frígidas regiões do norte, tinham estabelecido seu vitorioso domínio sobre as mais belas províncias da Europa e da África.

A última palavra - África - é o sinal para o toque da segunda trombeta. Muda-se a cena das praias do Báltico para a costa Meridional do Mediterrâneo, ou das frígidas regiões do norte para o litoral da África adusta. Seus adversários estão reunidos para arrasar; em vez de uma tempestade de saraiva lançada na terra, um monte de fogo ardente foi lançado no mar.

Prosseguindo aos nossos comentários sobre o capítulo 8 do Apocalipse de Jesus segundo São João, e hoje ninguém mais duvida, porque sabem que o Apocalipse é de Jesus e que João foi apenas o vidente e psicógrafo deste trabalho genial, que nos avisa o que vai acontecer até o fim do ciclo.

É o planejamento divino que ninguém pode mais ignorar, principalmente os governantes, todos os políticos, pregadores de Evangelho, jornalistas, professores, pais e mães. Ninguém mais pode ignorar, ninguém pode alegar a ignorância da lei, quanto mais da Lei de Deus, e ela se completa neste Apocalipse, tanto que já se pode se dizer: " Se não sabe Evangelho com o Apocalipse, não sabe Evangelho. ignora-se o Apocalipse, já não sabe mais Evangelho, porque estamos sob o signo Apocalíptico. O Apocalipse é, naturalmente, o complemento do Evangelho do Cristo de Deus."

Vejamos, então, os versículos 8 e 9. Lembre-se de que a história se repete. Estes acontecimentos já se deram e depois se repetiram como naquela passagem do "cavalo branco e um cavaleiro montado nele". A Humanidade evolui em pequenos ciclos dentro de um grande ciclo, daí se dizer "a história se repete". E, realmente, se repete.

"O segundo anjo tocou a trombeta, e foi lançada no mar uma coisa como um grande  monte  ardendo  em  fogo,  tornou-se sangue a terça parte do mar,  morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar, e se perdeu a terça parte das naus."

Depois de Constantino, o Império Romano foi dividido em três partes, daí a frequente observação "uma terça parte dos homens", alusão, evidente, à terça parte do império que estava sob o flagelo. Esta divisão do império foi feita, por morte de Constantino, entre seus três filhos: Constantino II, Constâncio e Constante. Aliás, pela ordem: Constâncio, Constantino II e Constante.

Constâncio possuiu o Oriente. Fixou sua residência em Constantinopla, metrópole do Império. Constantino II ficou com a Bretanha, a Gália e a Espanha. Constante ficou com a Ilíria, África e Itália.

Eliott, citado por Burns nas suas notas sobre o Apocalipse, capítulo 12, versículo 4, diz isto acerca deste conhecido fato histórico: "Duas vezes, pelo menos, antes de o Império Romano ficar dividido permanentemente em duas partes, oriental e ocidental, houve uma divisão tripartida do império. A  primeira aconteceu no ano 311, quando foi dividido entre Constantino, Licínio e Maximino, outra em  337, por morte de Constantino, quando foi dividido entre seus filhos: Constantino II e Constante".

A história ilustrativa do toque da segunda trombeta refere-se, evidentemente, à invasão e conquista da África e depois da Itália pelo tremendo Genserico. Suas conquistas foram, na maior parte, navais; seus triunfos "como se fosse lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo". Por quê? Que figura poderia ilustrar melhor a colisão de navios e os destroços da guerra na costa marítima?

Ao aplicar esta trombeta, temos de considerar alguns acontecimentos que terão significado particular no mundo comercial. Os símbolos empregados leva-nos, naturalmente, a procurar agitação e comoção. Se o tocar das quatro primeiras trombetas se refere a quatro notáveis acontecimentos que contribuíram para a ruína do Império Romano; se a primeira trombeta se refere à invasão dos godos sob o comando de Alarico, nesta estamos, naturalmente, em presença do seguinte ato eficiente de invasão que abalou o poder romano e o levou totalmente à ruína.

A seguinte grande invasão foi a do terrível Genserico à frente dos vândalos, que ocorreu entre os anos 428 e 468. Esse grande chefe vândalo tinha seu quartel na África. Mas como diz Gibbon:

"A descoberta e a conquista das nações negras da África, que pudessem habitar abaixo da zona tórrida, não podiam tentar a razoável ambição de Genserico. Por isso lançou os olhos para o mar, resolveu criar o poder marítimo naval. Sua audaciosa resolução foi executada com firme e ativa perseverança. Saindo do Porto de Cartago fez repetidas incursões piráticas, isto é, de pirataria. Assaltou o comércio romano e entrou em guerra com aquele império. Para competir com o monarca marítimo,  o  Imperador  Romano Majoriano  fez  extensas preparações



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