segunda-feira, 1 de julho de 2019


Há alguns exemplos em que se fala de Satanás como derrotado ou abatido: um, foi a sua primeira rejeição do céu; outro, quando o Cristo venceu no seu primeiro advento, e haverá outro no futuro, em que há de ser lançado no abismo e preso por mil anos (está aqui na Palavra de Deus). E em cada ocasião sucessiva, segue-se, regularmente, limitada a ascendência do seu poder (de Satanás). Desce um degrau em cada combate que trava.

A primeira vez (como claramente podemos concluir de certas passagens) a contenda foi entre ele (Satanás) e Deus (Deus Pai), como diz São Pedro na II Epístola, capítulo 2, versículo 4. A segunda vez, entre ele (Satanás) e o Cristo (o Filho de Deus, o Filho Unigênito) como na passagem que temos diante de nós. E a terceira vez, bastará um anjo para realizar a obra da sua destruição. É o que veremos no capítulo 20 deste Apocalipse, versículos 1 e 2. 

Desde a sua primeira contenda não lhe foi permitido subir à dignidade de contender com o Eterno Pai. Desde a segunda não mais teve o privilégio (se assim isto se pode chamar) de um encontro pessoal com Cristo, o Filho. A guerra mencionada, na passagem que temos diante de nós, é entre Satanás e Miguel, que aí representa o Cristo. O grande esforço do primeiro contra o último,   pessoalmente,  foi durante Sua missão aqui na terra,   e  a  grande  vitória  pessoal  do  Cristo sobre ele foi nessa mesma demanda.

"Nem mais o seu lugar se achou no céu". O céu, como já vimos, não significa. neste capítulo, o lugar de habitação de Deus e de seus anjos ou mensageiros celestiais. Referem-se, aqui, sem dúvida, mais a uma condição do que a um lugar. A expressão significaria, portanto, que foram aqui humilhados e jamais recuperariam sua primeira posição.

Desde então a Igreja (a mulher) seria o objeto da sua malícia. Contra ela recorre a todos os nefandos meios que, naturalmente, caracterizam uma ira importante e desesperada. Isso nos lembra, também,   a mesma tática ou estratégia contra nós. De tudo lançam mão os inimigos: do deboche, do desprezo, do bloqueio econômico/financeiro.
 
O final do capítulo 12, versículo 12, contém esta advertência: "Ai da terra e do mar, porque Satanás desceu até vós cheio de grande cólera, sabendo que lhe resta pouco tempo."  É um dos pontos altos do Apocalipse: Satanás sabendo que lhe resta pouco tempo procurando nos bombardear por todos os lados.

Em cada ocasião sucessiva, segue-se, regularmente, uma limitação crescente do seu poder, daí o seu desespero. Satanás é a treva, é a ignorância, é a involução, é o subdesenvolvimento mental, moral, espiritual e intelectual. É Satanás descendo um degrau em cada combate que trava.
  
Já vimos aqui, a primeira vez, como claramente concluímos de certas passagens da Bíblia Sagrada, a luta foi direta com o próprio Deus Pai (como está na Epístola II de São Pedro, capítulo 2, versículo 4).

A segunda vez, entre Satanás e o próprio Cristo, o Filho Unigênito de Deus (como na passagem que temos aqui, no Apocalipse diante de nós).

Finalmente, a terceira vez, o que é que vemos para nossa alegria? Basta um anjo para realizar a obra da liquidação do espírito do mal, o espírito da treva, e é o que vamos ver, neste mesmo Apocalipse, capítulo 20, versículos 1 e 2.

Desde a sua primeira contenda não lhe foi permitido subir à dignidade de contender com o Eterno Pai. Desde a segunda, não mais teve o privilégio, se assim se pode dizer privilégio, de um encontro pessoal com o Cristo. A guerra mencionada nas passagens que temos diante dos olhos é entre Satanás e o  anjo Miguel (que representa o Cristo).

O grande esforço do primeiro contra o último, pessoalmente,  foi durante Sua missão aqui na terra que nós estamos, ainda, habitando. E a vitória extraordinária, a vitória pessoal de Jesus sobre ele foi nessa mesma contenda. Nem se achou mais o seu lugar no céu, isto é muito importante! Mas céu, como já vimos, não significa, neste capítulo, o lugar que é habitação de Deus e dos seus anjos ou emissários, espíritos iluminados, mas sim, sem dúvida, referindo-se a uma condição específica, não a um lugar. A expressão significa que foram, assim, humilhados, e jamais recuperariam a sua primazia original. 
 
A seguir, eleva-se um cântico no céu: "Agora chegada está a salvação"

Mas como pode ser isto, se estas cenas estão no passado? Veja quem tem olhos de ver.  Já tinha vindo, então, a salvação?  Já tinha vindo a força do reino de Deus, o poder do Cristo? Não, absolutamente, não!  É que este cântico foi cantado com antecedência: é que aquelas coisa se haviam tornado certas. A grande vitória tinha sido ganha pelo Cristo de Deus, que pôs a questão do seu estabelecimento para sempre em repouso, exatamente como lemos noutras passagens. Temos a vida eterna, temos a redenção pelo seu sangue, como se estivéssemos já na posse atual destas bênçãos, quando é certo que apenas as temos pela fé, e a linguagem é simplesmente uma garantia de que estão, para sempre, seguras para os vencedores finais.

O  profeta lança, então, um rápido olhar para a ação de Satanás desde aquela altura até o fim. Os versículos 11 e 12, durante cujo tempo os fiéis irmãos o vencem pelo sangue do Cordeiro de Deus e pela Palavra do seu testemunho, embora a raiva dele aumente à medida que o tempo se abrevia, embora operando através de poderes terrenos, Satanás, pessoalmente, é o principal agente desde o versículo 9 ao 17 nesta passagem apocalíptica.

Capítulo 12, versículos 13 a 17: "E quando, o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão; e foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, dois tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar. E a terra ajudou a mulher; e a terra abriu sua boca e engoliu o rio que o dragão lançara da sua boca. E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Cristo Jesus."

É uma linda passagem, e na verdade de poucos comentários precisam estes versículos 13 a 17. Basta dizer que aqui somos de novo levados ao tempo em que Satanás se convenceu, absolutamente, de que tinha fracassado completamente em todas as suas tentativas contra Jesus, Rei e Senhor dos senhores. Vendo que fracassou na tentativa de inutilizar a missão terrestre de Jesus, vendo isso, voltou-se com duplicada raiva para a Igreja estabelecida por Jesus, o Cristo de Deus.

E aqui nos é apresentada, de novo, a Igreja indo para aquela condição denominada, aqui mesmo, de deserto. Isto quer representar um estado em que se encontra sequestrada dos olhos públicos e oculta dos seus inimigos mortais. A igreja que, durante todos os séculos escuros, ativamente ditava as suas ordens aos submissos ouvidos da cristandade e pavoneava os seus ostentosos estandartes perante multidões embasbacadas, não era a Igreja do Cristo: ERA O CORPO DO MISTÉRIO DA INIQUIDADE. O Mistério da Piedade era Deus se manifestando entre nós como homem: JESUS, O VERBO FEITO CARNE, O PRÓPRIO DEUS FEITO HOMEM PARA NOSSA REDENÇÃO.

O mistério da iniquidade era um homem pretendendo ser deus. Esta foi a grande apostasia, o mestiço produzido pela união do cristianismo com o paganismo triunfante, mas a verdadeira Igreja estava longe da vista deles, estava em lugares secretos, onde os crentes adoravam a Deus em espírito e verdade. As cavernas e recessos ocultos nos vales do Piemonte podem ser tomadas como locais representativos onde a verdade do Evangelho sagradamente foi protegida da fúria dos inimigos. Deus, aqui, velava pela sua Igreja e pela sua providência. Ele a protegia, Ele a alimentava!

As "asas de águia" que lhe foram dadas significam, apropriadamente, a pressa com que a verdadeira Igreja foi obrigada a procurar a sua própria segurança quando o homem do pecado se instalou no poder, bem como, a assistência que Deus lhe deu para este fim. A mesma figura é empregada para descrever as relações de Deus com o antigo Israel. Isto diz Ele, através de Moisés: "Vós tendes visto o que eu fiz aos Egípcios, como vos levei sobre asas de águia e vos trouxe a mim" (Moisés no livro de Êxodo, capítulo 19, versículo 4).

Mas o Povo de Deus não é o povo de hoje; o de Moisés é um povo diferente e merecia, realmente, ser o Povo de Deus, o outro é o povo do bezerro de ouro, e não é este povo que nos referimos aqui. É a mesma advertência do Cristo: "Sê fiel até a morte e eu te darei a coroa da vida". Os que colocam o dinheiro acima de Deus não podem ser fiéis até a morte; não receberão a coroa da vida.



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