quarta-feira, 10 de julho de 2019


O Cristianismo desse tempo tinha subido ao trono e empunhado o emblema do poder civil. Evidentemente, este símbolo também se repete através da história. Está se repetindo até hoje, porque a Igreja deve estar separada do Estado. Mas quando foi que esteve no Brasil? Nunca! O governo é governado pela Igreja Católica Apostólica Romana, quem puder provar o contrário que se apresente. Não, ninguém se apresentará, porque esta é a verdade, e isso é condenado na Lei Divina, daí este símbolo vermelho (e ainda voltaremos a ele).

Capítulo 6, versículos 5 e 6:

"E havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer ao terceiro animal: Vem, e vê! E olhei, e eis um cavalo preto, e o que estava sentado tinha uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais que dizia: uma medida de trigo por um dinheiro; três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho."

Eis ai, com que rapidez progride a obra da corrupção! Que contraste entre a cor deste símbolo e a do primeiro: "um cavalo preto..." a oposição total do branco. Deve ser representado por este símbolo um período de grande treva e corrupção moral da igreja. O tempo que ocorreu entre o reinado de Constantino e o estabelecimento do papado, em 538, pode ser, com razão, considerado o tempo em que se levantaram os mais obscuros erros e as mais grosseiras superstições. Do período que imediatamente se seguiu os dias de Constantino, Mosheim escreve: 

"As vãs ficções que, antes de Constantino a maior parte dos doutores cristãos pegados à Filosofia Platônica e as crendices populares tinham abraçado, eram agora confirmadas, ampliadas e embelezadas de várias formas."

Daí se originou a extravagante veneração pelos santos mortos, as absurdas noções que agora prevaleciam e que se veriam representadas por toda parte, de certo fogo destinado a purificar as almas desencarnadas. Daqui, também, o celibato dos padres, a adoração de imagens, relíquias, e, com o andar do tempo, destruiu quase por completo a Religião, ou, pelo menos, eclipsou o seu brilho. Corrompeu da maneira mais deplorável a sua própria essência. Um enorme cortejo de superstições foi substituindo, gradualmente, a verdadeira Religião, a genuína piedade. Esta odiosa revolução procedeu de uma variedade de causas; uma precipitação ridícula em receber novas opiniões, um absurdo desejo de imitar os ritos pagãos, de misturá-los com o Culto Cristão genuíno e a frívola propensão que a humanidade, em geral,  tem para com a religião de pompa e ostentação.

Tudo isto, amigo, contribuiu para estabelecer o reino da superstição sobre as ruínas do Cristianismo primitivo. Ainda bem que não houve Cristianismo até hoje, esta é que é a verdade. Felizmente, só agora com o Novo Mandamento revelado começará a haver Cristianismo. Não sei se vocês estão entendendo bem, realmente é difícil explicar todos estes símbolos numa linguagem que o povo possa dizer: Entendi logo. Por isso mesmo  estamos  com  aqueles cânticos:   "Santo, Santo, Santo ..."   e  não cessam de cantar, também eu não cessarei de pregar até que todos entendam perfeitamente.

A "balança" significava que a religião e o poder civil se haviam de unir na pessoa que administraria o poder executivo do governo e que pretenderia a autoridade judicial, tanto sobre a igreja como sobre o Estado. Com efeito, assim aconteceu com os imperadores romanos, desde Constantino até Justiniano, que deu o mesmo poder judicial ao Bispo de Roma.

O "trigo e a cevada": As medidas de trigo e cevada por um dinheiro significam que os membros da igreja procurariam, avidamente, os bens do mundo, que o amor ao dinheiro seria o espírito predominante desses tempos a ponto de se desfazerem de qualquer coisa por dinheiro; quem nos diz é Mosheim.

E "o azeite e o vinho": Isto representa as graças do Espírito, a fé  e o amor, e havia grande perigo de danificá-los sob a influência de tão grande espírito mundano. E é bem comprovado, por todos os historiadores, que a prosperidade da igreja, nesse tempo, produzia corrupções que, finalmente, terminaram  na apostasia e com o estabelecimento do anticristo (ainda é Mosheim quem escreve).

Deve observar-se que a voz que atribui à medida de trigo e preço em dinheiro, diz: "Não danifiques o azeite e o vinho", não é proferida por alguém no mundo, na terra, mas vem do meio dos quatro animais, significando que, apesar de sub pastores (os professos ministros do Cristo, seus representantes), não cuidarem do rebanho. O Senhor não se esquece dele (o rebanho) neste período de trevas. Então vem uma voz do céu: "Toma cuidado de que o espírito do mundanismo, da corrupção, não prevaleça de tal modo que o Cristianismo se perca  inteiramente.   Que  o azeite e o vinho, as graças da genuína piedade, inteiramente desapareçam da face da terra". E ainda vem este apelo: "É a infinita misericórdia de Deus". E aqui, amigos, ficamos no terceiro selo

Sabemos o que vai acontecer, não há outro caminho dentro da filosofia positiva do velho Comte: saber para prever, prever para prover. É a lição do Apocalipse.

Capítulo 6, versículos 7 e 8:

"E havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal que dizia: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo amarelo e o que estava sentado sobre ele tinha por nome morte; e o inferno o seguia, e lhe foi dado poder para matar a quarta parte da terra, com a espada, e com a fome, e com a peste e pelas feras da terra."

Realmente é notável a cor deste cavalo. As cores dos cavalos branco, vermelho e preto, mencionadas nos versículos anteriores, são naturais.  É branco, é vermelho, é preto, mas aqui a cor amarela não é natural. A palavra original no grego não significa o amarelo comum, mas sim, cores pálida ou amarelada, a que se veem nas plantas crestadas ou doentes, portanto, este símbolo representa um estranho estado de coisas dentro da igreja.

O que está sentado neste cavalo tem o nome "morte"; e o inferno (aliás no grego original a palavra significa "sepultura") o segue.  A mortalidade é tão grande durante este período, que se diria terem vindo sobre a terra as pálidas nações dos mortos. E seguindo na esteira deste poder desolador (porque, realmente, dificilmente  nós poderemos nos enganar quanto a este período a que se aplica este selo), refere-se ao tempo em que o cesarismo romano exerceu a sua vontade sem peias, seu domínio prepotente, perseguidor desde 538 até ao tempo em que os Reformadores começavam a expor as corrupções do sistema religioso, todas as ignomínias praticadas em nome de Deus. E Deus não tinha nada com isso. Mas diz a nota marginal que lhe foi dado poder, isto é, ao poder personificado pela "morte" sobre  o "cavalo pálido"   (é o papismo com a sua inquisição). Pela "quarta parte da terra" é, sem dúvida, representado o território sobre o que este poder teve jurisdição.

E estas palavras: espada, fome, ou antes, segundo o original grego, quaisquer tormentos causados e causadores da "morte", filho da morte e pai da morte. E, ainda, "pelas feras da terra", figuras que representam os meios pelos quais levou à morte os seus mártires: cinquenta milhões, dos quais, pelos cálculos mais baixos, ainda clamam vingança debaixo do seu altar sanguinolento. Quem é que ignora esse período da perseguição religiosa e do fanatismo mais cruel que matavam em nome de Deus, como se Deus tivesse dado a alguém poder para matar, pois se Deus não dá poder a ninguém para perdoar pecados, para absolver ou condenar como é que vai dar poder a alguém para, em seu nome, matar, se está nos Dez Mandamentos NÃO MATARÁS?

Então Deus seria contraditório, Deus seria infantil como qualquer criança leviana. Vejam bem, quanta tolice ainda permanece até hoje! E ainda há sacerdotes que querem a pena de morte, uma coisa que está completamente contra os desígnios de Deus, pois se está nos Mandamentos "não matarás". Como é que alguém quer instituir a pena de morte em nome de Deus? Ah, bem, há pena de morte nos Estados Unidos, pois, então, os Estados Unidos são um povo bárbaro, é um povo atrasado que tem a pena de morte. Um povo elevado não tem pena de morte; aplica todos os castigos imagináveis, menos a pena de morte, porque isto só a Deus pertence. Eis aí o "quarto selo" deste capítulo impressionante do Apocalipse.

Capítulo 6, versículos 9 a 11:

"E havendo aberto o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas dos que  foram mortos pelo amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas, e lhes foi dito que




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