Então, vamos ao capítulo 4, versículos
6 a 11:
"E havia
diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal, e no meio do trono
e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos por diante e por detrás. O
primeiro animal era semelhante a um leão, o segundo animal era semelhante a um
novilho (outros traduzem: a um bezerro), e tinha o terceiro animal o rosto como
de homem, o quarto animal era semelhante a uma águia voando. E os quatro
animais, tinham cada um deles, seis asas, e ao redor e por dentro estavam
cheios de olhos; e não descansavam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo,
Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.
Quando os animais davam glória, honra e ação de graças àquele que estava
sentado no trono, ao que vive para todo o sempre, os vinte e quatro anciãos se
prostraram diante do que estava sobre o trono e adoravam o que vive para todo o
sempre e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és tu, Senhor,
de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por
tua vontade santa é que foram criadas".
E, agora, vamos aos símbolos. Por
exemplo:
"O mar de
vidro":
mar de vidro, não composto de vidro, mas
uma ampla superfície que parecia vidro (como mostra Bloomfield), transparente,
brilhante, e esta ideia é levada ainda mais longe, pela sua semelhança com o cristal. A posição deste mar não apresenta
analogia com a bacia do antigo serviço
típico, e ele pode se estender por debaixo do trono e todo o seu fundamento, e
mais ainda, da própria cidade. (Deve ele apresentar-se no capítulo 15, como
vamos ver no versículo 2, ou no local onde os vencedores, no estático júbilo da
vitória final, estarão, em breve, com Nosso Senhor e Mestre Jesus).
E esses "quatro animais"? Quatro animais, essa para nós é a
tradução mais corrente, mas, aqui para nós, muito ingênua, porque a palavra
grega (no grego original) significa "criatura viva". "Quatro
criaturas vivas", não animais. Os homens já são tão animais, para que mais
esta animalidade? Portanto, a propriedade desta correção, naturalmente, é feita
mesma pelos bons comentadores: não quatro animais, mas quatro seres vivos,
quatro criaturas vivas. A palavra é muito diferente da usada para designar os
animais proféticos do capítulo 13 e seguintes.
Devemos acrescentar que Bloomfield
apresenta alguns exemplos em que ela significa, não apenas
"criaturas", mas até "um ser humano". Especialmente no
exemplo de Orígenes, que usa referindo-se ao Senhor Jesus. Mas não vamos chegar
a tanto. Semelhante simbolismo é usado no primeiro capítulo de Ezequiel. As
qualidades significadas pelos símbolos são: Força, Perseverança, Razão e
Rapidez.
Força - o Leão
Perseverança - o Novilho
Razão - o Homem
A Águia voando - Rapidez
Força de atenção, a perseverança em
levar avante o cumprimento do dever, razão para compreender a divina vontade,
rapidez em obedecer. Eis aí: a força, perseverança, razão e rapidez.
Estes
seres vivos estão ainda mais intimamente relacionados com o trono do que os vinte
e quatro anciãos, estando os mesmo representados como se encontrando no meio e
em volta dele (trono). Isto é bom de guardar! Ora, como os anciãos, estes no seu cântico ao
Cordeiro de Deus, dão-lhe louvor pelo fato de tê-los remido no planeta Terra,
da provação terrena que todos nós estamos
enfrentando, pertencem, portanto, ao mesmo grupo que representa uma parte da
grande multidão de cristãos, que, como já foi descrito (principalmente sobre
observações do capítulo 4), foram levados ao cativeiro, e do cativeiro da morte
foram levados para o alto.
Acerca do objetivo da sua redenção nós
vamos fazer grandes comentários no capítulo 5, a partir do versículo 8.
E diz o texto: "e não
descansam
(Isto é muito importante!) em dar glória a Deus, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus". (Que feliz falta de descanso!). O
tema da sua incessante é este: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, que
é e que há de vir".
Nenhum cântico mais sublime saiu dos lábios dos homens, e repetem dia e noite,
continuamente, significando nestes termos apenas o modo como o tempo é ali
computado, porque não pode haver noite onde está o trono de Deus. Aonde a luz
chega, imediatamente desaparece a treva.
Nós mortais nos cansamos com a
repetição de tudo neste mundo, e vemos a bondade e misericórdia de Deus. Somos
tentados, às vezes, a calar, e para quê? - Já falei muito, já estou cansado! -
Vou pendurar as chuteiras! Podemos aprender uma proveitosa lição com estes
entes Santos celestiais que não se cansam, de noite e de dia, de repetir sem
cessar: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus o Todo-Poderoso, que era, que
é e que há de vir", para que estas palavras nunca envelheçam,
porque seus corações estão sempre repletos do sentimento da Sua bondade, do Seu
infinito Amor. Quem se cansará de louvar o Criador de todos os seres e de todas
as coisas?
Mas, para muita gente o louvor torna-se monótono. Só em pronunciá-lo
parecem diminuídos. E aqui está o exemplo do Irmão Operário, há muitos anos
pregando o Evangelho. Já recebeu conselhos de muita gente "prática":
"- Chega Zarur, você já deu tantas voltas na Bíblia, já é hora de
"pendurar as chuteiras". Trate de gozar a vida, você já trabalhou
muito, para que mais pregar?"
Pois bem, depois de quase vinte anos, a resposta que eu
dou, é esta: - Vim de Apocalipse na mão, estou aqui de Apocalipse, e, também
faço coro com esse pessoal aqui no cântico: "Digno és Senhor de
receber glória e honra e poder". E quanto digno és!
Nunca poderíamos compreender os Santos que proferem tais palavras até que,
já revestidos da imortalidade, sejamos apresentados irrepreensíveis, com
alegria, perante a glória do Cristo de Deus. E assim se vê em São Judas Tadeu,
versículo 24 (porque só tem um capítulo): "Senhor, tu criaste todas as coisas. As obras
da criação apresentam fundamentos para honra, glória e poder atribuídos a Deus,
e por sua vontade Senhor, são e foram criados". Nesse mundo todas as coisas foram
criadas pelo mesmo poder, são conservadas e mantidas como nossos campos no planeta Terra graças
Àquele que é o caminho, a verdade e a
vida, o supremo governante do nosso planeta: Jesus, o Cristo de Deus.
A boa vontade dos homens,
infelizmente, é um simulacro, uma deturpação da verdadeira Boa Vontade como nós
a entendemos. A Vontade Boa é a Vontade que liberta, iluminada pelo
conhecimento da Verdade, que é a Palavra de Deus. Esta é a nossa Boa Vontade,
Boa Vontade inspirada na luz do Novo Mandamento, porque sem o Novo Mandamento
não há Bíblia, não há Evangelho, não há Apocalipse, como não há Ciência, nem
Filosofia, nem Política, nem Religião.
Capítulo 5, versículo 1:
"E vi, na
destra do que estava sentado sobre o trono, um livro escrito por dentro e por
fora, selado com sete selos".
Pois bem amigos, irmãos Legionários,
começa aqui um novo capítulo, não uma nova cena, é a mesma visão que ainda está
perante a mente do Apóstolo na ilha de Patmos, São João, o Evangelista, agora Profeta
do Cristo Planetário.
As palavras que "estava
sentado sobre o trono",
evidentemente, se referem a Deus Pai, ao eterno Deus, o Criador incriado,
porque a seguir é o Filho apresentado como um Cordeiro tendo sido morto. O
livro que São João viu aqui continha a revelação das cenas que deviam ocorrer
na História da Igreja até o fim dos tempos.
O "estar na mão do que estava sentado no trono" pode significar que somente
Deus tem conhecimento do futuro, a não ser que se deseje revelar.
Explicitamente Jesus declarou no Evangelho: "Só Deus o sabe; só o Pai o sabe; nem o Filho
o pode saber". Evidentemente,
os livros usados no tempo do Apocalipse não podiam ter o formato dos livros de
hoje. Não consistiam de uma série de folhas cosidas em cadernos especiais como
hoje, mas eram compostos de uma ou mais tiras de pergaminho ou de outro
material qualquer, mais ou menos compridas e todas enroladas, daí a expressão: "como um
livro que se enrola"
(também no Apocalipse).
Aliás, a esse propósito, Wesley observa o seguinte:
"Os livros usados
pelos antigos não eram como os nossos, mas eram volumes ou longos pedaços de
pergaminhos enrolados num comprido pau, como frequentemente nós enrolamos as
sedas. Mas este estava selado com sete selos, não
que o Apóstolo visse todos
os selos de
uma vez só,
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