quinta-feira, 11 de julho de 2019


Então, vamos ao capítulo 4, versículos 6 a 11:

"E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal, e no meio do trono e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro animal era semelhante a um leão, o segundo animal era semelhante a um novilho (outros traduzem: a um bezerro), e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, o quarto animal era semelhante a uma águia voando. E os quatro animais, tinham cada um deles, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não descansavam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. Quando os animais davam glória, honra e ação de graças àquele que estava sentado no trono, ao que vive para todo o sempre, os vinte e quatro anciãos se prostraram diante do que estava sobre o trono e adoravam o que vive para todo o sempre e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és tu, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade santa é que foram criadas".

E, agora, vamos aos símbolos. Por exemplo:

"O mar de vidro":  mar de vidro, não composto de vidro, mas uma ampla superfície que parecia vidro (como mostra Bloomfield), transparente, brilhante, e esta ideia é levada ainda mais longe, pela sua semelhança com  o cristal. A posição deste mar não apresenta analogia  com a bacia do antigo serviço típico, e ele pode se estender por debaixo do trono e todo o seu fundamento, e mais ainda, da própria cidade. (Deve ele apresentar-se no capítulo 15, como vamos ver no versículo 2, ou no local onde os vencedores, no estático júbilo da vitória final, estarão, em breve, com Nosso Senhor e Mestre Jesus). 
                                                                                                       
E esses "quatro animais"? Quatro animais, essa para nós é a tradução mais corrente, mas, aqui para nós, muito ingênua, porque a palavra grega (no grego original) significa "criatura viva". "Quatro criaturas vivas", não animais. Os homens já são tão animais, para que mais esta animalidade? Portanto, a propriedade desta correção, naturalmente, é feita mesma pelos bons comentadores: não quatro animais, mas quatro seres vivos, quatro criaturas vivas. A palavra é muito diferente da usada para designar os animais proféticos do capítulo 13 e seguintes.

Devemos acrescentar que Bloomfield apresenta alguns exemplos em que ela significa, não apenas "criaturas", mas até "um ser humano". Especialmente no exemplo de Orígenes, que usa referindo-se ao Senhor Jesus. Mas não vamos chegar a tanto. Semelhante simbolismo é usado no primeiro capítulo de Ezequiel. As qualidades significadas pelos símbolos são: Força, Perseverança, Razão e Rapidez.

Força - o Leão

Perseverança - o Novilho

Razão - o Homem

A Águia voando -  Rapidez

Força de atenção, a perseverança em levar avante o cumprimento do dever, razão para compreender a divina vontade, rapidez em obedecer. Eis aí: a força, perseverança, razão e rapidez. 

Estes seres vivos estão ainda mais intimamente relacionados com o trono do que os vinte e quatro anciãos, estando os mesmo representados como se encontrando no meio e em volta dele (trono). Isto é bom de guardar!  Ora, como os anciãos, estes no seu cântico ao Cordeiro de Deus, dão-lhe louvor pelo fato de tê-los remido no planeta Terra, da provação terrena que  todos  nós  estamos  enfrentando,  pertencem,  portanto,  ao mesmo grupo que representa uma parte da grande multidão de cristãos, que, como já foi descrito (principalmente sobre observações do capítulo 4), foram levados ao cativeiro, e do cativeiro da morte foram levados para o alto.

Acerca do objetivo da sua redenção nós vamos fazer grandes comentários no capítulo 5, a partir do versículo 8.

E diz o texto: "e não descansam (Isto é muito importante!) em dar glória a Deus, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus". (Que feliz falta de descanso!). O tema da sua incessante é este: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, que é e que há de vir". Nenhum cântico mais sublime saiu dos lábios dos homens, e repetem dia e noite, continuamente, significando nestes termos apenas o modo como o tempo é ali computado, porque não pode haver noite onde está o trono de Deus. Aonde a luz chega, imediatamente desaparece a treva.

Nós mortais nos cansamos com a repetição de tudo neste mundo, e vemos a bondade e misericórdia de Deus. Somos tentados, às vezes, a calar, e para quê? - Já falei muito, já estou cansado! - Vou pendurar as chuteiras! Podemos aprender uma proveitosa lição com estes entes Santos celestiais que não se cansam, de noite e de dia, de repetir sem cessar: "Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus o Todo-Poderoso, que era, que é e que há de vir",  para que estas palavras nunca envelheçam, porque seus corações estão sempre repletos do sentimento da Sua bondade, do Seu infinito Amor. Quem se cansará de louvar o Criador de todos os seres e de todas as coisas? 

Mas, para muita gente o louvor torna-se monótono. Só em pronunciá-lo parecem diminuídos. E aqui está o exemplo do Irmão Operário, há muitos anos pregando o Evangelho. Já recebeu conselhos de muita gente "prática": "- Chega Zarur, você já deu tantas voltas na Bíblia, já é hora de "pendurar as chuteiras". Trate de gozar a vida, você já trabalhou muito, para que mais pregar?"

Pois bem,  depois de quase vinte anos, a resposta que eu dou, é esta: - Vim de Apocalipse na mão, estou aqui de Apocalipse, e, também faço coro com esse pessoal aqui no cântico: "Digno és Senhor de receber glória e honra e poder". E quanto digno és!

Nunca poderíamos compreender  os Santos que proferem tais palavras até que, já revestidos da imortalidade, sejamos apresentados irrepreensíveis, com alegria, perante a glória do Cristo de Deus. E assim se vê em São Judas Tadeu, versículo 24 (porque só tem um capítulo): "Senhor, tu criaste todas as coisas. As obras da criação apresentam fundamentos para honra, glória e poder atribuídos a Deus, e por sua vontade Senhor, são e foram criados". Nesse mundo todas as coisas foram criadas pelo mesmo poder, são conservadas e mantidas como nossos campos  no planeta  Terra  graças  Àquele que é o caminho, a verdade e a vida, o supremo governante do nosso planeta: Jesus, o Cristo de Deus.

A boa vontade dos homens, infelizmente, é um simulacro, uma deturpação da verdadeira Boa Vontade como nós a entendemos. A Vontade Boa é a Vontade que liberta, iluminada pelo conhecimento da Verdade, que é a Palavra de Deus. Esta é a nossa Boa Vontade, Boa Vontade inspirada na luz do Novo Mandamento, porque sem o Novo Mandamento não há Bíblia, não há Evangelho, não há Apocalipse, como não há Ciência, nem Filosofia, nem Política, nem Religião.

Capítulo 5, versículo 1:

"E vi, na destra do que estava sentado sobre o trono, um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos".

Pois bem amigos, irmãos Legionários, começa aqui um novo capítulo, não uma nova cena, é a mesma visão que ainda está perante a mente do Apóstolo na ilha de Patmos, São João, o Evangelista, agora Profeta do Cristo Planetário.

As palavras que "estava sentado sobre o trono", evidentemente, se referem a Deus Pai, ao eterno Deus, o Criador incriado, porque a seguir é o Filho apresentado como um Cordeiro tendo sido morto. O livro que São João viu aqui continha a revelação das cenas que deviam ocorrer na História da Igreja até o fim dos tempos.

O "estar na mão do que estava sentado no trono" pode significar que somente Deus tem conhecimento do futuro, a não ser que se deseje revelar. Explicitamente Jesus declarou no Evangelho: "Só Deus o sabe; só o Pai o sabe; nem o Filho o pode saber". Evidentemente, os livros usados no tempo do Apocalipse não podiam ter o formato dos livros de hoje. Não consistiam de uma série de folhas cosidas em cadernos especiais como hoje, mas eram compostos de uma ou mais tiras de pergaminho ou de outro material qualquer, mais ou menos compridas e todas enroladas, daí a expressão: "como um livro que se enrola" (também no Apocalipse).

 Aliás, a esse propósito, Wesley  observa o seguinte: 

"Os livros usados pelos antigos não eram como os nossos, mas eram volumes ou longos pedaços de pergaminhos enrolados num comprido pau, como frequentemente nós enrolamos as sedas. Mas este estava selado com sete  selos,  não  que  o  Apóstolo  visse  todos  os  selos  de uma vez só,



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