A menção do período durante o qual a
"mulher" é alimentada no deserto, como "um tempo, dois tempos
e metade de um tempo", segundo a
fraseologia exata empregada no livro de Daniel, capítulo 7, versículo 25, no
Velho Testamento da Bíblia Sagrada, fornece uma chave para a explicação
da última passagem, porque
o mesmo período
é chamado (no versículo 6 deste
Apocalipse, capítulo 12) mil duzentos e sessenta dias.
Que é que isto prova? Prova que um
tempo significa um ano, ou seja 360 dias; dois tempos são dois anos ou 720
dias; meio tempo (ou meio ano), são 180 dias, perfazendo um total de 1260 dias.
E sendo isto simbólico, significa, literalmente, 1260 anos.
"A serpente
lançou de sua boca, água como um rio para arrebatar a Igreja."
Por suas falsas doutrinas o cesarismo
romano corrompeu, de tal maneira, todas as nações que dominou absolutamente, ou
melhor, com absolutismo total durante longos séculos, todo o poder civil. Por seu intermédio Satanás pôde
arremessar uma poderosa torrente de perseguição contra a Igreja em todas as
direções, e não foi vagaroso em fazê-lo. De 50 a 100 milhões foram arrebatados
pela torrente, mas a Igreja não foi tragada por completo: seus dias foram
abreviados por causa dos eleitos, a eterna advertência de Jesus no seu
Evangelho segundo São Mateus, capítulo 24, versículo 22.
"E a terra
ajudou a mulher abrindo a sua boca e engolindo o rio."
A Reforma do século XVI começou sua
obra notável. O livre exame rebentando os grilhões do absolutismo religioso, o
império da treva internacional, Deus suscitou Martinho Lutero e seus
colaboradores para exporem o verdadeiro caráter do cesarismo clerical com a
venda das indulgências, quebrando o poder com que a superstição vinha
escravizando a mente das massas. Lutero afixou suas teses na porta da igreja de
Wittenberg, e a pena com que as escreveu, segundo o simbólico sonho de Friedrich
da Saxônia, percorreu o continente e abalou a tríplice coroa que estava sobre a
cabeça papal.
Alguns príncipes começaram a desposar
a causa dos reformadores, foi o alvorecer da liberdade religiosa que ainda não
existe completamente, vejam bem. Enfim, Deus não deixou que as trevas tragassem
o fulgor da sua Igreja. Tetzel (Johann), o mercador das indulgências, impava e
rugia de cólera, Leão (papa) vociferava
raivoso, mas tudo embalde, o encanto estava quebrado, os homens viam as
bulas e anátemas caírem inofensivas aos seus pés à medida que ousavam inverter
o direito recebido de Deus para regular a sua consciência pela Palavra Divina.
Era o fim do crê ou morre, era o fim da inquisição espiritual.
Multiplicaram-se os defensores da
verdadeira fé. Em breve houve suficiente terreno na Suíça, na Alemanha, na
Holanda, na Inglaterra, Noruega, Suécia, França, para engolir o rio da fúria
papalina e lhe tirar o poder de danificar a Igreja do Cristo Jesus.
E, assim, "a terra" ajudou "a mulher" e tem continuado a ajudá-la até hoje,
nutrindo o espírito da Reforma e da liberdade religiosa pelas principais nações
da cristandade. Foi na França, em 1857, que nasceu a Reforma da reforma com
esse grande missionário Allan Kardec, coadjuvado por tantos espíritos de luz:
Flammarion, León Denis, Gabriel Delanne, Charles Richet, e tantos outros. Mas o "dragão" ainda não cessou a sua obra, tem de cumprir o seu papel
até o final do ciclo.
No versículo 17, apresenta outra
explosão final da sua fúria, e desta vez contra a última geração de cristãos
que vão viver na terra. Vejam como isto é importante! Jesus, no seu Evangelho,
declarou: "Em verdade eu vos digo, que esta geração não sairá da terra até
que tudo isto se cumpra",
e aí está a verdade da reencarnação. Todos aqueles que estavam lá, no seu
tempo, estão aqui outra vez. Já reencarnaram muitas vezes e vão até o final
deste ciclo. Estão todos aí, todos dentro da profecia do próprio Cristo
Planetário. Isto é muito importante!
Nós dizemos a última geração, porque a
guerra do "dragão" é dirigida contra "o resto da semente da mulher", isto é, o resto da semente ou
dos indivíduos que constituem a verdadeira Igreja de Cristo Jesus. É só a última
geração que pode, com verdade, ser representada como o resto desta semente, e é
correta a interpretação de que já alcançamos a geração que vai testemunhar o
fim das cenas do mundo.
Esta guerra contra a Igreja não pode estar num futuro
muito longínquo. Veja quem tem olhos de ver! Este resto é bem caracterizado
pela guarda dos Mandamentos de Deus e pela posse efetiva do Novo Mandamento de
Jesus. Quem cumpre o Novo Mandamento, cumpre os Dez daquele Decálogo dado a
Moisés no Sinai pelo próprio Jesus, porque nunca ninguém viu o Criador Eterno.
Não é dado a homem nenhum vê-Lo antes de
se integrar como Jesus, ao dizer: "Eu e o Pai somos um". Moisés nunca viu o Deus
Todo-Poderoso. Aquele Jeová era Jesus,
saibam ou não saibam, queiram ou não queiram todos os professores de religião.
Aquele Jeová, aquele Javé, era Jesus. Este sim, este Moisés viu e todos os
eleitos viram que é o Cristo de Deus.
Mas, continuando, tudo isto indica que
nos últimos dias se realizará a restauração do sábado do Senhor Deus, do Quarto
Mandamento do Decálogo, porque só acerca do sábado, pertencente aos legítimos Mandamentos
que estão na Bíblia, há uma diferença de fé e prática entre os que aceitam o
Decálogo como a Lei Moral de Deus. Veremos
isto, minuciosamente, na mensagem deste Apocalipse no seu capítulo 14,
versículos 9 a 12.
E como escreve um grande intérprete
protestante, um dos pastores mais estudiosos do Apocalipse: "Talvez, diz ele, vem a propósito notar que segundo
o testemunho deste capítulo, três poderes são utilizados por Satanás para levar
avante a sua obra iníqua, a sua perseguição sem quartel, e, por isso, se fala
de todos como sendo o "dragão", visto que é o agente inspirador de
todos estes espíritos do mal".
São eles, portanto: primeiro - a Roma
pagã; segundo - a Roma religiosa; terceiro - o animal de duas pontas.
Mas quem será este animal de duas
pontas?
Pasmem!
Mas é o governo dos Estados Unidos sob a influência de um protestantismo
apóstata, que é o principal agente, como vamos ver da guerra aos que guardam os
Mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus. É o que vamos ver logo a
seguir. Meditem, porque isto é muito importante! Chega de futilidades, meninos!
Jesus está voltando, está chegando a hora da sentença final!
Capítulo 13, versículos 1 a 10:
"E eu me pus
sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez
pontas, e sobre as suas pontas, dez diademas e, sobre as suas cabeças, um nome
de blasfêmia. E a besta que eu vi era semelhante ao leopardo, seus pés eram
como de um urso e sua boca como a de leão. E o dragão lhe deu o seu poder, e o seu trono e
grande poderio. E vi uma das suas cabeças como ferida de morte, sua chaga
mortal fora curada; e toda terra se maravilhou após a besta, e adoraram o
dragão que deu à besta o seu poder, e adoraram a própria besta, dizendo: Quem é
semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra a besta? E foi-lhe dada uma
boca para proferir grandes coisas e blasfêmias, deu-se-lhe poder para continuar
por quarenta e dois meses; e abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar
do seu santo nome, do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. Foi-lhe
permitido fazer guerra aos santos e vencê-los. Deu-se-lhe poder sobre toda tribo, e língua, e
nação; e a adoraram todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão
escritos no livro da vida do Cordeiro de Deus, que foi morto desde a fundação
do mundo. Se alguém tem ouvidos, ouça. Se alguém leva em cativeiro, irá em
cativeiro, se alguém matar à espada, necessário será que seja morto pela
espada. E aqui está a paciência, a fé dos santos de Deus."
O "mar" é um símbolo de
povos, de multidões de nações e línguas (ver o Apocalipse, capítulo 17,
versículo 15).
Uma "besta" é o símbolo
bíblico de uma nação ou poder injusto representado, por vezes, apenas no poder
civil, por vezes, o eclesiástico relacionado com o poder civil. Sempre que se
vê uma "besta subir do mar", quer dizer que o poder se levanta de um
território densamente povoado.
E se os "ventos" são
representados como soprando sobre o mar (como está no profeta Daniel, capítulo
7, versículos 2 e 3), então são indicadas comoção política, contenda civil,
revolução.
Pelo "dragão", do capítulo
anterior, e a primeira "besta" deste capítulo, cujo é apresentado o
poder romano como um todo em suas duas fases: pagã e religiosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário