Substância que se
supõe não ser possuída pela alma imaterial, tal como nós a compreendemos.
Podemos considerar a palavra "alma", empregada aqui, no simples
significado de "mártires", aqueles que foram mortos pelo testemunho
da Palavra de Deus, os que não se venderam aos cesaristas romanos, aos
prepotentes do fanatismo cego e assassino, aqueles que foram trucidados,
queimados vivos.
Sendo as palavras "almas dos
que foram mortos"
uma perífrase referindo-se a pessoa completa, foram apresentadas a São João
como tendo sido mortas sobre o altar do sacrifício inquisitorial. Do sacrifício
imposto pela ignorância e pela maldade na própria terra, estando mortas debaixo
dele (debaixo dele: altar do sacrifício). Certamente não estavam vivas quando
João as viu debaixo do quinto selo, porque de novo traz à cena o mesmo grupo em
quase idêntica linguagem, e nos assegura que, depois do seu martírio, apenas
estão vivas por altura da ressurreição dos justos.
Onde está isso na
Bíblia? Neste mesmo Apocalipse capítulo 20, versículos 4 a 6. E havendo ali como vítimas da sanguinolência e da opressão, clamaram a Deus por vingança do mesmo modo que
o sangue de Abel clamou a Deus no céu, desde a terra, contra Caim (Moisés, livro
do Gênesis, capítulo 4, versículo 10).
Finalmente, ponto 4:
"As
vestes brancas":
Estas foram dadas como resposta parcial ao seu clamor: "Até quando,
ó verdadeiro e santo dominador, não julgas o nosso sangue".
O que aconteceu? É
o que vamos ver agora, continuando esta explicação do principal livro da
Bíblia, exatamente o último. É chegada a hora desse livro ser explicado, não
somente ao Brasil, mas também ao mundo inteiro, porque JESUS ESTÁ VOLTANDO. E
os que estão governando o Brasil estão preparados para receber o Supremo
Governante do Brasil? E os chefes de todas as nações estão preparados para O
receber? Meditem, por que JESUS
ESTÁ VOLTANDO!
Capítulo 6,
versículos 11 a 17: Dando prosseguimento à explicação das vestes brancas,
fizemos notar que estas foram dadas como resposta parcial ao clamor dessas
almas. Até quando? "Até quando ó verdadeiro e santo dominador, não julgarás e vingarás
o nosso sangue"?
Que aconteceu? Tinham descido à
sepultura de modo infamante e ignominioso. Suas vidas tinham sido deformadas,
suas reputações foram denegridas por ordem dos
donos do mundo, dos falsos donos da religião. Foram difamados os seus
nomes (como ainda fazem com o Irmão Zarur pelo crime de pregar a Verdade que
incomoda a todos eles, fariseus, tartufos, de todos os tempos da humanidade).
Suas sepulturas cobertas de vergonha e de opróbrio (injúria) como se
enterrassem as cinzas desonradas das pessoas vis e desprezíveis, mas acontece
que os desprezíveis são, às vezes, os santos, e os que parecem santos é que são
desprezíveis. Quem é santo não parece, quem não é parece ser.
E assim, o cesarismo
romano que então moldava o sentimento das principais nações deste mundo, não
poupava esforços para tornar as suas vítimas um objeto de aversão para toda a
carne. Mas a Reforma começou a sua obra; começou a se ver que a igreja era
corrupta, e aqueles contra quem fulminara sua ira, eram os bons, os puros e
verdadeiros, e, então, se fez luz a esse respeito em várias nações. Viu-se,
então, que tinham sofrido, não por serem vis criminosos, mas por amor da Palavra de Deus, por amor do testemunho de
Cristo Jesus; e é este o meu caso: perseguido, até hoje, pelos filhos da treva.
Então seus louvores foram cantados, admiradas foram suas virtudes, aplaudida
sua fortaleza, honrados os seus nomes, respeitadas as suas memórias, porque
nunca é tarde para se reabilitar alguém diante da humanidade, mas só
se reabilitam os que estão reabilitados diante do divino
julgamento. Aos homens é possível enganar, mas é impossível enganar a Deus.
Então por todas estas razões foram dadas vestes brancas a cada um deles.
Finalmente: "um pouco de
tempo":
Que significa isso aqui: "um pouco de tempo"?
A obra cruel do
romanismo não cessou mesmo depois de se espalhar e estabelecer a Reforma
Protestante. A Igreja devia experimentar, ainda, não poucas explosões terríveis
de ódio e perseguição do cesarismo clerical, multidões de pessoas teriam de ser
punidas, ainda, como heréticas, deviam enfrentar o tribunal da inquisição.
Santa inquisição! Santo Deus! Quantos mártires?! Quantos mártires pelo
testemunho de Cristo Jesus foram julgados heréticos?! A vingança completa da sua
causa havia de ser retardada por um pouco de tempo.
Eis aqui a explicação: "um pouco de
tempo".
Roma acrescentou centenas de milhares à vasta multidão de cujo sangue já se
tinha tornado culpada diante de Deus, mas, o espírito de perseguição estava,
finalmente, restringido; a causa dos mártires estava vingada e "o pouco de
tempo",
do quinto selo, graças a Deus, estava prestes a terminar.
Ainda hoje não há
liberdade de consciência no Brasil; se alguém se atrever a pregar a Verdade é
logo perseguido pela igreja que governa o governo. Quem disser que isto não é
verdade, mente diante de Deus, e vai responder por isto diante de Deus. A
igreja governa o governo, e, entretanto, a igreja tem de estar separada do
Estado. O Estado não pode ser governado
por nenhuma igreja: quem governa o governo está passando dos limites, e o
governo só faz o que a igreja manda. Quem disser que isto não é verdade, não
conhece o Brasil e a realidade nacional. Só a Verdade ficará de pé, se alguém
estiver com a Verdade nada tem a temer.
Capítulo 6, versículos
12 a 17:
"E
havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra,
e o sol se tornou negro como um saco de silício, a lua se tornou como sangue,
as estrelas do céu caíram sobre a terra como quando a figueira lança de si seus
figos verdes abalados por um vento forte, e o céu se retirou com um livro que
se enrola. Todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. Os reis da
terra, e os grandes, os ricos, os tribunos, os poderosos, e todo servo, e
todo livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas e diziam
aos montes e
aos rochedos: Tombai sobre nós,
escondei-nos do rosto daquele que está sentado sobre o trono, escondei-nos da
ira do Cordeiro de Deus, porque é chegado o grande dia da sua ira; quem poderá
sobreviver?"
Tais são as solenes
e sublimes cenas que ocorrem debaixo do sexto selo, e o pensamento que deve
despertar em cada coração, o interesse pelas coisas de Deus. É a consideração
de que estamos a viver no meio dos momentosos acontecimentos deste selo. Parece
incrível, mas é verdade!
Entre o quinto e o sexto selo aparece uma súbita e
completa mudança de linguagem. Eminentemente figurada que era, já apareceu
aqui, ao pé da letra, visível, palpável, compreensível. Seja qual for a causa
desta mudança, a própria mudança não pode ser negada. Por nenhum princípio de
interpretação, a linguagem dos selos precedente pode ser literal, do mesmo modo
que a deste não pode ser figurada, temos, portanto, que aceitar a mudança.
Há um grande fato
para o qual desejamos chamar a atenção de todos. No período abrangido por este
selo é que as porções proféticas da Palavra de Deus deviam ser desseladas.
Muitos correriam de uma parte para outra, ou dariam atenção ao conhecimento
destas coisas, devendo, assim, aumentar muito o conhecimento desta parte da
Palavra de Deus. É que, talvez por este motivo, que se dá aqui a mudança da linguagem em que
os acontecimentos deste selo, ocorrendo num tempo em que estas coisas deviam ser plenamente compreendidas,
não estão ocultos em figuras, mas nos são representados numa linguagem clara,
inequívoca, indiscutível.
O primeiro
acontecimento deste selo, talvez mesmo o que assinala a sua abertura, é um
grande terremoto. Como o mais possível cumprimento desta predição temos que
apontar aquele grande terremoto de Lisboa, aquele grande terremoto de 1º de
novembro de 1755, porque este terremoto se fez sentir numa extensão de, pelo
menos, quatro milhões de milhas quadradas. Os seus efeitos se estenderam até as
águas em muitos lugares onde o abalo não foi perceptível, e se fez sentir na
maior parte da Europa, África e América. Mas sua maior violência se exerceu na
parte Sudoeste da primeira (Europa), na África este terremoto foi sentido com
quase tanta violência como em Portugal. Grande parte de Argel foi destruída,
muitas casas ruíram em três minutos e meio, multidões ficaram sepultadas
debaixo das ruínas. Efeitos semelhantes se observam no Marrocos, seus vestígios
foram igualmente deixados em Tanger, Tetuan no Funchal, e é possível que toda
África tenha sido abalada. Para o Norte se estendeu até a Noruega e até a
Suécia. A Alemanha, a Holanda, a França, a Grã Bretanha, a Irlanda foram, mais ou
menos, agitadas pela
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