Quando só é apresentado uma
proclamação, pura e simples, sem incluir a experiência particular para que a
Igreja tenha de passar em relação a ela mesma, podem ser usados anjos como
símbolos para representar os ensinadores religiosos, os pregadores que proclamam esta mensagem, como no Apocalipse,
capítulo 14. Mas quando tem de ser apresentado alguma experiência particular,
o caso é manifestamente diverso. Vinha, mais a propósito, que fosse apresentada
na pessoa de algum membro da família humana, por isso é que João foi chamado a
desempenhar um papel nesta representação simbólica.
Ora, sendo este o caso, o anjo que
aqui apareceu ao vidente e psicógrafo da ilha de Patmos pode representar
aquele divino mensageiro, que na ordem observada em toda Obra de Deus, tenha a
seu cargo esta mensagem, ou pode ser aqui introduzido com o fim de representar
a natureza da mensagem, a origem de onde ela procede. Não poucos que vivem
hoje, já verificaram em sua própria experiência, uma impressionante exatidão no
cumprimento destes versículos: na alegria com que receberam a mensagem da
imediata segunda vinda do Cristo, a doçura das preciosas verdades então
apresentadas, e a tristeza que se lhe seguiu quando no tempo esperado, Jesus
não veio, mas enviou o ESPÍRITO DE VERDADE, o ESPÍRITO SANTO, o PARÁCLITO.
Um erro que aparentemente envolvia a
integridade do livrinho: "eles estavam comendo", isto é, assimilando os seus ensinamentos. O que tinha
sido como um mel para o seu paladar tornou-se, de repente, amargo como fel e absinto, mas os que tiveram
paciência para suportar (por assim dizer) o processo digestivo, verificaram, em
breve, que o erro apenas tinha sido de tempo. Não era hora ainda de Jesus
voltar, mas cumpriu o que prometera aos seus apóstolos, finalmente, enviar o
ESPÍRITO DA VERDADE para Lhe preparar os caminhos. Seria melhor que Jesus
viesse em pessoa, seria muito melhor que vir o ESPÍRITO SANTO, como veio.
Mas
se ainda não era hora de Jesus chegar, então surgiu a CODIFICAÇÃO DE ALLAN
KARDEC e se derramou o ESPÍRITO DE DEUS por toda a Humanidade, como na profecia
de Joel. Isto é muito importante! O alimento não era para a morte, mas era para
a vida. Basta ver os mesmos fatos apresentados debaixo de uma figura semelhante
no livro do profeta Jeremias (capítulo 15, no Velho Testamento).
No versículo 11, no capítulo 10, deste
Apocalipse:
"E ele disse:
Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e
reis."
Ora,
São João, ou João simplesmente, como representante da Igreja Universal, recebe
aqui, do anjo, outra missão. Outra mensagem deve seguir-se depois do tempo
de terem cessado
a primeira e segunda
mensagem como proclamações principais. Noutros termos: temos, aqui, uma profecia da mensagem do terceiro anjo,
atualmente, segundo vemos, em processo de cumprimento. Esta Obra não será feita
a um canto; deve ser levada perante
muitos povos, e nações, e línguas e reis (confrontar a respeito, o capítulo
14).
Mas há um detalhe muito interessante:
é que o número sete tem uma incidência tremenda neste Apocalipse (são os sete
anjos, sete trombetas, sete castiçais, sete igrejas). Pois bem, vamos fazer,
aqui, um cálculo numerológico: o Apocalipse vai até o fim do ciclo. Todos
supunham que Jesus voltaria até 1857 - em 1857 veio o ESPÍRITO DE VERDADE, ou
PARÁCLITO, o CONSOLADOR - pois bem, a diferença de 1857 a 1999 é de 142 anos.
Somando 142 anos temos mais uma vez o número 7. É batata, como diz o povo. O
número 7 marca todo este Apocalipse, veja quem tem olhos de ver, e ouça quem
tem ouvidos de ouvir.
É no capítulo 11 onde vamos encontrar
as "duas testemunhas".
Que "testemunhas" são essas?
Vejamos versículos 1 e 2 do capítulo
11:
"Foi-me dada
uma cana semelhante a uma vara, e chegou o anjo, e disse: Levanta-te, mede o
templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram; e deixa o átrio que está fora
do templo e não o meças não, porque foi dado aos gentios, e pisarão a cidade
santa por quarenta e dois meses."
Como se vê, temos aqui a continuação
das instruções que o anjo começou a dar a São João no capítulo anterior, por
isso mesmo estes versículos pertencem, com razão, a esse capítulo, e não deviam
estar separados pela presente divisão. No último versículo do capítulo 10, o
anjo confiou a São João, como representante da Igreja do Cristo, uma missão
nova. Noutros termos, como já vimos, temos nesse versículo uma profecia da
mensagem do terceiro anjo. Segue-se, agora, o testemunho mostrando de que
natureza deve ser essa mensagem: está relacionada com o Templo de Deus no céu, e
tem o propósito de habilitar uma classe de pessoas para adorarem nele. O Templo, aqui, não pode significar Igreja, porque a Igreja é apresentada em relação com
este Templo, constituindo os que nele adoram. O Templo é, portanto, o Templo
literal no céu. Os adoradores são a verdadeira Igreja de Deus neste mundo. Mas,
sem dúvida, estes adoradores não devem ser medidos no sentido de verificar a
altura, a circunferência de cada um em metros e centímetros: devem ser medidos
como adoradores de Deus em espírito e verdade, porque muitos adoram sem saber
adorar.
E o caráter só pode ser medido por
algum padrão de justiça, a saber: UMA LEI ou UMA REGRA DE AÇÃO. Somos, assim, levados à conclusão de que os
DEZ MANDAMENTOS, o padrão que Deus nos deu para medir o dever de todo homem
estão incluídos na "vara de medir"
posta pelo anjo nas mãos de João, o Evangelista, e, no cumprimento desta
profecia esta mesma lei foi posta sob a terceira mensagem, nas mãos da Igreja. Este
é o padrão pelo qual os adoradores de Deus devem ser aferidos, medidos,
avaliados: pelo valor espiritual.
Depois de ver o que deve medir (os que
adoram no templo), perguntamos: Que quer dizer "medir o templo"?
Para medir algum objeto se requer que
prestemos atenção especial a esse objeto, assim, indubitavelmente, a ordem para
se levantar e medir o Templo de Deus é uma ordem profética dada à Igreja para
fazer, do assunto do Templo ou do Santuário, um exame especial.
Mas, como há de
ser feito isto com uma vara de medir dada à Igreja?
Só com os DEZ MANDAMENTOS não o
podíamos fazer. Quando, porém, tomamos toda
e mensagem somos levados por ela a um exame do Santuário Celestial,
relacionando com ele os MANDAMENTOS DE DEUS e a ministração do Cristo. Concluímos,
daqui, que a vara de medir, tomada como um todo, é a mensagem especial agora
dada à Igreja, que abrange as grandes verdades particulares a esse tempo,
incluindo os Dez Mandamentos da Lei de Deus. Por esta mensagem foi chamada a nossa atenção para o Templo
Celeste. Por ela veio a Luz, a Verdade sobre este assunto.
Assim medimos o Templo e o altar, ou a
ministração relacionada com o Templo, a Obra e a posição do nosso incomparável
Sumo Sacerdote, que é Jesus. E medimos os adoradores com a parte da vara que se
refere ao caráter, a saber: os DEZ MANDAMENTOS (estão ou não estão sendo
cumpridos pelo que se diz Cristão?).
"Deixa o
átrio que está fora do templo" - É o mesmo que dizer: A atenção da Igreja é agora dirigida
para o Templo interior e para o serviço ali realizado. Os assuntos pertencentes
ao átrio são, agora, de menos importância: ele é dado aos gentios. É, a seguir, dirigida para a condição
da Palavra de Deus, da Verdade e da Igreja. Durante esse tempo, assim, por uma
transição natural e fácil, regressamos
ao passado, e é chamada a nossa atenção para uma nova série de acontecimentos.
Já disse aqui, muitas vezes, que não é
nosso propósito ferir crença alguma. Não estamos aqui para desrespeitar nenhuma
religião, mas estamos dando o Apocalipse pelo critério histórico-profético,
então temos que ouvir os depoimentos dos maiores historiadores integrados na
interpretação do Apocalipse. E, aqui prá nós, nenhum nos satisfaz, mas,
historicamente, todos satisfazem, e são unânimes em concordar nesse ponto: que a
igreja Católica se excedeu demasiadamente
em todos esses períodos de treva, principalmente na Idade Média.
Desejamos que a igreja melhore, cada
vez mais, para cumprir a sua missão, mas
se o que se passou estiver errado, tem que estar errado diante de todos nós.
Todos cometem seus erros, toda doutrina tem suas mazelas, não estamos aqui para isentar nenhuma. Só uma RELIGIÃO é
perfeita: é a do NOVO MANDAMENTO. Mas, esta não é ministrada por nenhuma igreja
cá de baixo, particular, exclusivista. Ela é a IGREJA orientada por Deus, pelo
Cristo e pelo Espírito Santo. Mas, homem nenhum administra, homem nenhum vai
regulamentar coisa nenhuma! E, onde o homem põe a mãozinha, infelizmente,
emporcalha tudo. Ah! Isso, homem nenhum fará na RELIGIÃO DO NOVO MANDAMENTO.
Esta é a RELIGIÃO DE DEUS PARA TODA A ETERNIDADE.
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