Por isso, ambos estes símbolos têm sete
cabeças e dez pontas ou dez chifres, temos que ver, a propósito, o capítulo 17,
versículo 10. A besta de sete cabeças e dez pontas ou, mais brevemente, o
leopardo aqui apresentado, simboliza um poder que exerce tanto a autoridade
eclesiástica quanto autoridade civil. Ora, este ponto é de bastante importância
para justificar a apresentação de alguns argumentos persuasivos que vão provar.
A cadeia profética a que se refere
estes símbolos, se prendem a este símbolo e começa com o capítulo 12. Os
símbolos de governo terrestre, abrangidos pelas profecias, são: o dragão do
capítulo 12; a besta semelhante ao leopardo; e a besta de duas pontas (do
capítulo 13º). A mesma cadeia profética, evidentemente, continua até o capítulo
14, terminando com o versículo 5 deste capítulo. A começar, portanto, com o
versículo 1º do capítulo 12 até o versículo 5 do capítulo 14, temos uma cadeia
profética distinta e completa em si mesmo. Cada um dos poderes aqui
introduzidos e representados como perseguindo, ferozmente, a Igreja de Deus.
A cena abre com a Igreja simbolizada
numa mulher, ansiosamente aguardando que se cumprisse a promessa de que (a
semente da mulher) o Senhor da Glória,
Jesus, o Cristo, apareceria, finalmente, entre os homens. Ora, o
"dragão" se pôs diante da mulher para tragar o seu filho, para matar
o seu filho. Seu mau intento foi contrariado e o filho foi arrebatado para Deus e para o
seu trono.
Segue-se, então, um
período em que a Igreja (do Cristo) sofre
uma dura opressão do poder representado pelo "dragão", e, embora,
nesta parte da cena o profeta olha de passagem para o futuro, quase até o fim,
porque todos os inimigos da Igreja haviam de atuar pelo espírito do "dragão" (no versículo 1
do capítulo 13), retrocedemos ao tempo em que o "leopardo" (o
sucessor do "dragão") começa a sua carreira. E é, exatamente, este
poder (notem bem!) o sucessor do "dragão", que durante o longo
período de 1260 anos a Igreja (do Cristo) sofre guerra e perseguição.
Seguindo-se a este
período de opressão, a Igreja (do Cristo) tem outro conflito breve, mas agudo, tremendo,
com a "besta de duas pontas" (observação: isto vai acontecer nos
últimos três anos e meio). Vem depois a libertação, e a profecia termina com a
Igreja levada, em plena segurança, através de todas as perseguições; a Igreja vitoriosa com o Cordeiro de
Deus no Monte Sião, graças a Deus, pela segura promessa da vitória final com o
segundo advento de Jesus; com a volta triunfal de Jesus a esse mundo de trevas.
O único caráter que se manifesta
sempre o mesmo em todas estas cenas, e cuja história é o tema principal através
de toda a profecia, é a IGREJA DE DEUS, a Igreja do Novo Mandamento, os puros,
os que amam e sofrem em silêncio, mas Deus sabe onde eles estão. Por mais
escondidos que estejam Deus sabe onde eles estão, os verdadeiros integrantes da
IGREJA DE DEUS. São humildes, desprezados,
escarnecidos, mas Deus sabe onde eles estão. Parece que não valem nada, são
jogados às baratas, mas Deus sabe onde eles estão. Dentro daqueles corpos
humildes estão espíritos de uma luz indescritível, de uma grandeza inenarrável.
São os que amam e sofrem por amor à Humanidade, por amor a Deus.
E os outros
caracteres são os seus perseguidores; são apresentados simplesmente como tais e, aqui, como questão preliminar vamos
fazer a pergunta: Quem é que guerreia, sempre, contra a verdadeira RELIGIÃO?
É a religião falsificada, entronizada no poder da força bruta: do crê ou morre. Quem jamais ouviu que o simples poder civil, de qualquer nação, tenha perseguido o POVO DE DEUS, a IGREJA DE DEUS?
Os governos podem guerrear contra
outros governos para vingar alguma afronta, real ou imaginária, para conquistar
territórios e exceder o seu poderio; isto aconteceu na história, guerrearam
tantas vezes algumas nações contra os judeus e contra outras nações, mas os
governos não perseguem (notem bem!), não perseguem ninguém por causa de
religião, a não ser instigado por algum sistema religioso oposto ou hostil. Entenderam bem?
O governo faz o que esses padres
querem, padres de todas as igrejas, sacerdotes de todas as igrejas. Eles têm
espírito de mulher, fazem campanha ao pé do ouvido, por isso eles pegam a
mulher, porque através da mulher vão aos políticos que mandam nos países. Por
isso já estão com a aparência de mulher, verdadeiras mulheres, espiritualmente
falando. De homens não têm
nada, são da fofoca, são do fuxico, do cochicho ao pé do ouvido. Uma
raça perigosa que vai ser exterminada neste final de ciclo.
Mas os poderes apresentados nesta
profecia (o "dragão", a "besta semelhante ao leopardo" e a
"besta de duas pontas") são todos eles poderes perseguidores natos,
vivem de perseguir, de subjugar, de matar todos os verdadeiros seguidores do
Cristo que aparecem no mundo, porque eles não querem a vitória da Verdade; eles
aborrecem a luz, eles querem a treva; na treva se sentem bem.
Pois bem, são atuados pela fúria, por
uma inimizade congênita contra o POVO DA VERDADE, contra a IGREJA DA VERDADE, e
este fato constitui, por si mesmo, uma prova bastante persuasiva de que em cada
um destes poderes, o elemento eclesiástico ou religioso, é o poder instigador, é
a mão boba, é a mão por baixo. Nunca aparece a sua culpa, aparece a política
como culpada, os militares como culpados. E ela está lá, com a mão boba e a
cara de pau.
Mas quem é que pode enganar a Deus? O que adianta enganar aos
homens se a Deus ninguém engana? Pois vão prestar contas a Deus!
Preparem-se porque Jesus vem para
isso. Desta vez os sacerdotes, inclusive o sumo sacerdote, não vão crucificar
Jesus como da primeira vez. Desta vez Jesus vem para separar os bons e os maus (o Cristo e anticristo). E o
anticristo está, exatamente, no lugar santo: é a desolação da abominação no lugar santo, como escreveu o
profeta Daniel, e Jesus o recordou na sua passagem, pessoalmente, a estes
homens da terra.
Estamos na figura do "dragão
apocalíptico". Afinal, que
simboliza ele? A resposta exata é o Império Romano, mas, evidentemente, isso
não basta. Ninguém ficaria satisfeito com essa resposta, ela deve ser mais bem
definida. Devemos, então, acrescentar o Império Romano na sua forma pagã.
É o que todos concordam, mas, logo que
dizemos pagã, apresentamos o elemento religioso, porque o paganismo é um dos
mais vasto sistema de religião falsificada que Satanás inventou. O "dragão" é, portanto, um poder eclesiástico
que a própria característica pela qual se distingue é um sistema falso de
religião.
O que foi que levou o "dragão" a perseguir a Igreja do Cristo de
Deus? Porque o Cristianismo prevalecia contra o paganismo dissipando as suas
superstições, destruindo seus ídolos, esvaziando seus templos. Foi atingido o
elemento religioso desse poder, daí a perseguição um resultado natural.
Chegamos, então à "besta
semelhante ao leopardo"
do capítulo 13. O que é que ele simboliza? A resposta ainda é o Império Romano.
Mas o "dragão" simbolizava o Império Romano, e por que não o
representa ainda o mesmo símbolo?
É que houve uma mudança no caráter
religioso, e esta besta simboliza Roma na sua fase pretensamente cristã, e é esta
mudança de religião, somente ela, que torna necessária uma mudança no símbolo. Esta
besta difere apenas do "dragão" por apresentar um aspecto religioso
diferente, por isso mesmo seria errado afirmar que representa apenas o poder
civil de Roma. A esta besta dá o "dragão" a sua sede, o seu poder e
grande autoridade.
Que poder sucede a Roma pagã? Todos
nós sabemos quem foi a Roma papal, não interessa, para o nosso fim, quando ou
com que meio se operou esta mudança. O grande fato patente, reconhecido por todos,
é que a seguinte grande fase do Império Romano, depois da sua forma pagã, foi
exatamente esta: Papal.
Não seria correto, portanto, afirmar
que Roma pagã deu a sua sede e seu poder a uma forma de governo meramente
civil, sem nenhum elemento religioso. Nenhum esforço de imaginação pode
conceber semelhante translação deste Apocalipse, mas duas fases do Império
estão, aqui, bem caracterizadas, são bem reconhecidas: na profecia Roma é pagã
até que Roma seja papal.
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