segunda-feira, 1 de julho de 2019


Por isso, ambos estes símbolos têm sete cabeças e dez pontas ou dez chifres, temos que ver, a propósito, o capítulo 17, versículo 10. A besta de sete cabeças e dez pontas ou, mais brevemente, o leopardo aqui apresentado, simboliza um poder que exerce tanto a autoridade eclesiástica quanto autoridade civil. Ora, este ponto é de bastante importância para justificar a apresentação de alguns argumentos persuasivos que vão provar.

A cadeia profética a que se refere estes símbolos, se prendem a este símbolo e começa com o capítulo 12. Os símbolos de governo terrestre, abrangidos pelas profecias, são: o dragão do capítulo 12; a besta semelhante ao leopardo; e a besta de duas pontas (do capítulo 13º). A mesma cadeia profética, evidentemente, continua até o capítulo 14, terminando com o versículo 5 deste capítulo. A começar, portanto, com o versículo 1º do capítulo 12 até o versículo 5 do capítulo 14, temos uma cadeia profética distinta e completa em si mesmo. Cada um dos poderes aqui introduzidos e representados como perseguindo, ferozmente, a Igreja de Deus.

A cena abre com a Igreja simbolizada numa mulher, ansiosamente aguardando que se cumprisse a promessa de que (a semente da mulher)  o Senhor da Glória, Jesus, o Cristo, apareceria, finalmente, entre os homens. Ora, o "dragão" se pôs diante da mulher para tragar o seu filho, para matar o seu filho. Seu mau intento foi contrariado  e o filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.

Segue-se,  então,  um período em que a Igreja (do Cristo)  sofre uma dura opressão do poder representado pelo "dragão", e, embora, nesta parte da cena o profeta olha de passagem para o futuro, quase até o fim, porque todos os inimigos da Igreja haviam de atuar pelo  espírito do "dragão" (no versículo 1 do capítulo 13), retrocedemos ao tempo em que o "leopardo" (o sucessor do "dragão") começa a sua carreira. E é, exatamente, este poder (notem bem!) o sucessor do "dragão", que durante o longo período de 1260 anos a Igreja (do Cristo) sofre guerra e perseguição. 

Seguindo-se a este período de opressão, a Igreja (do Cristo) tem outro conflito breve, mas agudo, tremendo, com a "besta de duas pontas" (observação: isto vai acontecer nos últimos três anos e meio). Vem depois a libertação, e a profecia termina com a Igreja levada, em plena segurança, através de todas as perseguições; a Igreja vitoriosa com o Cordeiro de Deus no Monte Sião, graças a Deus, pela segura promessa da vitória final com o segundo advento de Jesus; com a volta triunfal de Jesus a esse mundo de trevas.

O único caráter que se manifesta sempre o mesmo em todas estas cenas, e cuja história é o tema principal através de toda a profecia, é a IGREJA DE DEUS, a Igreja do Novo Mandamento, os puros, os que amam e sofrem em silêncio, mas Deus sabe onde eles estão. Por mais escondidos que estejam Deus sabe onde eles estão, os verdadeiros integrantes da IGREJA DE DEUS. São humildes, desprezados, escarnecidos, mas Deus sabe onde eles estão. Parece que não valem nada, são jogados às baratas, mas Deus sabe onde eles estão. Dentro daqueles corpos humildes estão espíritos de uma luz indescritível, de uma grandeza inenarrável. São os que amam e sofrem por amor à Humanidade, por amor a Deus. 

E os outros caracteres são os seus perseguidores; são apresentados simplesmente como  tais e, aqui, como questão preliminar vamos fazer a pergunta:  Quem é que guerreia, sempre, contra a verdadeira RELIGIÃO?

É a religião falsificada, entronizada no poder da força bruta: do crê ou morre. Quem jamais ouviu que o simples poder civil, de qualquer nação, tenha perseguido o POVO DE DEUS, a IGREJA DE DEUS?


Os governos podem guerrear contra outros governos para vingar alguma afronta, real ou imaginária, para conquistar territórios e exceder o seu poderio; isto aconteceu na história, guerrearam tantas vezes algumas nações contra os judeus e contra outras nações, mas os governos não perseguem (notem bem!), não perseguem ninguém por causa de religião, a não ser instigado por algum sistema religioso oposto ou hostil.  Entenderam bem?

O governo faz o que esses padres querem, padres de todas as igrejas, sacerdotes de todas as igrejas. Eles têm espírito de mulher, fazem campanha ao pé do ouvido, por isso eles pegam a mulher, porque através da mulher vão aos políticos que mandam nos países. Por isso já estão com a aparência de mulher, verdadeiras mulheres, espiritualmente falando.   De  homens  não  têm  nada,  são  da  fofoca, são  do fuxico, do cochicho ao pé do ouvido. Uma raça perigosa que vai ser exterminada neste final de ciclo.

Mas os poderes apresentados nesta profecia (o "dragão", a "besta semelhante ao leopardo" e a "besta de duas pontas") são todos eles poderes perseguidores natos, vivem de perseguir, de subjugar, de matar todos os verdadeiros seguidores do Cristo que aparecem no mundo, porque eles não querem a vitória da Verdade; eles aborrecem a luz, eles querem a treva; na treva se sentem bem.

Pois bem, são atuados pela fúria, por uma inimizade congênita contra o POVO DA VERDADE, contra a IGREJA DA VERDADE, e este fato constitui, por si mesmo, uma prova bastante persuasiva de que em cada um destes poderes, o elemento eclesiástico ou religioso, é o poder instigador, é a mão boba, é a mão por baixo. Nunca aparece a sua culpa, aparece a política como culpada, os militares como culpados. E ela está lá, com a mão boba e a cara de pau. 

Mas quem é que pode enganar a Deus? O que adianta enganar aos homens se a Deus ninguém engana? Pois vão prestar contas a Deus!

Preparem-se porque Jesus vem para isso. Desta vez os sacerdotes, inclusive o sumo sacerdote, não vão crucificar Jesus como da primeira vez. Desta vez Jesus vem para separar os bons  e os maus (o Cristo e anticristo). E o anticristo está, exatamente, no lugar santo: é a desolação  da abominação no lugar santo, como escreveu o profeta Daniel, e Jesus o recordou na sua passagem, pessoalmente, a estes homens da terra.

Estamos na figura do "dragão apocalíptico".  Afinal, que simboliza ele? A resposta exata é o Império Romano, mas, evidentemente, isso não basta. Ninguém ficaria satisfeito com essa resposta, ela deve ser mais bem definida. Devemos, então, acrescentar o Império Romano na sua forma pagã.

É o que todos concordam, mas, logo que dizemos pagã, apresentamos o elemento religioso, porque o paganismo é um dos mais vasto sistema de religião falsificada que Satanás inventou. O "dragão" é, portanto, um poder eclesiástico que a própria característica pela qual se distingue é um sistema falso de religião.

O que foi que levou o "dragão" a perseguir a Igreja do Cristo de Deus? Porque o Cristianismo prevalecia contra o paganismo dissipando as suas superstições, destruindo seus ídolos,  esvaziando seus templos. Foi atingido o elemento religioso desse poder, daí a perseguição um resultado natural.

Chegamos, então à "besta semelhante ao leopardo" do capítulo 13. O que é que ele simboliza? A resposta ainda é o Império Romano. Mas o "dragão" simbolizava o Império Romano, e por que não o representa ainda o mesmo símbolo?

É que houve uma mudança no caráter religioso, e esta besta simboliza Roma na sua fase pretensamente cristã, e é esta mudança de religião, somente ela, que torna necessária uma mudança no símbolo. Esta besta difere apenas do "dragão" por apresentar um aspecto religioso diferente, por isso mesmo seria errado afirmar que representa apenas o poder civil de Roma. A esta besta dá o "dragão" a sua sede, o seu poder e grande autoridade.

Que poder sucede a Roma pagã? Todos nós sabemos quem foi a Roma papal, não interessa, para o nosso fim, quando ou com que meio se operou esta mudança. O grande fato patente, reconhecido por todos, é que a seguinte grande fase do Império Romano, depois da sua forma pagã, foi exatamente esta: Papal.

Não seria correto, portanto, afirmar que Roma pagã deu a sua sede e seu poder a uma forma de governo meramente civil, sem nenhum elemento religioso. Nenhum esforço de imaginação pode conceber semelhante translação deste Apocalipse, mas duas fases do Império estão, aqui, bem caracterizadas, são bem reconhecidas: na profecia Roma é pagã até que Roma seja papal.



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