segunda-feira, 8 de julho de 2019

navais:  trezentas  grandes  galés,  uma  adequada  quantidade  de  transportes  e barcos, tudo reunido no amplo e seguro porto cartagena, na Espanha. Pois bem, Genserico foi salvo de iminente, inevitável ruína pela traição de alguns súditos poderosos, invejosos ou apreensivos com o sucesso do seu senhor".

Sempre há um Judas em todas as corporações, em todas instituições, e, até dentro de uma família, sempre há um para esse triste papel. Pois bem, guiado por ele, surpreendeu a desprevenida frota na baía de Cartagena. Muitos barcos foram afundados, tomados, incendiados. Os preparativos de três anos foram destruídos em três dias. A rigor, num dia só, o resto foi para apagar o fogo, para fazer arrumação de batalha. Por muito tempo a Itália continuou a ser maltratada pelas incessantes depredações dos piratas vândalos. Na primavera de cada ano equipavam uma formidável frota no porto de Cartago, e o próprio Genserico, embora de idade avançada, comandava, ainda, pessoalmente, as expedições mais importantes. Veja o que Gibbon diz dele:

"Genserico, embora de uma idade muito avançada, comandava, em pessoa, as expedições mais importantes.   Mas ele cobria os seus planos ou os seus desígnios com um véu impenetrável até o momento de abrir a vela".

O segredo é a alma do negócio, também da batalha, também da guerra. Quando o piloto lhe perguntava em que direção devia seguir, ele dizia: "- Siga a direção dos ventos (com um tom, assim, de piedosa confiança em Deus),  eles nos conduzirão sobre a costa, cujos habitantes criminosos tenha ofendido a justiça divina". Isto é muito interessante! Na hora H dava o rumo que a sua intuição de "navegueiro" ordenava. Os vândalos, repetidamente, visitavam toda a costa da Espanha, Ligúria, Toscana, Campânia, Lucânia, Brutio, Apúlia, Calábria, Vêneto, Dalmácia, Épiro, Grécia e Sicília. 

A rapidez da temeridade dos seus movimentos lhe permitia qual, ao mesmo tempo, ameaçar e atacar os mais distantes objetos que atraíssem os seus desejos. Como embarcavam sempre um número suficiente de cavalos, mal tinham desembarcado, assolavam logo o país apavorado com corso e cavalaria rápida, cavalaria ligeira. Uma última e desesperada tentativa para desapossar Genserico na soberania do mar, foi feita no ano 468, por Leão, o Imperador Guerreiro. Gibbon, dá, a propósito, testemunho interessante: "As despesas da campanha africana atingiram soma de 130.000 libras de ouro (cerca de 5.200.000 libras esterlinas).

A frota que se dirigiu de Constantinopla para Cartago contava de 1.113 barcos, o número de soldados e marinheiros excedia a 100.000 homens. O exército de Heráclio e a frota de Marcelino se uniram por secundar o lugar-tenente imperial. O vento tornou-se favorável aos desígnios de Genserico. Tripulou com os mais bravos mouros e vândalos os maiores navios de guerra, após, os quais, eram rebocados grandes barcos cheios de materiais combustíveis. Na obscuridade da noite esses vasos destruidores foram impelidos contra a desprevenida e confiante frota dos romanos, despertados, agora, pela consciência real do perigo.

A disposição densa dos navios (tinha muita gente a bordo) contribuiu para o progresso do incêndio, que se transmitiu com rapidez e violência. O soprar dos ventos, o crepitar das chamas, os dissonantes gritos de soldados e marinheiros que não podiam mandar nem obedecer, aumentavam o horror do tumulto noturno. Tão, antes, se esforçavam por escapar dos barcos em chamas, por salvar pelo menos parte da frota, as galés de Genserico assaltaram com temperado e disciplinado valor. Muitos dos romanos que escaparam à fúria das chamas foram destruídos, aprisionados pelos vitoriosos vândalos.

Depois do desastre desta grande expedição, Genserico se tornou, outra vez, o tirano do mar. As costas da Itália, da Grécia, Ásia, foram de novo expostas à  sua vingança e avareza;   Trípoli  e  Sardenha  voltaram à sua obediência. Acrescentou a Cicília ao número das suas províncias, e, antes de morrer, repleto de anos e de glória, contemplou a extinção final do Império do Ocidente. Acerca do importante papel desempenhado por este audacioso corsário à queda de Roma, Gibbon emprega esta significativa linguagem: "Genserico, um homem que na destruição do Império Romano se eleva ao mesmo nível dos nomes de Alarico e Átila (o rei dos hunos)".

Temos aqui, portanto, uma descrição perfeita. O trabalho de Gibbon é de um valor extraordinário, merece todo o nosso respeito. Trabalho paciente, equilibrado, honesto, e não há história senão assim: dentro de um critério cientificamente perfeito, imparcial, impoluto, mormente em se tratando de interpretar o Apocalipse, aí, então, a honestidade tem de redobrar. Não é dado ao historiador ser leviano ou fantasioso.

Estou procurando, naturalmente, me tornar o mais simples possível, e ninguém se atreveu ainda a interpretar Apocalipse. É o livro, realmente, das profecias finais. Repito: Quem, hoje,  não sabe Apocalipse já não pode dizer que sabe Evangelho. E para esta época apocalíptica (porque este é o nome) é imperioso, é categórico, é taxativo o estudo imediato do Apocalipse de Jesus segundo São João. 

Vocês não dão tanto valor ao Ministério de Planejamento? Como eu disse na minha entrevista à Revista do Rádio desta semana: "Ninguém pode governar sem planejar. Tem de planejar! Mas, meu Deus, o Apocalipse é o planejamento divino, feito por Jesus até o fim dos tempos! Não é para um plano quinquenal ou trienal, é para todo o milênio." Já se passou um: "a mil chegarás, de dois mil não passarás". Também não pense que isso é da Bíblia, isso não está na Bíblia. Eu vou examinar bem este assunto; é a tradição dos povos. Eles, intuitivamente, sabiam, e é uma verdade: "a mil chegarás, de dois mil não passarás". Ora, como é que um presidente da república pode governar bem se não sabe o que vem ali, o que já está ali. Isto é muito sério! Isso é muito importante! Ninguém pode governar se não tiver uma intuição do planejamento divino, e este está no Apocalipse.

Vocês não dão tanto valor ao Nostradamus? Nostradamus perto de João Evangelista é apenas caricatura. Vamos fazer, aqui, um paralelo. Isto se impõe e é interessante: se Nostradamus foi grande, meu Deus do céu,  João   Evangelista    foi    muito    maior!

Porque, na verdade, o autor do Apocalipse é Jesus e tudo aconteceu, e o que falta acontecer é muito pouco. Ora, se já aconteceu tudo tão certo, como estamos mostrando aqui, com Alarico, Genserico, e tantas coisas que vamos tocar mais para a frente, por que é que não vai acontecer, exatamente, até o fim do ciclo? Depois vem um novo céu, uma nova terra, e aí já estaremos no limiar do Terceiro Milênio. É a vitória da Verdade, e quem está com a Verdade nada deve temer.

Damos prosseguimento ao capítulo 8, versículos 10 e 11:

"E o terceiro anjo  tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas. E o nome da estrela é Absinto, e a terça parte das águas tornou-se absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargosas".

Na interpretação e aplicação desta passagem apocalíptica, somos levados ao terceiro importante acontecimento que resultou, afinal, na subversão do Império Romano. E ao procurar um cumprimento histórico desta terceira trombeta, vamos a algumas notas do velho Barnes, explicando esta passagem. É necessário (como diz este interpretador) ter em vista o seguinte: "Que havia de vir algum chefe ou guerreiro que poderia comparar-se ao resplandecente meteoro, cuja carreira seria, particularmente, brilhante. Que apareceria, subitamente, como estrela fulgurante e, depois, desapareceria como estrela, cuja luz se apagou nas águas. E a carreira arrasadora desse meteoro se daria, principalmente,  naquela parte do mundo onde superabundavam rios e mananciais.

Que o efeito que se iria reproduzir era como se as águas desses rios e fontes se tornassem amargosas, isto é, que muitas pessoas morreriam. Grandes assolações seriam feitas nas vizinhanças dessas fontes e rios, como se amarga e calamitosa estrela caísse nas águas, e a morte se espalhasse por todos os países adjacentes e banhados por elas à sua sombra fatal. Aqui se estabelece que esta trombeta alude às arrasadoras guerras, invasões furiosas de Átila, o rei dos hunos, contra o poder romano que ele empreendeu à frente das suas hordas de guerreiros.

Se falando dele, particularmente da sua aparência pessoal, confirmando a profecia, diz Barnes:

"Na maneira da sua aparência assemelhava-se muito a um brilhante meteoro fulgurando no céu. Veio do Oriente com os seus hunos e, como vamos ver, se arremessou subitamente sobre o Império com a rapidez de um meteoro fulgurante. Considerava-se também como consagrado à Marte: o deus da guerra. Costumava-se fardar de um modo,   particularmente,   brilhante,  de   modo   que   o  seu   aspecto,   na linguagem dos seus aduladores, deslumbrava a todos que os que olhassem para ele".

Ao falar da localização dos acontecimentos preditos por esta trombeta, Barnes observa ainda:



Nenhum comentário:

Postar um comentário

APOCALIPSE DE JESUS SEGUNDO SÃO JOÃO Em espírito e verdade à luz do Novo Mandamento de Jesus pelo método histórico-profético ALZ...