terça-feira, 16 de julho de 2019


APOCALIPSE DE JESUS SEGUNDO SÃO JOÃO
Em espírito e verdade à luz
do Novo Mandamento de Jesus
pelo método histórico-profético

ALZIRO ZARUR
1967

Meus amigos e meus irmãos, Deus está presente! Viva Jesus em nossos corações para sempre!

JESUS ESTÁ VOLTANDO!

E esta verdade vem do Apocalipse, e, conforme nós prometemos, vamos dar, hoje, a interpretação do Livro das Profecias Finais. Pois bem, um livro chamado APOCALIPSE começa com um anúncio do seu título e com uma bênção dirigida aos que prestarem diligente atenção às suas solenes palavras proféticas.

Vamos comentar poucos versículos para que se aproveite bem a interpretação.

Capítulo 1, versículos 1 a 3:

"Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João seu servo, o qual testificou a palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo e de tudo o que tem visto.      Bem-aventurados são aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que estão escritas nela, porque o tempo está próximo."

Agora vamos ao título:

Por que Apocalipse de João?

Em geral os tradutores da Bíblia têm dado a este Livro o título de Apocalipse do apóstolo São João, entretanto. o próprio título contradiz as primeiras palavras do Livro.

Aqui está escrito no versículo 1 do primeiro capítulo:

"Revelação de Jesus, o Cristo."

Jesus é o Revelador, não é João. João é apenas o instrumento usado pelo Cristo para escrever esta Revelação em benefício da sua Igreja. Também não é uma Igreja particular, é a Cristandade toda (são todos os filhos de Deus que se converteram ao Cristianismo do Cristo, não o dos homens). Não há dúvida de que o Discípulo amado, João, aqui mencionado, é o autor do quarto Evangelho, ele que foi o preferido de Jesus entre os doze apóstolos. Era o Evangelista e Apóstolo o autor do Evangelho e das Epístolas, que também têm o seu nome (são três Epístolas).

Eu iria além dizendo que João herdou o seu dom profético de Daniel. Mas herdou? Evidentemente, não! Porque João era a reencarnação de Daniel. Aos seus títulos anteriores acresce agora o de Profeta, porque o Apocalipse é uma extraordinária Profecia. Mas o assunto deste Livro remonta à origem ainda muito mais elevada. Não é apenas a Revelação de JESUS, O CRISTO, mas a REVELAÇÃO QUE DEUS LHE DEU. 

A Revelação que Deus deu a Jesus procede, portanto, em primeiro lugar, do grande manancial de toda Sabedoria e Verdade que é DEUS, o PAI - o PAI ETERNO, o CRIADOR, foi comunicada a Jesus, o Filho, o Cristo, que a enviou e notificou por seus anjos ao seu servo João, o discípulo amado.

O caráter do Livro encontra-se expresso na palavra "Revelação". Uma revelação é alguma coisa tornada conhecida claramente, alguma coisa revelada e não alguma coisa encoberta ou oculta. Moisés, no Deuteronômio, capítulo 29, versículo 29, diz que: 

"As coisas encobertas são para o Senhor Nosso Deus, porém as reveladas são para nós e para nossos filhos para sempre." 

O próprio título do Livro constitui, portanto, refutação suficiente da opinião popular de que este livro se encontra entre os "mistérios ocultos de Deus". E há quem diga que este livro é impenetrável, não pode ser penetrado ou compreendido. Ora, se tal fosse o caso, deveria ter o título de "Mistério", ou "Livro Oculto", não o de REVELAÇÃO. Veja quem tem olhos de ver, ouça quem tem ouvidos de ouvir!

Qual é o objetivo do APOCALIPSE DE JESUS segundo São João?

Aqui está escrito: 

"Para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer". "Que brevemente devem acontecer aos seus servos". 

Quem são os servos? Haverá alguma restrição? Em benefício de quem este APOCALIPSE foi dado? Foi dado a algumas pessoas em particular? Há alguma igreja particular privilegiada em algum período de tempo especial? 

Não! Mas a toda Igreja, em todo tempo, enquanto alguns dos acontecimentos previstos estiverem ainda por se cumprir. A Revelação, à luz  do  Novo  Mandamento,  é  para  toda  a  Cristandade,  todas as criaturas de Deus. A Revelação é para todos os que podem reclamar o título de "seus servos" onde e quando quer que vivam na Terra. 

Mas esta linguagem nos leva de novo a opinião comum de que o Apocalipse não pode ser compreendido. Deus diz que ele foi dado para mostrar alguma coisa aos seus servos, e, apesar disso, muitos expositores da Sua Palavra dizem que não mostra nada, porque ninguém o pode compreender, como se Deus pretendesse tornar conhecidas aos homens algumas importantes verdades e caísse na estupidez de revesti-la de  linguagem ou figuras  que   impossibilitassem a  mente  humana de compreendê-las. Então Deus seria menos inteligente do que qualquer homem pouco inteligente. Como se mandasse alguma pessoa olhar para um objeto distante e levantasse barreira impenetrável entre esta pessoa e o objeto em causa. É como se quisesse dar aos seus servos uma luz para espiar através das trevas da noite e cobrisse essa luz com um pano, tão opaco e espesso, que nem sequer um raio de seu brilho pudesse penetrar através das malhas escurecedoras.

Santo Deus! Como O desonram aqueles que assim zombam da Sua própria Palavra!



Não, meus irmãos e amigos, o Apocalipse realizará o objetivo para o qual foi dado a João, e seus servos conhecerão por seu intermédio as coisas que brevemente devem acontecer e dizem respeito à sua salvação eterna. 

Mas vamos seguir agora focalizando a figura do "anjo". 

"O Cristo enviou e notificou o Apocalipse a João pelo seu Anjo".

Que "Anjo" deveria, com propriedade, chamar-se "Anjo do Cristo de Deus"?

Não podemos encontrar uma resposta a esta pergunta sem a passagem do profeta Daniel. De fato, lá está no capítulo 10, versículo 21, um Anjo que, sem dúvida, era Gabriel. Tem também no livro de Daniel, nos capítulos 9, 10 e 11, ao dar a conhecer algumas importantes verdades. Declarou: 

"Ninguém há que se esforce comigo contra aqueles a não ser Miguel, o vosso príncipe". 
                                                                        
Agora podemos saber, facilmente, quem é Miguel: basta ver a Epístola de Judas Tadeu no versículo 9 (pois só tem um capítulo), onde chama-lhe Judas Tadeu, o Arcanjo. São Paulo nos diz que: "quando o Senhor descer do céu, os que morreram em Cristo Jesus ressuscitarem, será ouvida a voz do Arcanjo" - I Epístola aos Tessalonicenses, capítulo 4, versículo 16.

E que voz se ouvirá naquela espantosa hora em que os mortos serão chamados à vida?

O próprio Senhor responde: "Não vos maravilheis disto, porque a hora vem em que todos aqueles que estão nos sepulcros ouvirão sua voz". Está no Evangelho de Jesus segundo João, capítulo 5, versículo 28, sendo que o versículo anterior mostra que aquele a quem se refere, cuja voz será então ouvida, é o Filho do Homem, isto é, Deus feito Homem, Jesus, o Cristo. 

É, portanto, a voz do Cristo que chamará os "mortos" da sepultura. São Paulo declara que esta voz é a voz do Arcanjo. São Judas Tadeu diz que o Arcanjo tem um nome Miguel (que significa: "quem é como Deus") é a mesma personagem mencionada em Daniel, referindo-se ambas ao Cristo.

Portanto, o que em Daniel se lê é que as verdades que deviam ser reveladas a este profeta foram confiadas ao Cristo. Reservadas, exclusivamente, a Ele e ao Anjo cujo nome era Gabriel. Idêntica a missão de comunicar a Verdade ao profeta amado é a missão do Cristo no Apocalipse. 

E quem, nesta missão, poderá ser o seu Anjo senão aquele que esteve empenhado com ele em missão anterior, ou seja, o próprio Anjo Gabriel?

Por um lado, este fato derrama luz sobre algumas passagens deste Livro, por outro, parece serem feitos a propósito, que a mesma entidade enviada para transmitir mensagens ao profeta amado da dispensação antiga, realizar idêntica missão, junto de quem corresponde àquele profeta na dispensação cristã, no Velho e Novo Testamento.

Vamos, agora, falar da "bênção":

"Bem-aventurados aqueles que leem e os que ouvem as palavras desta profecia."

Haverá alguma bênção tão direta e formal pronunciada a favor da leitura e observância de qualquer outra passagem, de qualquer outro trecho da Palavra de Deus?

Não é isto aqui extraordinário?

"Bem-aventurados aqueles que leem e também aqueles que ouvem as palavras desta profecia, deste Apocalipse, desta Revelação."

E alguém ainda poderá dizer que não pode ser compreendido este Livro? Será uma bênção oferecida para o estudo de um Livro que não lucraremos em estudar? 

Pode-se afirmar, com mais insolência do que piedade, que todos os períodos de decadência são assinalados por um aumento de comentários ao Apocalipse, e que o estudo do Apocalipse ou encontra, ou deixa uma pessoa doida? E, entretanto, Deus pronunciou Sua Bênção sobre eles e cogitou da Sua aprovação sobre o atento estudo das suas maravilhosas páginas. É pelo encorajamento de tal procedência. O Filho de Deus não se deixará abalar por nenhum dos impotentes ataques dos homens. 

Cada cumprimento de profecia traz consigo correspondentes deveres, por isso mesmo no Apocalipse há coisas que devem ser guardadas ou cumpridas. Há deveres práticos, cujo cumprimento se impõe como resultado da realização profética.

Um notável exemplo do que acabo de dizer está no capítulo 14, versículo 12, onde qualquer um pode ler: "Aqui estão os que guardam os Mandamentos de Deus e a fé em Jesus". Mas, diz o Livro: "O tempo está próximo".  O que constitui outro motivo muito sério para o estudo deste Livro. Torna-se cada vez mais importante, à medida que nos aproximamos da grande consumação.

A importância de estudar o Apocalipse aumenta à medida que o tempo decorre. Nele há coisas que brevemente irão acontecer porque devem acontecer, já está escrito, ou como diria os árabes: "Maktub".

Já, quando João registrou a Palavra de Deus e o testemunho do Cristo e de todas as coisas que viu, um longo período dentro dos quais estas cenas sucessivas se deviam realizar, já estava próximo. Se a proximidade constituiu, portanto, motivo para estudar o seu conteúdo, quanto mais agora, meus amigos, que já estamos na reta final, já estamos no princípio do fim do ciclo, os trinta e três anos finais do ciclo neste milênio. Cada século que passa, cada ano que termina, chama com mais urgência a atenção para a parte final da Sagrada Escritura. 

Qual será a razão de ser desta saudação, realçada pela intensidade do apego ao presente que caracteriza os nossos tempos e, até mesmo, o nosso País? Nunca, certamente, houve um período em que uma poderosa influência oposta  fosse   mais  necessária.   

O Apocalipse   de  Jesus,  devidamente estudado, apresenta uma adequada influência corretiva. Oxalá, meus amigos e meus irmãos, todos os cristãos pudessem, na mais ampla medida, receber a bênção prometida àqueles que ouvem as palavras do Apocalipse, as palavras desta profecia e guardar as coisas de Deus que estão nelas escritas, porque o tempo está próximo.

Meus amigos, meus irmãos, isto é feito pela primeira vez na história do Brasil, e posso dizer e mesmo do Mundo, por que o que há até aqui são Apocalipses católicos, protestantes, espiríticos, judaicos, islâmicos, teosóficos, esotéricos, mas nós não podemos ficar presos ao sectarismo de qualquer natureza por mais respeitáveis que sejam.  Nós temos que dar o Apocalipse como Deus quer (e Deus não é católico, nem protestante, nem espírita, nem comunista, nem integralista, nem nazista e nem fascista). Deus está acima de todas as criações dos seus filhos, por mais respeitáveis que sejam.

Ora, você abre um livro de um pastor protestante sobre o Apocalipse, você vê toda a orientação protestante ou evangélica. Você pega um livro de um padre sobre Apocalipse, e o vê todo católico apostólico romano. Se pega um livro espírita, você vai ver um Apocalipse todo espírita. Não! Nós vamos dar um Apocalipse neutro, um Apocalipse que existia antes de existirem todas as religiões no Brasil. Então vamos explicar de cima para baixo, dando um Apocalipse imparcial como deve ser dado àqueles que querem estudar sem nenhuma arenga sectária. Isto é muito importante!

No Apocalipse estão os acontecimentos que nos interessam até o fim deste ciclo. É o caso, portanto, de vocês desligarem televisão, deixarem o cinema de lado, reuniões galantes, festas carnavalescas e ouvir com atenção a MENSAGEM DO CRISTO DE DEUS, porque Ele já está mandando os seus Estafetas no sentido de ir divulgar essa MENSAGEM pelo mundo inteiro, porque ele anuncia a Sua volta.

Jesus, disse: EU VOLTAREI A VÓS, NÃO VOS DEIXAREI ÓRFÃOS. E aqueles Anjos disseram aos 500 galileus: 

"Este que vês subindo aos céus nesta nuvem, pois assim voltará da mesma forma o Cristo de Deus".

Temos que estar preparados para todas estas coisas muito sérias. O que importa é que o Brasil seja salvo das coisas espantosas que estão muito próximas de nós, que a nossa família esteja na mais segura de todas as seguranças: a segurança de Deus, não a segurança dos homens, porque nenhum homem tem segurança, nenhum país tem segurança se não estiver na segurança do Cristo. 

Vem muita coisa séria, vem muita coisa profunda, vem muita coisa extraordinária e nós precisamos estar preparados.

O fato central desta época é este: JESUS ESTÁ VOLTANDO!



Em verdade Jesus está voltando, e desta vez não vem para ser crucificado, não! Vem para separar os bons e os maus, vem para galardoar os que sofreram e amaram em seu nome, para dar aos ignorantes de acordo com as suas obras. 

Hoje podemos declarar, alto e bom som: - Quem não sabe Apocalipse já não sabe Evangelho, porque o Apocalipse é o complemento inseparável do Evangelho Unificado (os quatro Evangelhos reunidos: Mateus, Marcos, Lucas e João).

Capítulo 1, versículos 4 a 6:

"João às sete igrejas que estão na Àsia, graça e paz seja convosco da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que estão diante do seu trono e da parte de Jesus Cristo, que é a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. Aquele que nos ama, e, em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus, o seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!"

Meus amigos e meus irmãos, o que há de verdade sobre as sete Igrejas da Ásia?

Havia mais de sete Igrejas na Ásia, todos sabem disso muito bem. Podemos limitar-nos à parte Ocidental da Àsia, conhecida por Ásia Menor ou a um território ainda mais restrito do que este, porque mesmo naquela pequena parte da Ásia Menor onde estavam situadas as sete igrejas mencionadas aqui, e justamente no meio delas, haviam outras igrejas muito importantes. Colosso, por exemplo, a cujos cristãos São Paulo Apóstolo dirigiu sua Epístola aos Colossenses, estava a pouca distância de Laodiceia. Mileto estava mais perto do que qualquer das sete, de Patmos, onde João teve a grande visão apocalíptica, e era uma importante base para a Igreja cristã como podemos julgar pelo fato de São Paulo apóstolo, durante uma de suas estadas ali, ter convidado os anciãos de Éfeso a se encontrarem com ele naquele lugar (basta ver o capítulo 20 dos Atos dos Apóstolos). No mesmo local São Paulo deixou, também, sem dúvida que em boas mãos cristãs, seu discípulo Trófimo que estava doente (basta ver a II Epístola a Timóteo, capítulo 4, versículo 20). A de Troas, ou Trôade, onde São Paulo passou  uma  temporada  com  os  discípulos  e,  de  onde,  depois  de ter esperado que passasse o sábado, continuou a sua viagem. Ora, também não estava longe de Pérgamo, nomeada entre as sete Igrejas da Ásia.

Torna-se, portanto, interessante determinar porquê: porque motivo, porque razão é que é sete, dentre as igrejas da Ásia Menor, que foram escolhidas como as únicas às quais o Apocalipse de Jesus é dedicado.

O que é dito das sete Igrejas no capítulo 1, e o que é dito a elas nos capítulos 2 e 3, refere-se, apenas, às sete igrejas literais, isto é, e estas que não são citadas, nomeadas?

Descrevem coisas que ali existiam, então, retratando apenas as coisas que iriam acontecer a cada uma dessas sete?    Claro  que  não,  e vamos enumerar várias razões:

Primeira:

Todo o livro do Apocalipse foi dedicado às sete Igrejas, mas o livro não era mais aplicável a elas do que a outros cristãos da Ásia Menor. Por exemplo: os que habitavam no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na Abissínia, mencionados por São Pedro na sua I Epístola com os cristãos de Corinto, de Trôade, de Mileto, justamente no meio das igrejas citadas.

Segunda:

Apenas uma pequena parte do livro podia ter relação pessoal com as sete Igrejas, ou com quaisquer cristãos do tempo de João, o evangelista, por que os acontecimentos que apresentam  sucederiam muito depois das gerações que então viviam, e até depois dessas igrejas deixarem de existir, por isso não podia ter relação pessoal com elas, exclusivamente.

Terceira:

Declara-se que as sete estrelas que o Filho do Homem, isto é, o Cristo, tinha na sua mão direita (versículo 20) eram os anjos das sete Igrejas. Os anjos das sete Igrejas, sem dúvida, que todos concordam nisto, são os ministros das Igrejas, são os missionários, os emissários, os estafetas do Cristo de Deus. Ora, por estarem na mão direita do Filho de Deus, significam o poder mantenedor, a guia, proteção a eles concedida. Mas havia apenas sete na sua mão direita.

E o grande Mestre das Igrejas cuida apenas, assim, destas sete?

Evidentemente, não! Seria desumanidade, seria discriminação, coisa que não se encontra no Espírito Perfeito daquele que é o Chefe Planetário. 

Não poderão, antes, todos os verdadeiros ministros, todos os verdadeiros emissários, em todos os tempos do Evangelho, extrair desta imagem a consolação de saber que são mantidos, guiados, pela mão direita do GRANDE CHEFE DA IGREJA? 

E não é uma igreja exclusiva, particular, é toda a Cristandade. É toda a Humanidade, é a reunião de todos aqueles que aceitaram o Cristo e o seu Novo Mandamento. Portanto, este Cristo de Deus, este Chefe Planetário, não pode amar apenas as sete Igrejas e desprezar as demais. Este "sete" é um número sagrado e representa toda a Igreja Cristã.  É a única explicação que satisfaz aos espíritos integrados no Evangelho em espírito e verdade, à luz do Novo Mandamento.

Quarta:

Além de tudo isso, o discípulo amado João olhando para a dispensação cristã viu apenas sete castiçais representando sete Igrejas, no meio das quais estava o Filho do Homem, isto é, Deus feito homem, Jesus, o Salvador. A posição do Filho do Homem deve significar a sua presença junto delas, sua vigilância sobre elas, sua perscrutadora visão de todas as suas obras.

Mas Ele apenas toma conhecimento das sete Igrejas individualizadas nesta dispensação? Não podemos antes concluir que estas cenas representam sua posição relativamente a todas as suas Igrejas durante todo o tempo do Evangelho? Então, por que terão sido mencionadas apenas sete?

Temos dito muitas vezes: Sete, segundo o uso da Bíblia Sagrada, chamada   Sagrada   Escritura,  é  o   número   que  significa  plenitude   e   perfeição, é, indubitavelmente, uma espécie, assim, de memorial dos grandes fatos, dos primeiros sete dias do tempo que deram ao mundo  o ciclo semanal,  usado até hoje. Sete são os dias da semana. 

O que as sete estrelas e os sete castiçais significam? 

Toda Igreja do Evangelho em sete divisões ou períodos. Esta é a chave, Por isso as sete Igrejas devem ser compreendidas da mesma forma.

Quinta:

Por que, então, são mencionadas as sete Igrejas particularmente escolhidas?

Sem dúvida pelo motivo de serem sugeridos nos nomes dessas Igrejas, segundo as definições das palavras, os aspectos religiosos dos períodos da história da Igreja Cristã, e, realmente, eles representam tudo isto. Por estas razões devem constituir as sete Igrejas, não apenas as sete igrejas literais da Ásia que foram aqui mencionadas no Apocalipse, mas sete períodos da Igreja Cristã, desde os dias dos apóstolos até o fim da história da Humanidade, isto é, até o fim deste ciclo.

Agora temos a explicação tão importante destas sete Igrejas, representando os sete períodos que vamos analisar aqui, meticulosamente, em nossa pregação. 

Mas vamos continuar, ponto por ponto, a explicação destes versículos. Vamos ver, agora, a procedência da "bênção" da parte daquele que era e que é, e que há de vir, ou que há de ser.

Expressão que significa completa eternidade, passada e futura, somente aplicável a quem?

Ao Pai Eterno, que é DEUS. Esta linguagem nunca é aplicada a Jesus, e, fala-se Dele como outra pessoa distinta do Ser descrito com estas palavras: 

"aquele que era, que é e que há de vir".

E "os sete Espíritos de Deus"?

Esta expressão não se refere a anjos, mas a Espíritos de Deus. Deste manancial são invocadas, para a Igreja Cristã, graça e paz. 

Acerca do interessante assunto dos sete Espíritos temos que consultar os primeiros intérpretes deste Livro extraordinário. Um deles foi  Thompson, e eis aqui um apontamento de Thompson:

"Aqui temos esta denominação dos sete Espíritos, porque sete é um número




sagrado,  é  perfeito,  é  assim  chamado  não  para  indicar  sua   pluralidade interior, mas a plenitude e perfeição de seus dons e operações. O número sete pode ter sido dado, portanto, com referência à      diversidade, plenitude das suas operações sobre a alma humana, a sua múltipla atuação sobre os acontecimentos do mundo."

Outro comentador, Bloomfield, considera esta como a interpretação geral dos estudiosos do Apocalipse. Todos estão de acordo. Ainda bem que em certos pontos todos estão de acordo: intérpretes católicos, espíritas, protestantes, judaicos, e assim por diante.

E agora o seu "Trono":

O trono de Deus Pai, porque Jesus não recebeu ainda o seu próprio trono. Isto é muito importante! O estarem os sete Espíritos, supra citados diante do trono, pode se referir ao fato de o Espírito Santo estar sempre pronto a ser enviado, de acordo com a representação comum na Sagrada Escritura, para realizar importantes objetivos em favor dos homens. Evidentemente, são os chamados protetores, os anjos guardiães, os guias de todos nós ainda na carne.

Mas, dando prosseguimento, temos aqui: "da parte de Jesus, o Cristo". Ora, logo se conclui que o Cristo não é a pessoa que no versículo anterior é designada como "aquele que era, que é e que há de vir"

Este é o Criador, este é o Supremo Arquiteto do Universo, é Deus, o Eterno Deus Pai. 

Estão aqui mencionadas algumas das principais características que pertencem ao Cristo. Podemos ver "a fiel testemunha", por quê? Porque "o testemunho de Jesus é sempre verdadeiro". Jesus nunca mentiu, cumpriu e sempre cumpre tudo o que promete. Como também disse: "Eu voltarei, não vos deixarei órfãos", "Eu voltarei a vós", e voltará.

Estamos interpretando o Apocalipse para mostrar que o fato principal deste trabalho é exatamente a volta do Cristo de Deus. Chega de injustiça,  de maldade, de inversão de valores, do tripúdio da força sobre a força do direito. Jesus vem acabar com tudo isto, vem punir os maus e premiar os bons, isto é, dar a cada um de acordo com as suas obras.

Outra definição: "o primogênito dos mortos".

Por quê?

Esta expressão é paralela a do Apóstolo São Paulo na I Epístola aos Coríntios, capítulo 15, na sua Epístola aos Hebreus, na Epístola aos Romanos, aos Colossenses. Ali encontramos aplicadas ao Cristo expressões como "as primícias dos que dormem", "o primogênito entre muitos irmãos", "o primogênito de toda criação" e, finalmente, "o primogênito dos mortos dentre os mortos".

Mas estas expressões não significam necessariamente que, sob o ponto vista de tempo, Ele foi o primeiro a ressuscitar, porque antes Dele outros ressuscitaram.

Este, aliás, não era um ponto muito importante, mas Ele era a figura principal, central de todos os que saíram do túmulo, porque foi em virtude da vinda, obra chamada ressurreição de Jesus, que alguns ressuscitaram antes Dele. Ora, no propósito de Deus, Ele era o primeiro, tanto sob o ponto de vista de tempo como de importância, porque não foi senão depois do propósito da vitória do Cristo sobre a sepultura, ter sido formado na Mente Divina, que chama as coisas que são como se já fossem. É a definição de São Paulo na Epístola aos Romanos, capítulo 4, versículo 17. E alguns foram libertos do poder da morte em virtude daquele grande fato que devia realizar-se no tempo oportuno. O Cristo é, portanto, chamado "o primogênito dos mortos", "as primícias dos que dormem", "o primogênito entre muitos irmãos", "o primogênito dentre os mortos", e no livro de São Lucas (Atos dos Apóstolos) vemos, também, que Ele é "o primeiro da ressurreição dos mortos".

Jesus devia anunciar a Luz a este povo, o primeiro, que ressurgindo dos mortos, devia anunciar a luz ao povo, porque venceu a morte.  É muito interessante consultar o grego, porque foi o original escrito em grego, e, infelizmente, as traduções estão cheias de deturpações, principalmente no que diz respeito ao Espírito Santo. Tudo isso nós vamos ver no devido tempo, cada coisa no seu lugar.

"O príncipe dos reis da terra"  

Outra definição de Jesus. Ora, em certo sentido o Cristo é o Príncipe dos reis da terra.  São Paulo nos informa na Epístola aos Efésios, que "Ele foi posto à direita de Deus, nos lugares celestiais, acima de todo principado e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia (é o que está no original), não só neste século mas, também, no vindouro".

Os mais altos nomes deste mundo são os de príncipes, reis, imperadores e potentados do mundo, mas o Cristo está acima de todos eles. Está sentado  com seu Pai, no trono de Domínio Universal, governando com Ele e dirigindo todas as nações da Terra (é o que vemos na Epístola aos Efésios, capítulo 3, versículo 21). 

Num sentido mais particular, o Cristo há de ser Príncipe dos reis da terra quando receber o seu próprio trono e os reinos do mundo entregues pelo Pai Eterno em suas mãos, vierem a ser de Nosso  Senhor e do Cristo, e Ele vier trazendo em seu vestido o título de Reis dos reis e Senhor dos senhores.  

E aqui o trecho mais cruel: "para esmigalhá-los em pedaços como a um vaso de oleiro na terra!" Assim terminará toda grandeza humana: esmigalhada pelo poder do Cristo. (É como está nos Salmos, capítulo 2, versículos 8 e 9).

"Aquele que nos ama" 

Julgamos por vezes ser amados por amigos da terra (pai, mãe, irmãos, irmãs ou amigos), mas vemos que nenhum amor é digno desse nome, comparado ao Amor de Jesus por nós. E a frase que se segue aumenta a intensidade de expressão das palavras anteriores: 

"e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados".

Que extraordinário Amor! 

Ele mesmo diz:

"Ninguém tem maior Amor do que este: dar a sua vida pelos seus amigos."

Foi o que Jesus fez. Mas o Cristo provou o Seu Amor para conosco quando morreu por nós sendo nós ainda pecadores, transgressores da Lei Divina. Entretanto, fez muito mais: Ele nos fez reis e sacerdotes para Deus, o seu Pai. De leprosos do pecado somos purificados aos seus olhos; de inimigos somos, não só feitos amigos, mas elevados à posição de honra e dignidade.

Esta purificação, esta exaltação real,  a que estado se refere? Ao presente, ao futuro? Sim, principalmente ao futuro, porque só então gozaremos estas bênçãos em alto grau ao lado de nosso Jesus, que é realmente o nosso Salvador.

"O seu sangue"  

Embora, ainda, não nos seja dada esta redenção plena que temos na vida eterna, embora esta vida esteja ainda nas mãos do Filho e só nos há de ser comunicada quando Ele voltar.  É também verdade quando era nos dias de João e de Pedro. Deus designa a seu povo, neste mundo, como sendo uma geração eleita, um sacerdócio real, uma nação santificada, um povo singular (como está no Profeta Daniel. capítulo 7; está na I Epístola de São Pedro, capítulo 2; está mesmo neste Apocalipse, capítulo 3).

Não é de admirar que o discípulo amado João, agora profeta, rendesse àquele que tanto fez por nós, glória, majestade e domínio para sempre. Oxalá toda a Igreja Cristã se una realmente neste justíssimo tributo ao seu maior benfeitor, ao seu mais querido amigo, aquele que deu a vida por todos nós. 

E agora JESUS ESTÁ VOLTANDO! Jesus volta e não é para ser crucificado, não! Veja quem tem olhos de ver, ouça que tem ouvidos de ouvir! Chegou a hora da escolha, chegou a hora da decisão.

Capítulo 1, versículo 7.

Vamos dar prosseguimento ao primeiro capítulo do Apocalipse de Jesus segundo São João, o Evangelista, no versículo 7:

"Eis que vem com as nuvens", isto é, Jesus volta com as nuvens e todo olho  o  verá,  até  mesmo  os  que o  traspassaram  (isto é, aqueles que o crucificaram. Todos eles vão ver Jesus de novo, mas não o Jesus crucificado: o Juiz Supremo que vem julgá-los e julgar todos os criminosos do Brasil e do mundo). "E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém!"

É o versículo 7 do Apocalipse segundo São João. 

Notaram bem? Eis que Jesus vem com as nuvens.

Aqui, São João nos leva à segunda vinda do Cristo em glória para o acontecimento supremo e final da sua intervenção em favor deste pobre mundo, caído e desgraçado. Mundo de desgraça geral. 

Jesus antes veio em paciência, em fragilidade, em doçura, agora vem com poder e glória. Antes veio na humilhação, foi escarnecido e escorraçado, veio para o que era seu e os seus não O receberam, agora vem na plenitude do seu poder e da sua glória.  Vem nas nuvens como para o céu subiu, como disseram



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